A abertura da época balnear 2022, bem como a entrega das Bandeiras Azuis e Bandeiras de Praia Acessível aconteceu, no passado dia 30 de junho, na Praia de Salgueiros. Vila Nova de Gaia conquistou, de novo, um pleno de 20 Bandeiras Azuis e acrescentou uma Bandeira de Praia Acessível, relativa a Salgueiros, totalizando seis, este ano. Miguel Lemos, presidente do Conselho de Administração da Águas de Gaia, anunciou diversas surpresas, entre elas “O Mar dá-te palco”, que consiste num espaço multiusos junto às praias, onde se podem desenvolver atividades desportivas e culturais. O surgimento de uma praia pet friendly em São Félix da Marinha foi outra das novidades, mas aquela que causou maior surpresa foi o anúncio da instalação de uma piscina de água do mar aquecida por painéis solares na Praia Canide-Norte.
A cerimónia de abertura da época balnear 2022 aconteceu, no passado dia 30 de junho, na Praia de Salgueiros. A este momento simbólico aliou-se a entrega das 20 Bandeiras Azuis de Vila Nova de Gaia, assim como das seis bandeiras relativas ao título Praia Acessível. No evento esteve presente Miguel Lemos, presidente do Conselho de Administração da empresa municipal Águas de Gaia, Valentim Miranda, vereador da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, entre outros edis gaienses, José Pimenta Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Albino Almeida, presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, diversos presidentes de Juntas de Freguesia do concelho, forças de segurança e diversas entidades associativas e civis de Gaia.
Aguda, Canide-Norte, Canide-Sul, Dunas Mar, Francelos, Francemar, Granja, Lavadores, Madalena-Norte, Madalena-Sul, Mar e Sol, Marbelo, Miramar, São Félix da Marinha, Salgueiros, Sãozinha, Senhor da Pedra, Valadares-Norte, Valadares-Sul e a Douro Marina podem exibir, mais um ano, as Bandeiras Azuis que muito orgulham o concelho de Vila Nova de Gaia. Além deste galardão, a Praia da Aguda, Canide-Norte, Miramar, Senhor da Pedra e Valadares-Sul ainda revalidaram o seu título de Praia Acessível e, a elas, juntou-se, este ano, a Praia de Salgueiros, perfazendo, assim, um total de seis praias com totais condições para pessoas com mobilidade reduzida.
A sessão, com o mar como pano de fundo, teve início com a intervenção de Valentim Miranda, vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Gaia, que começou por referir que estava toda a gente reunida para “valorizar uma das coisas que Gaia tem de melhor, que são as suas praias”. O autarca não escondeu, ainda, a felicidade de estar na Praia de Salgueiros, uma vez que vive perto e é a zona balnear que sempre frequentou. Valentim Miranda, salientou que o pleno que Gaia conquistou no Programa Bandeira Azul, novamente, é resultado do “trabalho realizado, em conjunto, pela Câmara, a Águas de Gaia, a APA e todas as instituições cá presentes”. Assumindo que é um orgulho ser vereador do Ambiente, Valentim Miranda ainda salientou o trabalho que está a ser feito na zona fluvial de Vila Nova de Gaia, sublinhando que “sabemos que o rio tem duas margens, nós vamos cuidar da nossa, esperemos que, do outro lado, também cuidem, para que, em conjunto, possamos ter, nos próximos anos, melhores praias fluviais, das quais a população possa usufruir”. Relativamente às distinções que as praias receberam pela acessibilidade, Valentim Miranda lembrou a positividade da situação, uma vez que vai de encontro “ao conceito de resolução das questões de mobilidade condicionada que o município tem levado a cabo em grande parte das suas infraestruturas”.
Além da questão relativa às praias, o vereador ainda evidenciou outros investimentos da autarquia na área ambiental, como as obras na Lavandeira, Parque Biológico e Parque de São Paio.
Seguiu-se a intervenção de Miguel Lemos, presidente do Conselho de Administração da Águas de Gaia, que destacou, à semelhança de Valentim Miranda, o trabalho conjunto que é necessário para que as praias tenham condições suficientes para albergar o galardão. “Não conseguiríamos ter praias com Bandeira Azul se não tivéssemos uma rede de drenagem de águas pluviais e se não tivéssemos profissionais dedicados ao saneamento e não teríamos, certamente, Bandeiras Azuis, se as ETAR’s não funcionassem devidamente”, destacou.
O responsável pela empresa municipal deu também uma palavra à Douro Marina, na pessoa da sua diretora, pelo facto desta caminhar ao lado do município no Programa Bandeira Azul. “Foram a primeira e, até ao momento, a única marina do Norte do país com Bandeira Azul, um projeto que trabalhamos em conjunto, e que tem vindo a ser renovado todos os anos, e é a prova das boas relações e da parceira entre uma entidade publica, como é a Águas de Gaia, e um concessionário privado, neste caso, a Douro Marina”, referiu Miguel Lemos.
Além disso, o responsável pela Águas de Gaia, agradeceu às corporações de bombeiros de Valadares, Coimbrões e Aguda, admitindo que estes “têm um papel especial nesta gestão da orla marítima”, referindo-se à relevância que têm nas Praias Acessíveis e na ajuda que prestam às pessoas com mobilidade reduzida, tanto no acesso ao areal, como nas idas a banhos, com recurso ao anfíbio. Os concessionários também mereceram uma palavra de Miguel Lemos, que os classificou de “peças fundamentais nas nossas praias”.
O novo presidente da empresa municipal de distribuição de água, referiu ainda que o trabalho nunca acaba, nem durante o inverno. “No dia em que termina a época balnear, começa-se a preparar a época balnear seguinte, portanto, é um trabalho de um ano, não de um dia ou dois”, deixando uma palavra especial aos colaboradores da Águas de Gaia, “porque eles são aqueles que não fazem discursos, não sobem ao púlpito, mas que, todos os dias, estão aqui, no terreno, a arranjar o passadiço que, entretanto se estraga, a substituir uma corda que se rompe, a atender algum tipo de queixa que um munícipe faça”.
“Deparei-me com um cenário que não víamos há dois anos, autocarros a pararem, crianças a saírem para fazerem a sua época balnear nestas praias”, destacou Miguel Lemos, lembrando o regresso à normalidade, depois de dois anos de pandemia, em que as colónias balneares não aconteceram e, com esse exemplo, ressaltou o levantamento das restrições que havia, também, nas praias, relativas, por exemplo, à lotação máxima, à obrigatoriedade do uso de máscara nos equipamentos de apoio da praia, o espaçamento entre toalhas, entre outros. “A praia sempre foi, e sempre será, um local de liberdade”, reforçou.
Para a fase final do seu discurso, reservou as surpresas: uma praia pet friendly. Miguel Lemos anunciou que a Praia de Brito, em São Félix da Marinha, estaria, este ano, disponível para receber os amigos mais fiéis do Homem, com alguns equipamentos pensados especialmente para eles, como dispensadores para os saquinhos e obstáculos dos tradicionais parques caninos. “Uma praia para o tutor, além de poder levar o cão a tomar um banho de mar, fazer algumas brincadeiras de agility. Gaia junta-se a um conjunto de cidades pioneiras nesta matéria”, assinalou.
Outra das grandes novidades foi a da instalação de uma piscina de água do mar aquecida por painéis solares, na Praia de Canide-Norte, ladeada por uma barreira de barraquinhas. Miguel Lemos admitiu que esta surgiu numa tentativa de solucionar os únicos dois problemas apontados às praias de Gaia: água fria e nortada. Este projeto inovador vai criar “uma zona para que, principalmente, as crianças e os mais idosos, possam ir à água salgada, ao mar, com água quente e com um bocadinho menos de nortada”, explicou.
A surpresa final estava relacionada com o espaço onde decorreu a própria cerimónia. Um local que estava desaproveitado entre duas concessões e onde nasceu uma espécie de palco multiusos. “Decidimos fazer dele um espaço, que pode ser utilizado para atividades culturais, desportivas, aquelas que hoje são muito apreciadas, como yoga, zumba, cycling, mas também para pequenos concertos ao final do dia, apresentações de jovens criadores, apresentações de livros, tertúlias, debates”, referiu Miguel Lemos sobre “O Mar dá-te palco”.
José Pimenta Machado foi o último a dirigir-se aos presentes e começou por referir que “Gaia continua a surpreender sempre”. O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), destacou alguns números nacionais, dando nota de que “Portugal tem feito um trajeto espetacular do ponto de vista das suas praias. Este ano temos 431 praias com Bandeiras Azuis, mais 32 do que em 2021, o que nos coloca no ranking da União Europeia como o 6º país com maior número de Bandeiras Azuis em praias costeiras e, em praias do interior, somos o 2º país”.
Mas Pimenta Machado salientou que “mais difícil do que conquistar este galardão é mantê-lo”, que esse é um trabalho exigente e que Gaia tem conseguido fazer, ano após ano.
“No Norte temos praias lindíssimas, mas temos duas coisas que nos dificultam a vida: a água que é fria, é verdade, e o vento. Gaia teve esta ousadia de resolver estes dois problemas”, disse José Pimenta Machado sobre o projeto da piscina aquecida, e ainda referiu os contactos que tem recebido de responsáveis de outros municípios, que estão ansiosos por ver este projeto embrionário para, quem sabe, replicá-lo.
O tema dos nadadores-salvadores foi outro que esteve em destaque na sessão. Com a alteração do calendário escolar, resultado da pandemia, muitos estudantes ainda estavam em período de exames, por exemplo, aquando da abertura da época balnear, o que os impediu de assumir o papel de vigilantes das praias. “Não é um problema de Gaia, é um pouco por todo o país”, concluiu o vice-presidente da APA.
Depois das intervenções, todos os presidentes de Junta, ou seus representantes, bem como a diretora da Douro Marina, foram chamados para receber, em mãos, as bandeiras para as praias das respetivas zonas geográficas que lideram.
Para finalizar a cerimónia, Miguel Lemos e José Pimenta Machado, ao lado de Maria José Gamboa, presidente da Junta de Freguesia de Canidelo, anfitriã do evento, fizeram subir a Bandeira Azul, a Bandeira Praia Acessível e a bandeira relativa às praias de Gaia, com a frase “Gaia mais Praia”.