A Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo (CEMAH) inaugurou, na cidade do Porto, o seu primeiro balcão fora da Região Autónoma dos Açores. Sito na Rua Formosa, nº 349, mais propriamente na sede da Associação Mutualista A Beneficência Familiar, no seguimento da integração por fusão da Caixa Económica do Porto, a CEMAH assumiu a sua vontade de manter o foco no apoio à economia social.
Sito na Rua Formosa, nº 349, no Porto, mais propriamente na sede da Associação Mutualista A Beneficência Familiar, o primeiro balcão da Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo (CEMAH) fora da Região Autónoma dos Açores nasceu da fusão da Caixa Económica do Porto com esta instituição.
A cerimónia inaugurativa contou com a presença de António Maio, presidente do Conselho de Administração da Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo, Carlos Jorge Silva, presidente da Direção d’A Beneficência Familiar, António Bento Barcelos, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo, Duarte Freitas, secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública do Governo dos Açores, José Lourenço Pinto, presidente da Assembleia Geral d’A Beneficência Familiar, Fernando Paulo, vereador da Câmara Municipal do Porto, Manuel Moreira, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, e Luís Amorim, presidente da Liga das Associações de Socorro Mútuo de Vila Nova de Gaia, entre representantes de instituições financeiras, mutualidades, misericórdias e entidades civis.
Após a bênção do espaço, decorreram as intervenções, que foram inauguradas por António Maio, presidente do Conselho de Administração da Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo, que fez questão de salientar que “é com grande prazer que hoje aqui estou, com os restantes membros do Conselho de Administração, a inaugurar o novo balcão da CEMAH, na sede d’A Beneficência Familiar, que agora se tornou a segunda acionista da nossa instituição, que até então era detida a 100 por cento pela Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo. Hoje é o culminar de um momento histórico para a CEMAH, que passa a ter presença física em território continental, com este balcão localizado num dos principais centros comerciais de uma cidade tão dinâmica e com relevante atividade económica, quanto a cidade do Porto”.
Revelando que esta inauguração resultou de um longo processo que “demorou cerca de três anos a materializar-se”, o presidente do Conselho de Administração da CEMAH assegurou que a Associação Mutualista A Beneficência Familiar “foi, de facto, o parceiro ideal e o doutor Carlos Jorge teve, aqui, um papel absolutamente decisivo e fundamental. (…) Vemos, pois, nesta fusão, a possibilidade de penetrar num novo mercado, nunca porém questionando os pressupostos de uma gestão sã e prudente. Queremos crescer, sim, mas sempre de modo sustentável, continuando a adotar a posição assumidamente conservadora que nos tem permitido perdurar, mesmo quando enfrentamos contextos de grandes incertezas e dificuldades, como atesta, aliás, a nossa longa existência”.
Segundo António Maio, “continuamos profundamente comprometidos com a garantia da rentabilidade desta instituição, desenvolvendo o nosso negócio e atividade comercial, sem descurar os interesses dos nossos agora dois acionistas, bem como dos nossos clientes, esperando poder encontrar no Porto uma oportunidade para servir mais pessoas, mais famílias, mais empresas, mais economia social, com o atendimento e a proximidade que sempre nos caracterizaram”.
Ansiando “que este seja o início de uma nova era para a Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo”, o presidente do Conselho de Administração da CEMAH sublinhou a vontade de “continuar a crescer num novo mercado, mas sempre honrando a nossa missão e valores centenários”.
Seguidamente, foi Carlos Jorge Silva, presidente da Direção Associação Mutualista A Beneficência Familiar, quem tomou a palavra, ressaltando que “assinalamos, hoje, um acontecimento notável e provavelmente único. A fusão, por integração, por incorporação, da Caixa Económica do Porto, anexa à Associação Mutualista A Beneficência Familiar, na Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo. Duas instituições oriundas de universos diferentes, como são as misericórdias e as mutualidades. Por isso, hoje, o meu sentimento é misto, é de regozijo e de gratidão, por termos atingido o objetivo estratégico a que nos tínhamos proposto junto dos nossos associados”.
Radiante e a pensar no futuro, o presidente da Associação Mutualista A Beneficência Familiar frisou que “o desafio é deveras exigente, mas está perfeitamente ao nosso alcance. Estamos bem alinhados quanto à missão e ao objetivo. O novo balcão do Porto da CEMAH será, estou certo, uma referência, quer no que respeita a resultados, mas igualmente pela prática de uma banca de proximidade capaz de pôr no centro da sua ação as pessoas e as instituições, ser um fator contributivo a garantir sustentabilidade e crescimento da economia social e das empresas, da economia de mercado, de apoiar as famílias, de ajudar a concretizar projetos, sempre numa lógica de sustentabilidade e através de uma gestão sã e prudente. Assim sendo, bem-vindos a esta nova viagem, onde todos são precisos”.
Por outro lado, António Bento Barcelos, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo, afiançou que “o sentimento é de gratidão, não é só no contexto pessoal ou familiar, mas também no contexto profissional”.
Recordando que “Sempre tivemos uma cultura muito forte da CEMAH ser 100 por cento da Misericórdia de Angra do Heroísmo. Sabíamos que era uma tarefa difícil e quando apresentei isto aos meus colegas de Mesa, sei que houve uma atitude de retração, que foi a que eu tive inicialmente”, António Maio salientou que “havia, digamos, que ponderar, avançarmos e seguirmos esse caminho e foi feito. Etapa a etapa, ano a ano, reunião a reunião, até que chegou o dia de tomar a decisão e quanto à tomada de decisão dos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia, foi muito importante termos vindo até cá. Quando viemos, em setembro de 2022, vimos não só o volume e o impacto desta obra, como a seriedade e a postura do senhor presidente da Direção, da sua equipa, dos quadros técnicos da Caixa Económica do Porto e vimos que são gente com que se pode contar. Sabíamos que ia ser difícil, complexo e eis que a nossa Mesa Administrativa, o nosso Conselho Fiscal e a nossa Mesa da Assembleia Geral concordaram por unanimidade avançar e aqui estamos a fazer história. A CEMAH está nos Açores e está no Porto e o Porto está connosco. A Beneficência Familiar é, a partir de agora, um verdadeiro parceiro e uma entidade com quem podemos ter uma relação sempre aberta”.
Presente na ocasião, Duarte Freitas, secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública do Governo dos Açores, também se dirigiu aos presentes.
Durante a sessão, o governante enalteceu a abertura deste novo balcão, em contraciclo com a restante banca, que fecha balcões por todo o país. “Nos últimos tempos, temos nos debatido na Região com bancos a fecharem os seus balcões pelas nossas ilhas, e temos agora o exemplo da CEMAH que continua a abrir agências pela Região e agora pelo país”, enalteceu Duarte Freitas.
Asseverando que “este é um exemplo de que a CEMAH, como instituição, valoriza a proximidade com os utentes, demonstrando a importância dos centros de decisão na Região, que são sensíveis à realidade arquipelágica”, o secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública destacou que “o Porto, com a sua capacidade empresarial, com o seu dinamismo, com estas portas dos Açores abertas aqui, através da Caixa Económica da Misericórdia e do Governo da região, estimula e incentiva a que esta cidade se possa aproximar dos Açores”.
Durante a sua intervenção, Duarte Freitas salientou, ainda, alguns dados que atestam a robustez das finanças públicas regionais, validados pelo Conselho de Finanças Públicas e pela agência de ‘rating’ DBRS, que subiu o rating da Região pela primeira vez desde 2019, garantindo que “a economia dos Açores neste momento vive momentos de robustez, talvez como nunca, crescemos acima do PIB nacional”.
Por fim, foi José Lourenço Pinto, presidente da Assembleia Geral da Associação Mutualista A Beneficência Familiar, quem tomou a palavra, referindo que “hoje temos aqui presente a a inclusão social, temos a amizade, a solidariedade, o trabalho, a proximidade e o amor. Tratam-se de duas instituições centenárias que estão ao serviço do povo”.
Afirmando que “esta união tem tudo para proliferar no espaço e no tempo”, o presidente da Assembleia Geral da Associação Mutualista A Beneficência Familiar revelou que “estas instituições bancárias, estas Caixas Económicas têm uma vantagem sobre as outras, é que são bancas de proximidade, que sabem cativar e este sentimento profundo não acompanha só o lucro, acompanha mais qualquer coisa, que é o sentimento de proximidade. Por outro lado, estas duas caixas juntas não podem desligar-se da génese da sua fundação, (…) a beneficência, a amizade pelo próximo e a inclusão social, o papel fundamental das nossas vidas”.
Para José Lourenço Pinto, “a simbiose das duas Caixas só tem uma palavra: êxito (…) e eu penso que vai dar frutos e beneficiar os nossos e os vossos associados e, sobretudo, aqueles que precisam de auxílio”.
Posteriormente, os presentes foram agraciados com a palestra do historiador angrense Francisco Maduro-Dias, intitulada “ANGRA E PORTO, uma História partilhada de liberalismo e não só”, que antecedeu o porto de honra e o brinde à longevidade e ao sucesso deste novo balcão da CEMAH na cidade Invicta.