“QUEM ME SUCEDER, TERÁ UM CAMINHO JÁ DELINEADO RUMO ÀQUILO QUE PRETENDEMOS, QUE É CRIAR MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA PARA TODOS OS RABOPEIXENSES”

Jaime Luís Melo Vieira, atual presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe e candidato pelo PSD à Câmara Municipal da Ribeira Grande, nas próximas eleições autárquicas, admite que irá fazer “um trabalho de continuidade”, mantendo o que “foi bem feito” pelo atual executivo. Já relativamente à freguesia que preside há 12 anos, e que celebrou 21 anos de elevação a vila no passado dia 25 de abril, Jaime Vieira acredita que vai deixar a Junta de Freguesia igual ao que encontrou, a nível financeiro, mas melhor a nível de estruturas e projetos.

 

Há quase 12 anos presidente desta autarquia, mais de 50 por cento na qualidade de vila, resuma-me esses 21 anos da vila de Rabo de Peixe?

21 anos de vila de Rabo de Peixe significa 21 anos de um caminho a percorrer rumo ao que Rabo de Peixe precisava, que era haver uma centralidade maior no concelho da Ribeira Grande, ou seja, criar uma importância crescente no que é a vila de Rabo de Peixe no todo. Rabo de Peixe é uma vila com um número de habitantes superior a diversas ilhas dos Açores, e que representa a comunidade mais jovem do país, onde 16,9% da população tem menos de 16 anos. Isso demonstra, acima de tudo, a dinâmica e a vivacidade das nossas gentes. Ao longo dos últimos 21 anos como vila, Rabo de Peixe soube estar no centro do concelho da Ribeira Grande onde representa uma das vilas mais importantes dos Açores e onde está concentrado também aspetos económicos determinantes para o todo da Ribeira Grande, como a questão das pescas, da agricultura, porque é em Rabo de Peixe que temos o maior porto de pescas dos Açores e sediada a sede da Associação Agrícola dos Açores. Representa também, em relação ao todo empresarial da Ribeira Grande, 34 por cento do todo empresarial o que demonstra a vivacidade e a dinâmica económica que a vila de Rabo de Peixe imprime no concelho. A nível cultural também temos uma palavra a dizer e temos vindo a crescer com as nossas festas do Espírito Santo que têm concentrado, nesta vila, uma grande afluência de gente e que, ano após ano, tem vindo a aumentar a dinâmica dessas festividades, o que para nós representa um marco importante rumo ao que queremos, que é elevar cada vez mais o nome de Rabo de Peixe no concelho da Ribeira Grande e no todo da Região Autónoma dos Açores. Temos vindo a conseguir esses objetivos e é preciso não esquecer que, graças também a algumas geminações que temos vindo a conseguir, há três anos fizemos com as freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, e mais recentemente com a freguesia de Câmara de Lobos, na Madeira, temos vindo a cimentar também o nome desta vila fora da Região Autónoma dos Açores.

 

Falando sobre isso, tem aqui, enquanto realizamos a entrevista, uma delegação da Câmara de Lobos, mais uma geminação concretizada. Estas geminações são para os presidentes de Junta viajarem com as comitivas ou é para interagir entre as populações e agentes culturais e sociais?

Essas geminações, no nosso caso, têm dois objetivos. Em primeiro lugar, dar a conhecer o que é Rabo de Peixe, o que esta vila tem, porque é importante no meu ponto de vista e no que tem sido o objetivo da geminação continuar a trilhar um caminho rumo ao que pretendemos, que é dignificar esta vila, mas também proporcionar novos investimentos, novas interações quer sejam culturais ou sociais, de maneira que se possa continuar a trilhar um caminho vitorioso para a nossa localidade. E as geminações que temos vindo a fazer prende-se, acima de tudo, com as trocas culturais que têm vindo a acontecer, e com Matosinhos e Leça da Palmeira isso tem-se vindo a realizar. E agora, por exemplo, com Câmara de Lobos há uma comitiva de 21 pessoas onde não vêm apenas e só o presidente e o executivo, vêm também presidentes de filarmónicas e de outras instituições para se dar início ao que se pretende que é uma troca e interação cultural. Aliás, muito do trabalho que vai ser feito durante estes dias será visitar associações, visitar o tecido empresarial, que acho que ambas as localidades têm muitas semelhanças e podem aprender uma com a outra, e referi isso quando estive em Câmara de Lobos, tem de ser um exemplo, neste caso especifico para Rabo de Peixe, porque é uma freguesia com muitas semelhanças mas que soube catapultar-se e ser um dos grandes centros na Região Autónoma da Madeira e que nos aqui em Rabo de Peixe também estamos a conseguir. Nada melhor do que ir aprendendo com os aspetos positivos que os outros têm e aprender com quem já fez é uma virtude e não um sinal de falta de inteligência. E é isso que queremos fazer com essas geminações.

 

Da cerimónia ocorrida no passado dia 25 de abril, o que destacaria?

Aquilo que temos a destacar será o reconhecimento por parte da Junta de Freguesia àquelas associações e irmandades do Espírito Santo. Homenageamos essas associações porque acreditamos que, devido à história que estas associações têm, mas, acima de tudo, também àquilo que eles conseguem dar a esta vila, porque estas são as maiores festas do Espírito Santo que acontecem na Região Autónoma, são merecedores de reconhecimento por parte desta autarquia, bem como todos os mordomos que dedicam muito tempo para fazer as suas mordomias e irmandades representam um reconhecimento da nossa parte. Outro aspeto importante tem a ver com a segunda fase do acordo de geminação com a freguesia de Câmara de Lobos com a vinda do presidente da Junta de Freguesia de Câmara de Lobos e candidato à Câmara Municipal de Câmara de Lobos, acompanhado de uma comitiva de mais de 20 pessoas onde se salientava 5 presidentes de Junta, que também dignificou a nossa cerimónia e elevar ainda mais o que aconteceu nesse dia. Também é preciso não esquecer que nesta cerimónia a Junta de Freguesia homenageou todos os membros do executivo que durante estes 12 anos fizeram com que Rabo de Peixe tivesse o sucesso que teve nestes últimos anos.

 

Temos também o desfile etnográfico que já é um marco muito importante na vila.

Exatamente, mas infelizmente, e devido ao falecimento do santo padre, fizemos por bem adiar este evento porque a morte do Papa Francisco merece todo o nosso respeito e solidariedade, e em sinal de respeito pelo luto decretado a nível nacional, o desfile só se realizou no dia 1 de maio.

 

Falando de cultura, há uma sala de espetáculos em Rabo de Peixe que era subaproveitada. E havia até algum braço de ferro pela exploração do espaço, se deveria ser o município, se deveria ser a Junta de Freguesia, se devia continuar o Governo Regional… como está essa situação?

Acima de tudo, esta foi uma luta que a Junta de Freguesia porque quando o Governo pretendia concessionar esse espaço, tentando privatizá-lo, a Junta de Freguesia, através do seu presidente, foi o primeiro a insurgir-se na opinião, publica, junto dos meios de comunicação social e foi fazendo pressão junto do Governo Regional para que o Teatro Miramar continuasse na esfera pública, essa era a nossa ambição. E posso dizer que este foi mais um momento importante nas comemorações do 25 de Abril, uma vez que foi assinado o protocolo entre a Câmara Municipal e o Teatro Micaelense para que, finalmente, este espaço passe para a esfera municipal, estando mais próximo da nossa gente  e indo ao encontro daquilo que eram as nossas pretensões para que, de uma vez por todas, esse teatro que na altura foi construído com os Fundos EFTAS continuasse mais próximo da localidade e disponível para as associações da vila bem como para toda a população dinamizar as atividades culturais e não só.

 

Já que falamos de cultura, falamos também de Rúben Pacheco Correia. É um jovem de Rabo de Peixe que lançou a 7 de maio, em Lisboa, “Rabo de Peixe, Toda a Verdade”, e dia 9, em Rabo de Peixe, que contou com a presença de Manuel Luís Goucha. O que significa o lançamento deste livro e como é que o executivo acolhe este tipo de iniciativas?

Acima de tudo, quero parabeniza o jovem Rúben Pacheco Correia pelo percurso que tem vindo a ter e que tem demonstrado ser também uma mais-valia para esta vila porque o que já fez com tenra idade demonstra isso. Este lançamento do livro representa mais um patamar importante na vida dele, mas também vem demonstrar os verdadeiros factos do que aconteceu nesta vila, em alguns episódios que algumas pessoas ainda continuam a insistir que aconteceram, quando não aconteceram, mas é o continuar a colocar Rabo de Peixe também no panorama nacional e não tenho dúvidas, aliás, tenho essa informação, que atualmente nas vendas online este livro está em 2º lugar dos livros mais vendidos online o que representa mais uma vitória para o jovem escritor. A vinda de figuras públicas a Rabo de Peixe e também o facto do livro, que contou também com a presença do presidente do Governo Regional na apresentação, demonstra que este é mais um momento importante na cultura e na história da nossa vila no qual a Junta de Freguesia marcou presença. Para nós é sempre de valorizar este tipo de acontecimentos.

 

Ainda no associativismo, como está Rabo de Peixe em termos de coletividades?

As coletividades em Rabo de Peixe continuam como sempre estiveram, continuam muito bem. Algumas notícias que proliferam nas redes sociais relativamente ao Clube Desportivo de Rabo de Peixe, do qual acumulo a direção do mesmo, considero uma situação perfeitamente normal atendendo aos desenvolvimentos que advém. Nós sabemos que em vésperas de eleições tudo serve para atacar, há sempre pretextos e uma data de inverdades que acontecem, mas posso dizer que no dia em que o Clube Desportivo de Rabo de Peixe receber aquilo que tem de receber, logicamente que a situação estará resolvida. Quer o clube desportivo quer todas as outras associações, continuam como sempre estiveram e acredito que os acontecimentos políticos se não fossem os atuais, ninguém falaria no clube porque é um clube honroso e que tem dado muito ao concelho da Ribeira Grande e mesmo à Região Autónoma dos Açores. Estão pujantes e prontos para continuarem a fazer o trabalho extraordinário que têm vindo a realizar.

 

Que legado deixa ao seu sucessor?

O legado será aquele que também encontrei quando entrei em funções. A nível financeiro, o legado que vou deixar é o mesmo que me deixaram, ou seja, será uma Junta de Freguesia saudável financeiramente, mas que irá encontrar, com certeza, muito do que foi feito a nível interno com materiais de apoio e outro tipo de ferramentas que vai facilitar a vida de quem entrar, o que não encontrei, mas isso é fruto dos tempos e do investimento que fizemos. Mas, acima de tudo, vai encontrar uma Junta de Freguesia diferente e uma vila com muito trabalho feito, com projetos que irão dignificar ainda mais a nossa vila e irá encontrará um trabalho facilitado. Quem me suceder, terá um caminho já delineado rumo àquilo que pretendemos que é criar melhores condições de vida para todos os rabopeixenses.

 

 

“O que me distingue é o que sou como ser humano e espero que as pessoas também o percebam”

É público que a Comissão Política Concelhia, de Ilha e penso que também a Regional, aprovou a sua candidatura pelo PSD à Câmara Municipal. O que o leva a candidatar-se?

Acima de tudo, leva-me a ambição e a paixão que tenho para o trabalho das pessoas. Quando o fiz em 2013, e tinha duas principais ideias ou objetivos, que era, em primeiro lugar, dignificar a vila, fazendo com que Rabo de Peixe fosse reconhecido pelos bons motivos e acho que consegui fazer isso. E o outro objetivo era dignificar a vida das pessoas, ajudando a que cada uma que compõe o todo de Rabo de Peixe pudessem ter uma vida facilitada. E é através dessa paixão de querer ajudar os outros, e através deste amor pela causa pública, é o que me faz também trilhar um caminho que acredito que será vitorioso rumo ao que quero, que é uma candidatura à Câmara Municipal para que, juntamente com a equipa que tenho, e com as 14 freguesias, puder proporcionar uma vida melhor e continuar a colocar a Ribeira Grande no mapa. É um concelho diferente, uma cidade pujante, reconhecida e capaz de continuar a atrair investimentos para que a Ribeira Grande continue a crescer quer seja do ponto de vista económico, social, mas também cultural. Queremos que a Ribeira Grande continue a ser um dos grandes concelhos da Região Autónoma dos Açores e do país.

 

Disse que já tem a sua equipa. Como pensa compor a lista?

A lista ainda está numa fase de construção. O que quero é gente que perceba que o principal objetivo é trabalhar para as pessoas, é por toda a sua luta em prol dos ribeiragrandenses e que perceba que só assim com trabalho em conjunto se pode trilhar o melhor caminho possível para continuar a ter a Ribeira Grande o concelho pujante que todos nós reconhecemos.

 

Mas vai manter alguém da atual equipa?

Isso ainda está em equação e brevemente saberão qual será a equipa que fará parte dos destinos do novo executivo da Câmara Municipal da Ribeira Grande.

 

Considera-se favorito? O que o distingue de Lurdes Alfinete?

O que me distingue é o que sou como ser humano e espero que as pessoas também o percebam. Aquilo que me diferencia da Lurdes Alfinete é o que me identifica como ser humano que sou e rapidamente vão perceber que existem diferenças, não melhores ou piores, mas diferenças e o eleitorado vai perceber em quem deve votar.

 

Sendo um concelho que aposta no turismo, ambiental e desportivo, para quando, ou se é equacionada, a hipótese da criação de uma cidade desportiva com potencial turístico atendendo ao número de hotéis que vão ocorrer, mas com condições dignas, que o atual estádio não tem.

As pessoas vão perceber ao que venho e quais são os principais objetivos. Ainda estamos numa fase muito embrionária, sabemos todos que houve um processo de eleição do candidato e a partir deste momento iremos trabalhar. Logicamente que nem tudo está feito na Ribeira Grande, é preciso fazer muito mais, e todos esses objetivos terão na altura certa da nossa parte aquilo que acharmos que é preciso fazer. Sou uma pessoa ligada às associações, vou trabalhar muito também por essas mesmas associações, sou uma pessoa ligada ao desporto e entendo que o desporto é um dos aspetos principais e que é preciso criar condições para que o crescimento que aí vem a nível de investimentos de hotéis como referiu e outras situações, tenha também outro tipo de apoios para fazer face ao que pretendemos, que é continuar a trilhar um caminho vitorioso. As mais valias que são precisas nós vamos querer criá-las.

 

Mas uma cidade desportiva não é uma prioridade?

Não disse que era, nem que não era. Tudo aquilo que faz falta à Ribeira Grande vamos querer criar. Não posso prometer o que ainda não sei que vou fazer.

 

Qual a importância da JSD nestas eleições? Isto porque, numa entrevista com André Pontes ao AUDIÊNCIA, que será brevemente publicada, o mesmo defendeu uma participação ativa da JSD nas listas, em lugares elegíveis, e mesmo para o executivo municipal.

Logicamente que conto e temos de contar com a JSD, aliás, as minhas listas das Juntas de Freguesia assim o foram, e conto como nunca com a JSD e não só, com todos os jovens capazes no concelho da Ribeira Grande para integrarem de futuro as listas e para terem um papel importante naquilo que será o caminho trilhado para a Ribeira Grande nos próximos anos.

 

O PSD vai concorrer sozinho ou em coligação?

Vai concorrer, como sempre concorreu ao longo destes anos, e estamos aqui para dar continuidade ao trabalho realizado.

 

Há muitas Juntas de Freguesia que vão mudar de liderança, mas é gritante a falta de preparação da maioria dos presidentes de Junta de Freguesia. Tem o cuidado para estas eleições de preparar os candidatos, pelo menos os que vão pela primeira vez, estão devidamente preparados para enfrentar as novas responsabilidades? Até porque ser autarca é cada vez mais difícil…

Logicamente que sim. Há sempre uma preparação para todos os autarcas, mas queria referir que todos os presidentes de Junta de Freguesia merecem, da minha parte, o maior respeito porque ser presidente de Junta é cada vez mais uma missão extremamente difícil, porque financeiramente é pouco reconhecido, em termos de competências temos de depender sempre de outros, e todo o presidente de Junta tem da minha parte o maior respeito possível, não fosse eu também presidente de Junta, e que com as condições que têm e com as ferramentas que têm ao seu dispor fazem muito por cada freguesia. Neste sentido, só tenho de ressalvar e agradecer todo o trabalho que todos os autarcas de freguesia têm vindo a realizar ao longo deste tempo. Logicamente que a formação existe, aliás, o PSD tem vindo a realizar antes de cada ato eleitoral esta formação, e depois do mesmo também há uma data de formações que são feitas e a formação não ocupa espaço, é sempre bem-vinda e vamos continuar a fazer o trabalho que já realizamos noutras alturas na questão da formação dos autarcas.

 

Quais são os objetivos, em termos de Juntas de Freguesia, na sua candidatura e se é desta vez que a Maia muda?

Os objetivos da Junta de Freguesia, o que pretendemos é, no mínimo, manter as que temos e se houver possibilidade tentar conquistar, e acho que temos condições para isso, mais uma ou outra freguesia. Mas não sabemos o que vai na cabeça de cada uma das pessoas que compõem o todo da Ribeira Grande, mas acredito que mesmo na própria Maia podemos continuar a fazer um trabalho rumo ao que pretendemos que é vencer também essa freguesia. O candidato a apontar por nós será alguém que nos pode aspirar a algo mais, uma vez que, da última vez que perdemos na Maia, perdemos por muito pouco e acreditamos que podemos estar próximos agora, vamos trabalhar para isso. E temos de perceber que a Câmara Municipal também terá um papel importante para tentar mudar o rumo dos acontecimentos. Como já disse, estamos próximos, e acreditamos que podemos vencer.

 

A riqueza associativa que existe no concelho da Ribeira Grande é aproveitada ao extremo no espírito de colaboração entre a autarquia e essas entidades no sentido de tornar a sociedade mais sadia e com menos casos de carências, como as Casas do Povo, as Misericórdias, a Associação Casa, as cooperativas agrícolas… qual o seu impacto no concelho e como pretende explorar esta mais-valia?

Essas associações que referiu têm um papel fundamental na área social. Aliás, temos vindo ao longo dos anos a aumentar as competências e, da nossa parte, e da parte da candidatura que vamos apresentar, queremos continuar a ser parceiros dessas instituições. Lembro que a Câmara Municipal da Ribeira Grande ao longo dos anos também tem sido um parceiro importante de cada uma delas, e queremos continuar esse trabalho, reforçando até estas parcerias, porque têm um trabalho importante naquilo que é o combate social e não só. Precisamos dessas associações fortes no concelho, porque sem eles muito do trabalho ficaria aquém e neste sentido vamos continuar esse trabalho de parceria e reforçar ainda mais os meios para que as mesmas continuem a dignificar o trabalho que realizam, um trabalho meritório, que merece todo o nosso respeito e solidariedade.

 

E qual a importância da indústria e do comércio no concelho?

É o que nos traz riqueza. E se continuarmos a ter um comércio rico e forte e uma indústria forte, os problemas sociais serão menores e continuaremos a ter um concelho pujante. O que pretendemos é centrar, cada vez mais, o poder da Ribeira Grande no todo da ilha para que as pessoas, não só os do concelho, mas de outros concelhos, possam vir à Ribeira Grande e deixar parte da riqueza aqui porque só assim continuamos a ter um concelho pujante economicamente, e acredito que estamos no bom caminho.

 

Para mim, e para muitos observadores, existem três Ribeiras Grandes. Para quando a integração da Maia e de Rabo de Peixe nas dinâmicas da Ribeira Grande, já que são dois mini concelhos dentro do próprio concelho?

Relativamente a essa questão do bairrismo, não o tenho vindo a sentir.

 

Mas porque é que, por exemplo, nas Festas de Natal, Rabo de Peixe e Maia são esquecidos?

Rabo de Peixe tendo uma população de 9 mil pessoas, ou perto disso, tem palco e público suficiente para organizar qualquer tipo de evento e o que fizemos enquanto autarcas de freguesia era exatamente isso, colocar Rabo de Peixe também no mapa dos diversos eventos que aconteciam na ilha. Nunca entramos em competição, aliás, nós somos parte integrante do concelho da Ribeira Grande e nunca senti esse tipo de bairrismos e esta pergunta, da minha parte a única resposta que posso dar é que não sinto essa separação. Por duas pessoas do centro da Ribeira Grande que não gostam de mim, há 10 que gostam e valorizam o meu trabalho porque a vida é assim, mesmo em Rabo de Peixe é assim, tive 900 pessoas que não votaram em mim, mas tive outras 1000 que votaram. A vida é assim mesmo.

 

Mas os funcionários da Câmara da Ribeira Grande não entram na freguesia da Maia porque estão proibidos, só os funcionários da Junta de Freguesia da Maia, portanto, há barreiras que são precisas quebrar…

Não tenho conhecimento disso, mas vou-me inteirar, se assim o for, se ganhar as eleições.

 

Se for eleito, vai continuar a apostar 1 milhão de euros, dinheiro e encargos neste valor, com três festivais de música no pico do turismo, que custa a cada ribeiragrandense cerca de 30 euros, quer vão ou não? Será que os cidadãos concordam com esse tipo de iniciativas da Câmara Municipal?

Acho que relativamente a este assunto a Ribeira Grande soube marcar a sua posição naquilo que era as suas ambições. Na Ribeira Grande acontecem festividades para todos os gostos, da cultura religiosa com as Festas do Espírito Santo, ao ambiente com os trilhos, e esse tipo de investimentos que houve foi estratégia da Câmara Municipal para atrair, cada vez mais, mais gente à Ribeira Grande e também dinamizar economicamente o concelho. Tudo isso que foi bem feito pretendemos dar continuidade, claro que todas as situações serão avaliadas e o que foi bem feito é para continuar. O antigo executivo soube colocar a Ribeira Grande no centro da ilha, é um concelho que toda a gente conhece e fala e que geograficamente está muito bem localizado também. O antigo executivo fez um trabalho que considero meritório no que diz respeito a colocar a Ribeira Grande no centro.

 

Dizem que o único mérito de um dos festivais, foi destruir o Festival da Praia da Vitória, que agora quase ninguém lá vai. É esse o objetivo de dar cabo da ilha do vizinho?

Não sabia, mas não é isso que nos preocupa. O que nos preocupa é continuar a fazer o bom trabalho que foi feito. É importante continuar a dinamizar a Ribeira Grande.

 

Mas esses 30 euros que cada um paga para um festival onde não vão, e até incomoda alguns, não seria mais bem empregue esse dinheiro noutras coisas?

Independentemente do valor que está em causa, é preciso perceber se este valor está a prejudicar alguma área da Ribeira Grande. Está a prejudicar a nível social, onde a Câmara tem feito uma aposta fortíssima? Tem prejudicado no apoio às associações? Não tem. A Ribeira Grande, neste momento, é um exemplo para todos. Todos os assuntos serão avaliados da nossa parte, logicamente que tenho as minhas ideias e a minha maneira de ser, mas haverá também um trabalho de continuidade.

 

Também é dos candidatos que vai lançar promessas para o ar para que, daqui a 12 anos, outro venha repeti-las?

Eu prometo trabalho, dedicação e uma grande entrega pela causa pública, é isso que prometo e vou dizer às pessoas. Terei as minhas medidas, que vou dar a conhecer, mas as promessas em vão não acontecerão, mas vou trabalhar para os objetivos propostos, é o meu modo e maneira de ser. Faço intenção de cumprir, senão, vamos só governar para quatro anos e eu quero governar por muito mais anos.

 

A diáspora e os ribeiragrandenses de todo o concelho, o que podem contar com o presidente Jaime Vieira? Apenas uma visita para ir buscar dinheiro para campanhas eleitorais ou vão dar alguma coisa aos imigrantes?

A minha campanha eleitoral é feita pela essência da própria pessoa. Já tive em campanhas eleitorais em que os adversários apresentaram grandes ferramentas, investiram fortunas, mas o que vale é a própria essência. E a minha campanha passa muito por isso, pelo contacto porta a porta, dar a conhecer os meus objetivos e as pessoas conhecerem quem é a pessoa que está à frente, isto é meio caminho andado para que se possa trilhar um caminho. O parecer ser não é tudo, ou as pessoas gostam do candidato ou não, se não gostarem de um candidato ele pode vir pintado de ouro que não ganha as eleições, isso está mais do que provado. Relativamente à diáspora, podem contar que aquilo que vamos tentar promover junto deles é que a Ribeira Grande poderá ser o local ideal para eles investirem porque é um concelho de futuro, onde o futuro será risonho, e é neste sentido que queremos lançar a mensagem e demonstrar a esta comunidade extremamente importante que vale a pena vir investir na Ribeira Grande.

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