A Santa Casa da Misericórdia de Ribeira Grande inaugurou a obra de requalificação do novo Centro de Dia, situado nas instalações integradas na antiga Fábrica da Chicória da Ribeira Grande, no passado dia 14 de dezembro.
O custo total da obra realizada foi de 360 mil euros, tendo a Santa Casa recebido apoio do Fundo Rainha Dona Leonor no montante de 140 mil euros.
As novas instalações do Centro de Dia da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande tiveram um custo total de 360 mil euros. Através do Fundo Rainha Dona Leonor foram disponibilizados 140 mil euros, tendo a Santa Casa investido a restante quantia.
O Provedor, Nelson Correia, esclareceu que a candidatura da requalificação do Centro de Dia foi uma das que passou à segunda fase, “com a sua candidatura fortemente apresentada de entre as 99 Santas Casas de Portugal”. Atualmente, a Misericórdia da Ribeira Grande aguarda a comparticipação do custo do equipamento deste Centro de Dia pelo Governo Regional.
Nelson Correia afirmou, durante o seu discurso, que “as velhas instalações do Centro de Dia estavam longe de proporcionar os parâmetros mínimos de conforto aos nossos utentes”, sendo que a nova obra “permite oferecer melhores condições”. De acordo com o Provedor, o objetivo desta requalificação é oferecer mais “comodidade e qualidade na prestação de serviços”, promover a intergeracionalidade entre os idosos e os jovens e crianças dos ATL’s e das creches da instituição e ainda abranger novos utentes com um grau de formação académico e profissional superior.
Havendo a possibilidade de proporcionar diferentes atividades no Centro de Dia, consequência da oferta das instalações, “pretende-se realçar o maior número de atividades” de acordo com os interesses e capacidades de cada utente. Durante a inauguração do Centro de Dia, foi dado a conhecer um “sistema interativo destinado a seniores” para que “os utentes interajam com o mundo e com os familiares”. Segundo Nelson Correia, a parceria desenvolvida entre a Santa Casa e a empresa siosLIFE visa a utilização destas novas tecnologias, é de fácil acesso e possibilitará um desenvolvimento das faculdades cognitivas e de motricidade de cada idoso.
A Secretária Regional da Solidariedade Social, que presidiu à cerimónia, fez ainda saber de uma ação que visa promover a atividade física junto dos idosos, salientando a importância das autarquias potenciarem o seu papel de proximidade, promovendo a atividade física junto dos idosos. Durante o seu discurso, Andreia Cardoso afirmou que “a promoção do envelhecimento ativo, assim como a garantia da universalidade do acesso aos cuidados necessários e de uma qualidade de vida estável a quem está em fase avançada de vida, são missões de todos nós e o compromisso do Governo dos Açores está espelhado nas prioridades definidas na nossa Estratégia Regional de Combate à Pobreza e à Exclusão Social”.
Neste âmbito, lembrou de algumas medidas instauradas pelo Executivo: o reforço no Complemento Regional de Pensão e o apoio para a aquisição de medicamentos (COMPAMID). Também presente na inauguração do novo Centro de Dia esteve Tânia Fonseca, vice-presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, elogiando a instituição pela sua “qualidade”, revista na “capacidade de adaptação aos novos tempos e aos novos desafios que mais de quatro séculos de vida colocam”.
Neste âmbito, disse ainda que “a obra que aqui é inaugurada é precisamente resultado desta visão da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, de perceber que aquilo que existia não era suficiente, e que os seus utentes e colaboradores mereciam uma melhoria”. Tânia Fonseca fez ainda referência à “necessidade de se equiparar, urgentemente, as diferenças salariais existentes entre colaboradores das IPSS e misericórdias e os colegas da função pública”, elogiando o “amor à camisola” com que trabalham na sua instituição.
Em representação do Fundo Rainha Dona Leonor (fundo criado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em parceria com a União das Misericórdias Portuguesas para apoiar as Misericórdias de todo o país), esteve na cerimónia Inês Dentinho que considerou o projeto ribeiragrandense de “muito interesse”, tendo em conta que antes de saberem os parâmetros de avaliação utilizados pelo Fundo (projetos que valorizassem o “envelhecimento ativo e a inovação”), já os utilizavam.
Inês Dentinho afirmou que a escolha “é uma coisa que não se pode tirar a ninguém, muito menos no fim da sua vida”, valorizando o trabalho exercido pela Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, dizendo que gostava que este exemplo “pudesse espelhar o resto do país porque é de facto exemplar”.
A representante do Fundo Rainha Dona Leonor exemplificou ainda a “maior parte dos lares”, comparando a “uma espécie de colégio interno em que as pessoas se levantam, têm de tomar banho, tomar o pequeno-almoço e vão para uma cadeira à espera da próxima refeição”. Inês Dentinho elogiou o trabalho desta Santa Casa em favor do envelhecimento ativo, constatando que “a nossa felicidade e satisfação é ver que não estamos sozinhos e que recebemos lições de provedores que estão atentos aos mesmos problemas, que é o caso da Ribeira Grande”.
Com capacidade para 35 utentes, na nova obra do Centro de Dia consta um ginásio, uma sala de descanso, duas salas de convívio, instalações sanitárias, uma biblioteca e um refeitório com a respetiva cozinha de serviço e ainda um jardim interior e estufas onde os utentes poderão ocupar o seu tempo.
A Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande é o terceiro maior empregador do concelho com 215 trabalhadores, e assiste 700 utentes, entre eles 550 crianças e jovens e 150 idosos, distribuídos por 30 valências.