A Assembleia e a Câmara Municipal da Trofa assinalaram o 49º aniversário do 25 de Abril de 1974, com a concretização de uma sessão solene, que decorreu no Fórum Trofa XXI e contou com a intervenção de jovens trofenses, assim como dos líderes de cada partido, com representação nesta casa da democracia. Dedicada ao tema “Olhar a Liberdade”, esta cerimónia contemplou, ainda, o concurso de fotografia, que se guiou pelo mesmo mote e foi conquistado por Ana Beatriz Pereira Ferreira, com a imagem intitulada “O Recomeço”.
A cerimónia comemorativa do 25 de Abril, organizada pela Assembleia e pela Câmara Municipal da Trofa, decorreu no Fórum Trofa XXI e foi inaugurada com um momento musical, protagonizado pela Orquestra de Ritmos Ligeiros da Trofa.
Com o mote “Olhar a Liberdade”, o 49º aniversário da Revolução dos Cravos evidenciou a participação dos jovens do concelho, como guardiões da democracia, no futuro, e contemplou a projeção, através de fotografias, dos sonhos, sentimentos, esperança, alegria e união, aquando do 25 de Abril.
Seguidamente, decorreram as intervenções dos líderes dos partidos com representação na casa da democracia trofense, que refletiram sobre os valores, deveres e direitos conquistados, em 1974.
Na ocasião, António Azevedo, vice-presidente da Câmara Municipal da Trofa, fez questão de asseverar que “estas comemorações do 49º aniversário do 25 de Abril de 1974 são, também, um desafio para as novas gerações, pois é a elas que cabe a continuidade da nossa democracia”.
Assegurando que valeu a pena “lutarmos por um futuro melhor para todos”, o edil trofense sublinhou que o legado de Abril é incontestável, não só por ter consolidado a democracia, mas, também, “por nos ter aberto portas a uma integração plena, na comunidade europeia”, alertando que, quase 50 anos depois, “ainda é importante comemorarmos esta data, porque há conquistas a fazer, mudanças urgentes a implementar, se queremos consolidar Portugal, como o país que os portugueses sonharam e merecem. (…) Não podemos baixar os braços e considerar que Abril está cumprido, porque não está. Em 49 anos muito mudou, mas o nosso caminho continua em aberto”.
Mais tarde, chegou o momento, no qual se abriu espaço à voz do futuro. Por conseguinte, os presentes foram brindados com um momento musical, protagonizado pela Oficina Musical da Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro, dirigida pelo professor José Tavares, ao qual se seguiram os discursos dos alunos deste Agrupamento de Escolas, Lara Faria, Rafael Costa e Rita Maria Magalhães, que falaram sobre o 25 de Abril e a importância da liberdade.
Durante esta sessão solene, que também contou com a atuação dos alunos da Escola Secundária da Trofa, Rodrigo Pedroso Silva, Beatriz Maia e Guilherme Maia, que interpretaram “Grândola Vila Morena”, de José Afonso, foram, também, anunciados os derradeiros vencedores do concurso “Olhar a Liberdade”. Neste seguimento, o júri, composto por Napoleão Ribeiro, da Câmara Municipal da Trofa, António Tedim, fotógrafo, e Isabel Cruz, presidente da Assembleia Municipal da Trofa, deliberou que foi Ana Beatriz Pereira Ferreira a grande vitoriosa, com a fotografia intitulada “O Recomeço”, tendo sido agraciada com um prémio no valor de 500 euros, tendo o madeirense Tiago José Silva alcançado o segundo lugar, com a imagem denominada “Liberdade de Ser Livre” e recebido um cheque no valor de 300 euros, ao passo que Maria Carolina Ribeiro ficou na terceira posição, com a fotografia designada “Salto” e foi agraciada com um prémio no valor de 200 euros.
Por fim, foi Isabel Cruz, presidente da Assembleia Municipal da Trofa, quem interveio na cerimónia comemorativa do 49º aniversário do 25 de Abril, usufruindo do momento para agradecer a presença dos jovens trofenses, assegurando que pretende que estes “sejam os protagonistas das sessões comemorativas da Revolução dos Cravos, para que Abril continue a ser festejado”.
Alertando para os perigos e atentados à liberdade, a presidente da casa da democracia trofense enalteceu que “espero que um dia, não muito longínquo, a liberdade também passe pela Ucrânia e o olhar de sofrimento se converta num olhar livre e pleno de esperança”, frisando que “todos os dias, quero pensar e procurar Abril, mas, nesta busca constante, muitas vezes não o encontro”, nos refugiados e dos migrantes, em todos os que não têm esperança no futuro, nos sem-abrigo, vítimas de violência doméstica, crianças molestadas e desprotegidas e idosos. Contudo, a edil fez questão de ressaltar que encontra Abril, “em todos os que abrem os braços e protegem os mais vulneráveis, em todos os profissionais que, mesmo sem todas as melhores condições de trabalho, dão o melhor de si em prol dos outros, nas escolas e em todas as instituições, onde se pratica a solidariedade”.
Reforçando, uma vez mais, que encontra a Revolução dos Cravos, “aqui e agora, onde o poder local acontece e, de forma livre, expressamos o nosso pensamento”, Isabel Cruz frisou que “temo que este Abril, que nos preenche e realiza, possa estar doente, por falta de cuidados, tratamento e dedicação. Que saibamos todos, cada um no seu espaço de intervenção, cuidar de Abril e passar o testemunho da sua riqueza a todos os que não viveram a falta de liberdade e que, por isso, poderão estar menos preparados para identificar os alertas e ameaças que, aqui e ali, vão surgindo. Todos temos de cuidar da democracia, de ter coragem para, hoje, em nome da liberdade sonhada e a partir de 25 de Abril de 1974 vivida, identificarmos e denunciarmos as causas para as frustrações, desilusões, fragilidades, insuficiências da democracia e da liberdade”.
Assim, a sessão solene, que assinalou os 49 anos do Dia da Liberdade terminou com mais um momento musical, proporcionado pela Orquestra de Ritmos Ligeiros da Trofa, que interpretou o Hino Nacional.