SEMINÁRIO DA REDE MUNICIPAL DOS CATLS TERÁ 2ª EDIÇÃO EM 2023

O Teatro Ribeiragrandense foi palco do seminário “Direito ao tempo livre, lazer e cultura na infância e juventude”, organizado pela Cooperativa A Ponte Norte, no âmbito da Rede Municipal dos CATL. José António Garcia, vereador da Câmara da Ribeira Grande, e João Dâmaso Moniz, presidente da entidade organizadora, participaram no evento que consistiu numa partilha de opiniões e experiências sobre a ocupação dos tempos livres das crianças.

 

 

 

No passado dia 12 de novembro, decorreu, no Teatro Ribeiragrandense, o seminário “Direito ao tempo livre, lazer e cultura na infância e juventude”, promovido pela Cooperativa de Ensino e Desenvolvimento Profissional – A Ponte Norte, através da Rede Municipal dos CATL, com o apoio da Câmara Municipal da Ribeira Grande.

A sessão de abertura contou com a intervenção do vereador José António Garcia, que deu as boas-vindas a todos os participantes e congratulou a organização pela iniciativa e pela oportunidade do tema em discussão. O edil aproveitou, ainda, para realçar a estreita cooperação entre a autarquia, a Cooperativa A Ponte Norte e os diversos parceiros da Rede Municipal dos CATL, tendo, também, referido, no âmbito do ensino, algumas das iniciativas que a Câmara Municipal tem em curso, entre elas, os projetos extracurriculares com as escolas do 1º ciclo, a atribuição de bolsas de estudo a alunos do ensino superior, as manutenções dos edifícios das escolas do 1º ciclo e o já anunciado Plano Municipal de Combate ao Abandono e Absentismo Escolar no concelho.

“A Cooperativa A Ponte Norte é, já há alguns anos, a entidade gestora da rede dos CATL da Câmara Municipal da Ribeira Grande e aproveito para dar nota de que esta tem, atualmente, cerca de 280 crianças, dispersas por 10 freguesias do concelho”, começou por contextualizar João Dâmaso Moniz, presidente da entidade organizadora do evento. Além disso, também enfatizou que, apesar da cooperativa ser responsável pela distribuição do financiamento pela rede, são as instituições, como casas do povo, santas casas, centros sociais e paroquiais, que dinamizam, nas suas salas, as diferentes atividades. Há, no entanto, um coordenador municipal que percorre todas as instituições e faz a ponte entre elas, a Cooperativa A Ponte Norte e a Câmara Municipal. João Dâmaso Moniz aludiu, também, o facto de a rede municipal ter conquistado uma dinâmica e dimensão considerável nos últimos tempos, justificando a necessidade de uma iniciativa como esta. “Achamos que seria oportuno fazer um evento e que ele envolvesse, não só, os pais das crianças, mas também os colaboradores e os profissionais que, diariamente, dinamizam e colaboram com a rede”, referiu, destacando que “também tivemos a participação dos alunos da Escola Profissional da Ribeira Grande, do Curso de Técnico de Apoio à Infância. São jovens que, apesar de estarem no primeiro ano, quando terminarem a sua formação profissional vão ter a oportunidade de colaborar com a nossa rede”.

O diversificado painel de oradores contou com nomes como Isabel Condessa, Francisco Sousa e Paulo Bolhões, da Universidade dos Açores, Fernando Vieira, do Instituto Piaget de Almada, Vânia Cunha, da VidAçor, e Rita Bonança, da Universidade Iberoamericana. “Tivemos a oportunidade de contar com oradores do continente, pessoas que estão ligadas às questões da importância do tempo livre e das atividades nesse período, às questões da educação formal e informal, e de pessoas da Universidade dos Açores, que também se têm debruçado sob essas temáticas. Juntamos essas pessoas todas e tivemos um seminário que foi, na minha opinião, um momento de troca de experiências e de enriquecimento pessoal”, mencionou o presidente da Cooperativa A Ponte Norte, que ainda reforçou a relevância do evento “para perceberemos até que ponto as nossas atividades e aquilo que é a dinâmica local se diferencia de uma dinâmica a nível nacional, percebermos se estávamos a trabalhar de forma diferente, o que não verificamos, a realidade é que estas temáticas, felizmente, são transversais e têm sido, de certa forma, desenvolvidas, aqui, a par e passo e a uma velocidade semelhante do que é feito a nível nacional”.

Relativamente à discussão de se os atelieres dos tempos livres devem, ou não, contar com a vertente de apoio escolar, com a realização, por exemplo, dos trabalhos de casa, ou se devem dedicar-se apenas a atividades lúdicas, as opiniões no seminário foram quase que unânimes. “Apesar de, obviamente, existirem várias teorias, naqueles que tiveram presentes, há uma tendência de excluir a parte escolar, ou seja, de defender que os atelieres dos tempos livres devem ser isso mesmo, locais onde as crianças podem brincar. Até porque, e isso foi um dos assuntos discutidos, devido à digitalização e informatização das próprias brincadeiras, as crianças são, cada vez mais, seres solitários, que brincam muito sozinhas, não só pelos tablets e computadores, que o permitem, mas também porque as famílias têm cada vez menos filhos, ou seja, as crianças não têm, em casa, irmãos para brincar”, explicou João Dâmaso Moniz.

Além desta vertente mais formal do evento, o seminário “Direito ao tempo livre, lazer e cultura na infância e juventude” contou com a animação dos Bombomania, do Grupo Folclórico Infantojuvenil dos CATL da Santa Casa da Misericórdia do Divino Espírito Santo da Maia, do Grupo de Dança dos CATL da Casa do Povo da Ribeira Grande e de dois momentos de yoga, proporcionados por Vânia Cunha, da VidAçor.

Com cerca de 200 participantes, o presidente da entidade organizadora garantiu que “o balanço é positivo e é uma experiência que vamos querer repetir, numa segunda edição, no próximo ano”, sendo que o sonho passa por expandir a rede. “Apenas 10 das 14 freguesias do nosso concelho têm acesso à Rede Municipal dos CATL. A nossa ideia é cobrir a totalidade do concelho, chegar às 14 freguesias, esse será um dos projetos do futuro”, concluiu João Dâmaso Moniz.