“SOU UMA TARTARUGA COM A CASA ÀS COSTAS”

Entre Portugal e Brasil, Jussara Binotto tem várias ideias para manter o seu canal, o Canal da Ju, um programa que está em constante crescimento e, segundo a sua criadora, tem várias propostas para continuar e expandir ainda mais.

Quem é Jussara Binotto?
É uma menina que começou na televisão com os seus 14 anos, em São Paulo. Eu sou de Santos, uma cidade ao lado de São Vicente. Fiz o meu primeiro trabalho na revista “Raça” com muito suor, lembro até que a minha mãe disse que eu era “maluca”, mas fui realmente batalhar pelos meus objetivos até hoje. Já estou em Portugal há bastante tempo, a batalhar no meu programa porque não é brincadeira nenhuma implantar um programa brasileiro no meio dos portugueses, mas estou a ser bastante bem acolhida pelos portugueses. Essa é Jussara Binotto, uma mulher que não tem limites para batalhar, trabalhar e chegar onde quero chegar.

 

Aos 14 anos começou então esta “loucura” pela televisão e pela apresentação, quando ocorre a vinda para Portugal? E porquê?
Vim para Portugal em 2002 para estudar, fazer faculdade de Tradutora/Intérprete. Estive na faculdade durante um ano, no Porto, porque já tinha estado no Brasil e depois acabei por não regressar, fiquei por cá até hoje.

 

Neste momento, tem no ar o seu canal na MEO, 883738.
Sim, todos os sábados. Além disso, está sempre disponível no YouTube, no Facebook e agora na TVCine no Brasil que é uma parceria que temos com eles. É uma televisão bastante divulgada no Brasil, e estou a batalhar para chegar aos meios. Agora vou para o Brasil para fechar mais contactos e trazer para Portugal.

 

Como é que é possível manter-se viva neste meio?
Com Deus no coração e muita fé, porque a oposição é muito complicada.

 

Mas consegue sobreviver?
Estou a sobreviver. Com muita garra, batendo à porta dos patrocinadores e das pessoas para me poderem ajudar, entrar para a “família” MEO, com o Canal da Ju. Muitas pessoas acham engraçado o programa, estou a ser muito bem acolhida pelos portugueses.

 

Está de partida para o Brasil onde vai acompanhar o Carnaval e participar noutros “carnavais”. Pode desvendar um pouco sobre isso?
Já estive o ano passado no Carnaval no Brasil, fiz a cobertura com o João Dória, o Prefeito de São Paulo, entrevistei-o a ele, ao Frota e ao César Filho, e este ano optei por explorar o lado do Carnaval baiano, de Salvador, e vou estar nos camarotes em Salvador a fazer entrevistas com as pessoas de lá para trazer esse conteúdo para Portugal.

 

Além disso, tem outros projetos em carteira no Brasil?
Tenho convites, tenho projetos, não só em São Paulo como em Goiânia, em Caldas Novas. Muitas pessoas que veem o meu programa aqui querem conversar comigo e fechar negócios, mas vamos ver. É segredo ainda.

 

Relativamente a Portugal, tem perspetivas de regressar ou fica-se pelo calor brasileiro?
Tenho propostas aqui em Portugal também para expandir o meu programa, e estou num momento off na minha vida. Primeiro, quero chegar ao Brasil e ver a minha família, que já não vejo há bastante tempo, refletir, colocar tudo numa balança e só depois decidir o que quero no momento. Se quero voltar para Portugal? Quero. Tenho uma proposta muito boa. E quando falo de Portugal, falo dos Açores, nomeadamente da Ribeira Grande que me emocionou e deixou sem palavras as propostas que tive aqui das pessoas. Não tenho palavras para descrever como as pessoas daqui são maravilhosas. Gostaria muito de morar aqui na Ribeira Grande e de expandir mais os meus projetos. Vamos ver o que reserva 2018.

 

Qual o seu maior sonho?
Que o canal da Ju seja em aberto. Neste momento, este canal é o que eu respiro.

 

As rasteiras, não a fazem parar?
Nunca. Isso para mim é combustível. Quanto mais eu caio, mais me levanto.

 

Este viajar entre Portugal e Brasil não faz de si uma “vagabunda” do mundo global?
“Vagabunda” tem vários significados. Mas não, não faz. Eu cada vez mais vou à procura de conhecimentos. Chego ao Brasil, há novidades, pego nas novidades de lá e trago para Portugal. Sou uma tartaruga com a casa às costas. Tento sempre expandir, porque parar é morrer.

 

Então os seus espetadores no Brasil e em Portugal têm muito a esperar de si?
Muito mais!