UMA FORTE MENSAGEM DE AFIRMAÇÃO

O XX Congresso do Partido Comunista Português constituiu, antes de mais, uma inequívoca afirmação de unidade e identidade que não encontra paralelo nas outras forças políticas que, por acção ou omissão, têm demonstrado incapacidade em sintonizar as respectivas siglas com o projecto político defendido.

Nas numerosas intervenções, os Delegados vindos de todas as regiões do País e procedentes de variadas áreas profissionais, tais como, operários e outros trabalhadores, pequenos e médios agricultores e empresários, intelectuais, jovens, mulheres, reformados, pessoas com deficiência, homens e mulheres da ciência, todos trouxeram para o Congresso os problemas reais da vida na sua região e no seu sector de actividade, a realidade nas empresas e locais de trabalho, as políticas económica, da saúde, da educação, da segurança social, da água pública, do valor do trabalho, da cultura, da produção nacional, da soberania nacional, da vida partidária e da necessidade do reforço político, social e eleitoral do Partido, para ajudar a construir uma política alternativa para o País, para a qual enalteceram o valor estratégico da luta e do seu desenvolvimento para assim romper com os bloqueios e constrangimentos ainda existentes, a que não são alheias a necessidade da preparação para a saída do euro e a renegociação da dívida soberana.

Os Delegados também se pronunciaram sobre a situação internacional, nomeadamente na União Europeia, temas sobre os quais foi possível ainda ouvir alguns dos elementos das sessenta e duas delegações estrangeiras a quem foram manifestados expressivos sentimentos de apoio e solidariedade internacionalista, em particular às delegações de países agredidos e ameaçados pelo imperialismo nomeadamente Cuba, Síria, Palestina e Ucrânia.

O Congresso deixou ainda claro que o Partido Comunista Português não renunciará a nenhum esforço para defender e conquistar direitos e melhorar as condições de vida dos trabalhadores e da população portuguesa em geral, mas referindo e enfatizando, na Resolução Política aprovada, que não há caminho alternativo sem a ruptura com a política de direita vigente nas últimas quatro décadas.

Reforçado pelo seu XX Congresso, o Partido Comunista Português está agora em melhores condições para prosseguir esse caminho.

Sobre o Congresso cabe ainda referir o comportamento da comunicação social, dominante e dominada pelo poder do capital monopolista, a qual, sem rebuço e vergonha, tentou antes e depois denegrir, manipular e mesmo mentir relativamente ao XX Congresso do Partido Comunista Português, avançando com títulos jornalísticos que nada mais constituíram senão preconceitos e anticomunismo primário, em que sobressaíram o Expresso e a sua campanha dedicada ao tema do património do PCP e o Público, propriedade da Sonae, cujo estatuto editorial até exclui, pasme-se, a «dependência de ordem ideológica, política e económica», mas que se permitiu textos e considerações da autoria de alguns responsáveis, dignos de constar no anedotário nacional, escritos esses bem alinhados com a teses dos partidos da direita e constituindo tentativas de deturpação, caricatura e intriga mediática, para condicionar o Congresso, criar-lhe dificuldades e impedir o grande êxito que efectivamente foi.

Pode bem dizer-se que o Partido Comunista Português saiu do seu XX Congresso mais forte e com mais vitalidade para continuar a luta pelo projecto e ideal que segue e consta dos seus Estatutos.