VACA DA LOMBA DA MAIA FOI A GRANDE CAMPEÃ DO VIII CONCURSO MICAELENSE HOLTEIN FRÍSIA DE OUTONO

O VIII Concurso Micaelense Holstein Frísia de Outono teve lugar no Parque de Exposições de São Miguel, na Ribeira Grande, entre os passados dias 25 e 27 de novembro. José Manuel Bolieiro, presidente do Governo Regional dos Açores, marcou presença no evento e acabou por anunciar o fim de algumas burocracias, que impediam cerca de três mil agricultores açorianos de se candidatarem a fundos comunitários. Por fim, foi a vaca ‘ORP Mccutchen Maia’, da exploração de Óscar e Roberto Ponte, da Freguesia da Lomba da Maia, a Grande Campeã do concurso.

 

 

 

Decorreu, entre os passados dias 25 e 27 de novembro, no Parque de Exposições de São Miguel, no Recinto da Feira, em Santana, Rabo de Peixe, na Ribeira Grande, o VIII Concurso Micaelense Holstein Frísia de Outono. O evento, que já é uma atração, não só para o público regional, mas também nacional e internacional, foi um sucesso e ficou marcado pela excelência e beleza dos animais. Paralelamente, realizou-se a 42º Expo Aves 2022. Na sessão de abertura estiveram presentes Jorge Rita, presidente da Federação Agrícola dos Açores e da Associação Agrícola de São Miguel, José Manuel Bolieiro, presidente do Governo Regional dos Açores, Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, e António Ventura, secretário Regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural.

Jorge Rita foi o primeiro a dirigir-se aos presentes e falou sobre as dificuldades e reivindicações dos produtores e agricultores da região. Além de salientar a falta de mão de obra nas explorações, recordou os tempos difíceis que passaram nos últimos anos. “As coisas nunca mais poderão ser como antes, nunca mais poderemos estar numa situação tão difícil como a que os agricultores passaram nos últimos anos, é impensável (…) com dois anos de pandemia, a economia particamente paralisou, para todos, mas a agricultura não parou, continuou a trabalhar, continuou a produzir alimentos, para que nada faltasse à população, nas suas casas”, recordou.

O presidente da Federação Agrícola dos Açores também deixou bem claras as reivindicações do setor, desde logo, a necessidade de apoios para que os produtores possam investir para não perderem a qualidade e excelência do seu produto. Jorge Rita também mencionou um problema “que atormenta muitos agricultores”, relacionada com os entraves burocráticos que existiam para candidaturas a fundos comunitários, relacionados com a posse dos terrenos. Por fim, no seu discurso, frisou o “grande diferencial do preço do leite, daqui da região em comparação com o continente”, afirmando que isso não pode acontecer, até porque “não há produtores de leite de primeira e produtores de leite de segunda”, porém demonstrou que “temos consciência de que o leite dos Açores é muito melhor do que o leite do continente”.

Já o presidente do Governo Regional dos Açores enalteceu o concurso e o seu contributo para os Açores continuarem a apostar na palavra “excelência”. “Este concurso representa, não apenas uma história, mas sobretudo um fundamento do futuro, que é empenharmo-nos em sermos excelentes e bons no que fazemos, empenhados em inovar e aperfeiçoar para sermos competitivos, entre os melhores, e nunca na cauda das cadeias de valores, com quem partilhamos e competimos, não só no nosso país, mas na Europa”, reforçou.

José Manuel Boleiro também recordou a sua descendência, de agricultores, e do quanto aprendeu, com eles, a ser lutador, “a acordar, todos os dias, para resolver os problemas e agarrar as oportunidades”. Mas, o discurso do líder do Governo Regional dos Açores, ficou marcado, sobretudo, pelo anúncio de algumas medidas relacionadas com as reivindicações apontadas por Jorge Rita. “Alguns dos produtores, consumidores da terra agrícola, mas não seus proprietários, estavam perante uma dificuldade burocrática e de exigência comunitária, mas também nacional, embora o país não tenha resolvido, com lei adequada, a facilitação desta burocracia”, começou por dizer, lembrando que isto atinge muitos açorianos, devido, em grande parte, à questão da emigração. “Problema identificado, empenho e dedicação assumidos, problema resolvido. Quero transmitir-vos, e deixar a todos os consumidores de terra, não proprietários, que podem, a partir de janeiro, nos serviços de desenvolvimento agrário da ilha respetiva, iniciar o processo para este reconhecimento”, contou, lembrando que, esta situação, resolve o problema de “cerca de três mil agricultores dos Açores, mais de 30% dos terrenos agrícolas”.

O autarca aludiu, ainda, que, outro dos problemas identificados, foi o aumento do preço do gasóleo agrícola, anunciando o pagamento de 10 cêntimos por litro, do total consumido no ano de 2021, de forma “a fazer justiça aos custos inesperados desta conflitualidade europeia e mundial, que resultou nesta inflação e está a dificultar a vida àqueles que querem produzir e criar riqueza”.

Foi a vaca ‘ORP Mccutchen Maia’, da exploração de Óscar e Roberto Ponte, da Freguesia da Lomba da Maia, a Grande Campeã do VIII Concurso Micaelense Holstein Frísia de Outono. O segundo lugar do pódio foi conquistado pela vaca ‘Maravilha’, pertencente à exploração de António Pacheco, da Freguesia das Furnas e, por fim, o bronze foi entregue à vaca ‘Tara’, da exploração de Paulo Pacheco, da Freguesia da Maia.