“VAMOS CONTINUAR A NOSSA MISSÃO, FAZENDO MAIS E MELHOR, EM PROL DAS PESSOAS E DO MUNICÍPIO QUE SERVIMOS”

Comemorou-se, no dia 4 de maio, o Dia da Unidade e o 183º aniversário dos Bombeiros Sapadores e Proteção Civil de Vila Nova de Gaia. A cerimónia contou com a presença de Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, e Guilherme Aguiar, vereador da Proteção Civil, mas foi a presença de vários elementos aposentados que se distinguiu nas intervenções. José Viana, comandante dos Sapadores, fez um discurso repleto de pedidos e sonhos para o futuro, mas aquele que ficou mais vivamente marcado foi a pretensão de passar a corporação a Batalhão. O presidente da Câmara reforçou esse desejo, marcando-o como fundamental para que nunca se pense na possibilidade de extinguir a associação histórica em Gaia.

 

 

No dia 4 de maio comemorou-se o Dia da Unidade e o 183º aniversário dos Bombeiros Sapadores e Proteção Civil de Vila Nova de Gaia. Na singela cerimónia de comemoração estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, o vereador com o pelouro da Proteção Civil, Guilherme Aguiar, o comandante da Polícia Municipal de Gaia, Telmo Moreira, o comandante do Batalhão de Sapadores do Porto, bem como representantes das diversas associações humanitárias de bombeiros voluntários do concelho. Também se fez notar a presença de diversos bombeiros sapadores reformados, assim como a nova recruta, que se iniciou em abril, e que estava alinhada com o corpo ativo dos Sapadores.

Depois do cumprimento formal do grupo de bombeiros ao presidente da Câmara Municipal, José Viana, comandante interino dos Bombeiros Sapadores de Gaia, tomou a palavra. “Celebramos, hoje, mais um aniversário, o 183° desde que foi fundada a Companhia de Incêndios a 4 de maio de 1839, pela rainha D. Maria II”, começou por dizer, referindo que a instituição caminha a passos largos para os 200 anos de um papel prestigioso no município. Seguiu-se a demonstração de enorme satisfação pela presença dos elementos aposentados no evento. “É graças a vós que estes bombeiros têm um passado rico, respeitado e honrado, um presente condigno e um futuro próspero, que poderá e deverá ser brilhante. Vocês deixaram-nos a grande responsabilidade de evoluirmos e darmos continuidade ao excelente trabalho que desenvolveram”, disse José Viana.

O comandante fez uma espécie de balanço do último ano, lembrando que, apesar da crise pandémica, “os Bombeiros Sapadores conseguiram manter a sua total operacionalidade, assegurando o socorro em todo o território do município, incluindo o meio aquático (mar e rio), estando empenhados em 6592 operações de proteção e socorro”.

José Viana lembrou que para a melhoria contínua no auxílio à população é necessário um apoio imprescindível da Câmara, nomeadamente no que diz respeito ao investimento e garantiu que tem sido dado. Queixou-se que havia um corpo ativo envelhecido, a necessidade de reabilitação do quartel, bem como a necessidade de adquirir novos equipamentos e veículos. “Ao longo dos últimos anos o município proporcionou a este corpo de bombeiros inúmeras melhorias. Destaco, durante o ano passado, a implementação e início de funcionamento do Sistema Integrado de Gestão de Emergência que permitiu a ligação de todos os 7 corpos de bombeiros do município”, referiu o comandante, que ainda elencou outras questões como a remodelação e ampliação do ginásio, a reabilitação do refeitório, o curso de Salvamento Aquático administrado a 24 operacionais e “a tramitação do procedimento que estava em curso da nova recruta”.

Hoje, com um quadro de pessoal constituído por 125 efetivos, entre os quais 115 operacionais e 10 civis, José Viana não esconde a vontade de que a nova recruta, iniciada em abril, possa significar, em breve, mais 32 elementos para a corporação. “Há muito para fazer e para realizar. Tendo em consideração as características do território, o seu elevado número de habitantes, a diversa multiplicidade de riscos existentes, bem como os novos desafios, há que potenciar uma cultura preventiva e não apenas a reativa”, afirmou o comandante, salientando o objetivo da instituição passar a Batalhão. Para isso é necessário o aumento do número de efetivos para 200.

Mas os sonhos não acabam por aí. “Temos ainda ambições que implicam investimento”, disse o comandante, dando alguns exemplos, como “a criação e implementação de um centro de formação municipal, com duas vertentes, uma vertente operacional, para formação dos agentes da Proteção Civil, neste caso, todos os operacionais dos corpos de bombeiros do município, e uma vertente de informação e sensibilização para a população”, explicou. Também a criação de um Posto Avançado da Beira Rio, a reestruturação do quartel, com a criação de uma área de limpeza e desinfeção das ambulâncias de socorro e uma área destinada à limpeza e manutenção de equipamentos, ou até mesmo a substituição do pavimento da casa-escola foram objetivos apontados por José Viana. “É necessária uma aquisição progressiva de viaturas”, disse, também, dando como exemplo o facto do veículo de apoio ao mergulho ter 19 anos e estar bastante deteriorado.

No final, o comandante José Viana disse sentir-se orgulhoso de liderar “uma equipa de extraordinário valor” e deixou uma palavra aos bombeiros: “Vamos continuar a nossa missão, fazendo mais e melhor, em prol das pessoas e do município que servimos”.

Também Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, começou o seu discurso dirigindo-se aos elementos aposentados dos Sapadores, lembrando que o seu trabalho muito honrou a companhia.

O autarca disse que quem criou a companhia há 183 anos pensou em dar resposta aos problemas da cidade e da sua população. “Se alguma coisa não mudou, desde há 183 anos, foi o objeto: ainda hoje, aquilo que nos move, aquilo que nos deve mover, tem que ser as pessoas, aqueles que estão lá fora”, garantiu Eduardo Vítor Rodrigues.

O edil gaiense admitiu que havia diversos problemas a acompanhar a corporação dos Bombeiros Sapadores de Gaia, nomeadamente os que o comandante referiu, como o envelhecimento do ativo, envelhecimento esse que Eduardo Vítor Rodrigues disse ter sido, para muitos, um motivo para acharem que não haveria outra alternativa se não extinguir a corporação ou distribuí-la pela rede de bombeiros do município. “Se é verdade que temos o projeto em fase adiantada, e com muito empenho, de transformação desta companhia num Batalhão, isso não é para exibir galões, vaidades, ou para exibir uma subida de estatuto, é tão só para forçar que a Câmara Municipal, mais nenhuma vez, e que os executivos municipais, em mais nenhuma altura, possam ousar pensar, na destruição de um dos seus mais importantes ativos, de um dos seus mais importantes patrimónios históricos e de resposta social. O Batalhão não serve para subirmos de escalão, o Batalhão não serve para aumentarmos a operacionalidade, que na verdade já temos, o Batalhão serve para que o município, a Câmara Municipal, não se desligue, nunca mais, da importância estratégica que a nossa atual companhia tem para o concelho de Vila Nova de Gaia”, assegurou o autarca.

“Temos muito orgulho no trabalho desenvolvido em rede com as nossas seis associações humanitárias de bombeiros voluntários, mas isso não substitui o trabalho extraordinário e  imprescindível que temos de assumir ao nível dos bombeiros profissionais e dos nossos Sapadores”, declarou Eduardo Vítor Rodrigues, que terminou a sua intervenção, dizendo aos Bombeiros Sapadores: “vocês são a menina dos olhos da Câmara Municipal, têm um trabalho extraordinário todos os dias para desenvolver, vocês são a imagem do município, mais do que o presidente, mais do que os vereadores ou os membros da Assembleia Municipal, vocês são o passado, o presente e o futuro do município”.

No final das intervenções, Eduardo Vítor Rodrigues fez uma pequena visita ao novo Módulo de Comando e Comunicações dos Bombeiros Sapadores de Gaia, que consiste num posto de comando móvel, que será transportado sempre na viatura, e que, em caso de necessidade, pode ser montado no local das ocorrências e albergar diferentes oficiais, conforme as necessidades da situação.

O aniversário terminou com um almoço partilhado entre todos os convidados.