Alcides Couto é candidato a presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia pelo Chega. Em entrevista ao Jornal AUDIÊNCIA, o candidato fez referência ao facto de ser a primeira vez do partido Chega em Eleições Autárquicas, mas também referiu que isso não será desculpa para não apresentar propostas e ideias de qualidade para o município. O candidato considera importante rever as linhas de metro, numa tentativa de melhorar a resposta de transportes públicos em Gaia contribuindo assim para a diminuição da utilização de transporte particular e para a melhoria da qualidade do ambiente. A criação de mais espaços de cultura, lazer e desporto são outras também apostas do Chega, que assume-se como um partido de confiança.
Como surgiu o convite e porque decidiu candidatar-se a presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia?
O convite foi deliberado pela concelhia de Gaia, que presido, e deve-se ao meu trabalho transparente e corretamente articulado. A minha candidatura resulta desse trabalho, como nortenho e gaiense, nado e criado no concelho, logo, profundo conhecedor das mais-valias das gentes, das suas necessidades e anseios.
Quais são as principais motivações da sua candidatura?
Desde há muito que as potencialidades do concelho estão, de todo, subaproveitadas, na dimensão de Gaia e nas capacidades das pessoas. Creio, com o meu perfil e Curriculum, de cidadão naturalmente gaiense, possuir as capacidades para ser o melhor intérprete das mais-valias das gentes do concelho.
Como avalia o trabalho que o atual executivo tem realizado ao longo dos últimos oito anos?
Não creio possuir, de momento, todos os elementos para avaliar o que tem sido feito pelo atual executivo (por opacidade da Câmara), mas não só, também pelos que o precederam. A autarquia só é notícia quando as razões não são as melhores, como: o seu endividamento, nunca explicado, após um período de governações (PSD, PS) sem qualquer investimento; uma política errática, pois não se lhe conhece uma linha estrutural condutora positiva, em prol do desenvolvimento de infraestruturas, nem para o bem-estar da população; uma política popularucha, eleitoralista, com parangonas avulsas sobre ações que pretendem iludir os gaienses e visam satisfazer certos grupos; uma estrutura onde se abrigam “boys”, avençados à Câmara, o que nos envergonha; uma estrutura pesada onde quase nada é transparente, sendo o seu maior pesadelo a Gaiurb, mas também outras empresas municipais que são mais lesivas dos interesses dos cidadãos; e uma política de menosprezo comum pelas diversas Juntas.
Como vê a evolução do concelho de Gaia nestes últimos anos? O que teria feito de diferente?
Gaia evoluiu? Desde quando e como? A gestão do PSD deixou a Câmara endividada: alterou os valores/escalões do IMI, sem conhecimento prévio dos gaienses; quis taxar as rampas já pagas na sua construção (felizmente, as Juntas e os cidadãos não aceitaram); permitiu a implantação do pórtico na A29 (o mesmo devia ser deslocado para Espinho, ficando alinhado com as portagens da A1), lesivo dos seus munícipes, tentando, depois, passar a imagem triste de “virgem enganada” (estiveram a dormir, enquanto a concessionária decidia à sua revelia? Quem e como beneficiou com isso?), para o atual executivo apresentar uma solução enviesada, pois os transportes pesados continuam a circular pela estrada interior, para fugir ao pórtico. O atual executivo mais não fez do que uma política de “spin” sem atos nem obra para a melhoria da vida dos munícipes e utilizadores. O Chega concorre, pela primeira vez, nas Eleições Autárquicas. Contudo, as nossas políticas procuraram resolver todas as questões lesivas da vida dos cidadãos. Teríamos revisto, e vamos rever, a lista das promessas feitas, que nunca saíram do papel, executando aquelas que visam a melhoria da qualidade de vida; vamos analisar, competentemente, as futuras linhas de metro, considerando a melhor forma de satisfazer as diversas e urgentes necessidades de deslocação mais rápida e económica, facilitando a redução do transporte particular, num concelho onde os transportes públicos são cada vez mais pobres e mal estruturados.
Se for eleito, o que anseia concretizar durante o seu primeiro mandato, em prol do desenvolvimento da população e do concelho?
Às minhas capacidades para ser o melhor intérprete das mais-valias das gentes do concelho, junta-se uma equipa seletiva, composta por munícipes capazes, para darmos as melhores respostas ao que de nós se espera. O facto do Chega concorrer, pela primeira vez, às Autárquicas, não servirá de escusa para não nos comprometermos com outras políticas, como: uma transparência total da política, sem lugar a compadrios, desburocratizando-a; procurar resolver questões lesivas da vida dos cidadãos, estudando soluções, com vista a uma mudança e modernização da imagem de Gaia e a satisfação dos seus habitantes; considerar as necessidades dos munícipes, ponderando a revisão, com vista à redução, do IMI; a redução, ou mesmo a anulação, de impostos existentes sob a capa de taxas, como as que surgem nas faturas da água; práticas políticas estas que só terão bons resultados se envolvermos todas as Juntas, para uma verdadeira equidade.
Em caso de vitória, pode mencionar alguns projetos que serão implementados nas áreas da educação, saúde, desporto, cultura, ação social e ambiente?
Sendo a primeira vez do partido nas Autárquicas e desconhecendo o que nos espera como herança do(s) executivo(s) anterior(es), podemos, no entanto, apontar políticas específicas. Na educação, faremos o levantamento das infraestruturas existentes nos estabelecimentos de ensino e dos seus recursos humanos; análise simultânea das políticas existentes, procurando rentabilizar as que melhor satisfazem os diversos agentes educativos e procedendo-se à elaboração de novas práticas, considerando os diversos retratos socioeconómicos e educativos existentes no concelho; merece-nos especial cuidado as políticas de apoio escolar, oferta de manuais e AECs. Não sendo, a saúde, uma área da tutela exclusiva do município, devotar-lhe-emos especial atenção e trabalharemos no sentido das melhores, mais rápidas e eficazes respostas, para um melhoramento das políticas existentes, procedendo-se à elaboração de novas estratégias para uma saúde condigna para todos. Na área do desporto há muito a fazer, pois não existe uma política para a fomentação da prática desportiva municipal, o que nos deveria envergonhar. Teremos de analisar e elaborar as estratégias necessárias para que esta passe a ser uma realidade coerente com a estrutura socioeconómica da autarquia e em virtude da sua pirâmide demográfica. A cultura foi, também, uma área na qual os diferentes executivos da Câmara pouco ou nada apostaram, apesar de incluírem o pelouro da Cultura, “para inglês ver”, e de existirem estruturas espalhadas pelo concelho. Cultura em Gaia é algo que não existe. Se existe é mal divulgada, restando a ideia de ser para uma elite, como se à população, em geral, não importasse. O Chega quer fomentar o enriquecimento cultural de todos os cidadãos de Gaia. À área da ação social devotaremos especial atenção, pelo que diligenciaremos e trabalharemos no sentido de melhores, rápidas e eficazes respostas, para executarmos políticas assertivas e novas estratégias para uma política equitativa, desincentivando a subsidiodependência, atentos aos verdadeiramente carenciados, e diferenciando quem pode de quem, de todo, necessita. No ambiente, as futuras linhas de metro, deverão satisfazer as urgentes necessidades de uma deslocação mais rápida e económica, facilitando a redução do transporte particular; os transportes públicos deverão ser alvo de uma estratégia concertada, para uma melhor resposta às necessidades da população e contribuir para a qualidade do ambiente. A política de trabalho da SUMA deve ser revista para incluir ecopontos individuais gratuitos em todas as habitações do concelho. As condições de passadiços, ciclovias e espaços de lazer serão alvo de estudo profundo.
Que equipamentos/infraestruturas acredita que enriqueceriam e proporcionariam melhor qualidade de vida em Vila Nova de Gaia?
Há que conhecer, primeiro, o que nos espera como herança para podermos apontar, assertivamente, a execução de políticas específicas quanto a equipamentos/infraestruturas. Contudo, alguns desses, já foram sendo aqui referenciados, como espaços de cultura, lazer e para a prática desportiva, todos para usufruto geral e não apenas de alguns.
Relativamente ao projeto autárquico que lidera para este concelho, pode falar-nos sobre a equipa que o está a acompanhar ao longo deste desafio?
O facto do Chega ser um partido novo, emergente na sociedade portuguesa como não há memória, não nos livrou das dificuldades inerentes a um processo desta natureza, as quais se refletem na estruturação de quadros e na criação de equipas compostas por pessoas melhor preparadas e capazes de responder ao desafio. Quero assumir estar em condições de possuirmos uma equipa de gaienses conhecedores e capazes para nos comprometermos com um bom trabalho e levarmos à prática, com sucesso, as nossas políticas.
Que mensagem gostaria de deixar à população?
Gostaria de apelar a toda a população que preste atenção às propostas do Chega, que escute, atentamente, os nossos candidatos, estabeleça comparações e retire conclusões, tenha um sentido crítico das propostas e não se deixe instrumentalizar por notícias e “diz que disse” que visam apenas denegrir quem quer fazer algo, mais e melhor. Que ouse aceitar um novo futuro dentro dos princípios basilares da verdadeira democracia, com os seus desafios, para a construção de um município-modelo, como Gaia realmente merece. Apelo a todos os gaienses, abstencionistas, insatisfeitos que votem no Chega no dia 26, para que se cumpra uma verdadeira mudança. Votem no Chega, com confiança que nós cumprimos o que prometemos!
Lista de Candidatos do CHEGA à Câmara Municipal de Gaia
- Alcides Couto
- Simão Castro
- Idalina Assunção
- Dulce Guedes
- José Oliveira
- Daniela Costa
- Patrícia Pereira
- Agostinho Silva
- Maria Cesário
- Eunice Ramos
- João Lobo