“VOU INSISTIR PARA QUE OUTRAS FREGUESIAS TAMBÉM BENEFICIEM DESTA TRANSPOSIÇÃO DO MUSEU FIXO”, GARANTE JAIME RITA

A exposição itinerante “Para que o céu não nos caia em cima da cabeça” está patente na EB1/JI Manuel da Ponte, na Maia, até 1 de setembro. Jaime Rita, presidente da Junta de Freguesia daquele local e coordenador da ANAFRE nos Açores, garantiu ao AUDIÊNCIA que irá fazer o que estiver ao seu alcance para que outras freguesias recebam a mostra.

“Para que o céu não nos caia em cima da cabeça” é uma exposição itinerante do Museu Carlos Machado, inserida no âmbito de um protocolo firmado entre a Direção Regional da Cultura e a ANAFRE, e integra-se no projeto “De Fenais a Fenais – Cultura Matriz de Desenvolvimento Local”.

Presidente da Junta de Freguesia da Maia considera ser esta uma “iniciativa feliz, quer do Museu, quer das instituições envolvidas”, e explica que este é um projeto “extensivo a todas as freguesias dos Açores”. Por isso mesmo, garante, “como coordenador da ANAFRE nos Açores, vou insistir para que outras freguesias também beneficiem desta transposição do museu fixo, para que vá ao encontro das populações”, para que não sejam “só as populações a ir visitar o Museu”.

A mostra “nasce do inventário do património cultural e material relacionado com a produção de telha regional”, como explica Valério Moniz, técnico superior daquele museu, que também explica que “o Museu Carlos Machado tem vindo a reforçar o seu departamento na sua orgânica, o departamento do PCI [Património Cultural Imaterial], e nesse âmbito temos vindo a registar diferentes manifestações”, sendo uma delas “a produção de telha regional na fábrica da Ribeira Seca da Ribeira Grande, de José Tavares Vieira”. Foi a partir do levantamento desse registo que foi decidido “explorar esta temática do ponto de vista expositivo”.

Assim sendo, o tema e o título da exposição “vem de toda a necessidade de proteção que nós acabamos por ter quando construímos as habitações e quando nos procuramos defender do meio envolvente em que vivemos”. Tal como explica a responsável de coleção, Sílvia Fonseca e Sousa, “a casa acaba por ser proteção e por lhe ser associada uma série de rituais e crenças que fazem parte das vivências do dia-a-dia das pessoas”. É por esse motivo que a exposição integra elementos de “dimensão religiosa, espiritual e até sobrenatural (ligada às superstições)”.

“Esta exposição adaptou-se ao espaço e também em termos dos seus conteúdos, porque acabaram por ser incorporados imensos objetos da comunidade e que enriquecem em muito a exposição”, diz Valério Moniz, afirmando que é assim que é cumprido um dos objetivos do Museu, “que é envolver as pessoas naquilo que é o seu património, dar-lhes a conhecer e valorizar esse património”.

 “Para que o céu não nos caia em cima da cabeça” foi recentemente reconhecida com uma Menção Honrosa em Investigação nos prémios APOM 2019 (Associação Portuguesa de Museologia), e pode ser visitada até 1 de setembro na EB1/JI Manuel da Ponte na Maia, das 9h às 17h.