Em entrevista ao AUDIÊNCIA, Joaquim Couto, atual presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, e recandidato ao cargo, confessa que faz um balanço muito positivo dos últimos quatro anos e acredita mesmo que Santo Tirso passou a ter um maior peso na região.
Considerando que “quatro anos é pouco tempo para desenvolver um projeto estrutural para um concelho”, Joaquim Couto recandidata-se à presidência da autarquia com um programa “bastante objetivo, mas ambicioso”.
“Temos 15 ideias e 170 medidas que pretendemos implementar até 2021”, afirma o candidato que destaca, por exemplo, a coesão social, os apoios aos jovens e idosos e à educação como algumas das prioridades para os próximos quatro anos.
Cumprir os compromissos assumidos há quatro anos foi ponto de honra durante o mandato?
Sim. Posso dizer com orgulho que os compromissos que assumimos em 2013 estão praticamente todos cumpridos e foram executados. Aliás, fomos mais além, porque avançámos com projetos e medidas que não estavam previstos.
De que mais se orgulha nestes quatro anos?
Desde logo, os apoios sociais que criámos em quatro anos. Santo Tirso é o concelho entre os 36 municípios da Área Metropolitana do Porto, do Vale do Ave e do Tâmega e Sousa com mais medidas sociais em vigor. As pessoas estão no centro das prioridades da Câmara e as famílias de Santo Tirso têm apoios que mais ninguém tem. Falo, por exemplo, do Plano Municipal de Emergência Social, que nos permite apoiar casos de pobreza em áreas como a renda da casa, medicamentos, contas de eletricidade; o SOS Casa para reparações em habitações; as vacinas gratuitas para todos os recém nascidos, entre muitos outros.
A coesão social é a sua marca?
É impossível referir apenas uma marca, uma vez que a intervenção da Câmara tem sido em várias áreas. Sinceramente, acho que marcamos este mandato pela positiva. Na área da Educação, por exemplo, fizemos uma grande aposta na requalificação do parque escolar. No Desporto, Santo Tirso foi considerado “Município Amigo do Desporto”. As instalações e os eventos desportivos no concelho, bem como as preocupações e as práticas do desporto solidários foram alguns dos critérios de ponderação na atribuição do prémio.
A redução da água em 15% foi, também, uma medida de grande impacto social?
É um esforço financeiro que está a ser assegurado pela Câmara e que só em 2017 foi possível executar, dado que considerámos ser prioritário avançar com outras medidas sociais, mercê da crise e das políticas de austeridade impostas pelo anterior Governo do PSD/CSD-PP. Este ano, com o equilíbrio económico e financeiro – em três anos baixámos a dívida em 10 milhões de euros –, foi possível reduzir a tarifa variável da água e com isso beneficiar milhares de famílias do concelho.
Santo Tirso passou a ter voz na região?
Sem dúvida. Em quatro anos, conseguimos projetar Santo Tirso nas mais variadas áreas: empresarial, económica, social, cultural e turística. Santo Tirso está a mudar, Santo Tirso está na moda, Santo Tirso está a crescer. Afirmámo-nos como Capital da Escultura Contemporânea, criámos eventos que têm trazido cada vez mais visitantes ao concelho, como o Mercado Nazareno, o Santo Tirso Ultra Trail, as Festas de S. Bento ou o Festival Internacional de Guitarra. Ganhámos a ligação Lisboa-Guimarães de alfa pendular. Estamos a concluir um skate parque com capacidade de acolher torneios nacionais. Temos o Parque Desportivo Municipal Sara Moreira com capacidade de acolher provas oficiais. Tudo isto tem contribuído para Santo Tirso se afirmar na região e a nível nacional.
“INVESTIMENTO VAI CONTINUAR A CRESCER”
Recandidata-se ao cargo de presidente de Câmara. Porquê?
Porque considero que quatro anos é pouco tempo para desenvolver um projeto estrutural para um concelho. Tem de haver uma visão estratégica de médio e longo prazo e, muitas vezes, as políticas implementadas são importantes, mas só têm resultados alguns anos depois.
Em quatro anos, a taxa de desemprego caiu de forma histórica. A Câmara continuará a dar prioridade a esta área?
A par das medidas sociais, o combate ao desemprego foi assumido como um eixo prioritário pela Câmara de Santo Tirso. Uma autarquia, por si só, não consegue ser geradora de emprego. Mas consegue, através de medidas concretas, estimular a economia local. Foi isso que fizemos. De imediato, criámos um pacote fiscal muito agressivo de apoio ao investimento, ou seja, reduzimos e isentámos as empresas em expansão ou as novas que se instalaram no concelho de taxas e impostos. Isso significou que a Câmara deixou de arrecadar oito milhões de euros em impostos.
A captação de investimento continuará ser prioritária?
Claro que sim. Não só através da promoção do turismo – recordo que ainda recentemente apresentámos um plano estratégico com linhas de ação concretas para o Parque Metropolitano de Monte Córdova –, mas também através da diplomacia económica e captação de investimentos para o concelho. Oferecemos boas condições a quem invista no nosso Município, através do Invest Santo Tirso – Gabinete de Dinamização Económica.
Foi por isso que Santo Tirso concorreu a um projeto internacional para combater o desemprego jovem?
Sim. Santo Tirso é o único município português que vai integrar uma parceria internacional com 14 membros europeus, tendo em vista o desenvolvimento de ações inovadoras de promoção do emprego jovem. A Câmara vai alocar ao projeto um investimento nacional orçado em mais 400 mil euros, que incidirá na organização de dois programas de incubação de projetos na área das indústrias criativas e na organização de estágios nessa mesma área. Trata-se de um investimento muito importante para o concelho, uma vez que esta rede internacional tem como objetivo a dinamização da participação dos jovens em atividades e projetos criativos.
Recentemente, apresentou o compromisso eleitoral. Que medidas destaca?
Temos um compromisso construído com base no diálogo com população, de forma a ir ao encontro das suas expetativas. O nosso programa é bastante objetivo, mas ambicioso. Temos 15 ideias e 170 medidas que pretendemos implementar até 2021. Será difícil resumir todas, mas gostaria de destacar que a nossa aposta na coesão social vai manter-se. Pretendemos, por exemplo, criar cheques escolares para os alunos do 2 e 3º ciclos, alargar o subsídio municipal ao arrendamento aos jovens, construir uma Casa da Juventude, alargar o âmbito do Cartão Municipal do Idoso, concretizar a construção do polo da CAID na zona nascente, alargar a ação do Plano Municipal de Saúde, entre muitas outras.
Existem muitas obras no terreno atualmente. E nos próximos quatro anos?
As obras serão para continuar, numa ótica de proximidade e sem ideias megalómanas. Queremos fazer obras de proximidade, que resolvam o problema das pessoas. É por isso que temos no nosso compromisso eleitoral fazer obras como a reabilitação do Parque Pinto Leite e a área envolvente ao Instituto Nun’Alvres, em Areias, a requalificação da ligação viária entre Vila Nova do Campo e Roriz, pela zona da Costa, a requalificação da EM 558, entre a Reguenga e a Seroa, em Paços de Ferreira, a requalificação da EM 318, em Água Longa, entre muitas outras.
Santo Tirso é hoje uma cidade moderna?
Estamos apostados em continuar a fazer de Santo Tirso um município com qualidade de vida, nas mais variadas áreas: emprego, educação, desporto, cultura, lazer, ambiente e mobilidade. Nesta última área, recordo que estamos no terreno com um Plano de Mobilidade Sustentável que pretende reorganizar o centro da cidade em prol dos peões e das bicicletas. Entre os principais eixos, encontram-se a construção de ciclovias, a reformulação das principais praças, a reorganização do estacionamento e a aposta nos transportes públicos intermunicipais, num investimento na ordem dos oito milhões de euros. Por outo lado, temos em vista a requalificação do Cineteatro, a construção de um pista de atletismo e a requalificação do Mercado Municipal. Ou seja, projetos que contribuem para que Santo Tirso seja um Município bom para se viver, trabalhar e envelhecer.