Durante a sessão de abertura do seminário intitulado “Economia circular e transição para uma economia de baixo carbono”, promovido pela Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, anunciou a vontade da autarquia em reduzir os desperdícios e abolir o plástico nos eventos promovidos pelo município.
O seminário “Economia circular e transição para uma economia de baixo carbono” pretende “contribuir para consciencializar as empresas que possam não estar atentas para a necessidade de se debruçarem também sobre as questões ambientais” para que assim possam contribuir para “minimizarmos a nossa pegada no que quer que façamos”. A afirmação foi de Mário Fortuna, presidente da CCIPD, durante a sessão de abertura do seminário que aconteceu no Teatro Ribeiragrandense.
Numa época em que há cada vez mais preocupações ambientais, Alexandre Gaudêncio fez saber que o município da Ribeira Grande está a desenvolver vários projetos que visam “recolher e reutilizar os resíduos orgânicos”, como é o caso da experiência “Zero Waste”, que recolheu duas vezes por semana os resíduos orgânicos com o objetivo de se proceder à sua compostagem.
O autarca ribeiragranse anunciou ainda a abolição do plástico nos eventos promovidos pela Câmara Municipal ou em parceria com outras entidades, garantindo que já “estamos a trabalhar nesse sentido para que comece a ser implementado já este ano e que, em 2020, possamos ter eventos livres de plástico”.
Também presente na iniciativa esteve o Diretor Regional do Ambiente, que frisou ser fundamental que o “reaproveitamento sustentável e rentável dos produtos” esteja na agenda, num conceito de economia circular, cujos verbos dominantes têm de ser “refletir, reduzir, reutilizar, reparar e reciclar”. Hernâni Jorge disse ainda ser necessário assegurar “uma economia circular” em que os ciclos de vida dos produtos sejam “otimizados”.
O governante referiu ainda que o clima se insere na nova agenda global, “isto é, a necessidade de mitigação das emissões e de adaptação aos impactos das alterações climáticas”, já que os Açores estão “próximos de dispor de um instrumento de planeamento fundamental, que é o Programa Regional para as Alterações Climáticas (PRAC)”, que assume uma visão estratégica concretizada em quatro dimensões: conhecimento, mitigação, adaptação e participação.
O seminário abordou vários painéis: “Transição energética e descarbonização: Qual o papel das energias renováveis na descarbonização” pelo diretor da Gestão Integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança da EDA, Bruno Vieira, “Estratégias de Economia Circular e Sustentabilidade para uma economia de baixo carbono”, por Pedro Fernandes, Technical Manager, Climate Chance, APCER, “Economia Circular – o caso da Musami” por Carolina Arruda Teves, diretora de Ambiente e Recursos Humanos, Musami, e, por fim, “Economia circular: conceitos, estratégias e exemplos de implementação” por Cristina Sousa Rocha, investigadora do Laboratório Nacional de Energia e Geologia.