EXECUTIVO CONTINUA A LUTAR POR UMA CASA MORTUÁRIA PARA A FREGUESIA

Cheia de encantos patrimoniais e paisagísticos, a freguesia da Conceição está em constante evolução e procura responder às necessidades dos seus habitantes e também de quem a visita. A presidente da Junta de Freguesia, Gisela Rodrigues, falou com o AUDIÊNCIA sobre a freguesia a que preside, revelando as principais dificuldades e desafios que atravessa a Conceição, mas também deixando palavras de incentivo e esperança num futuro melhor, o qual ajudará a construir até ao fim da sua missão como presidente.

 

 

 Qual o resumo que faz deste último mandato?

Devo dizer que representar a Freguesia da Conceição, a freguesia que me viu nascer é uma honra e motivo de orgulho. Ser eleita por pessoas que depositaram a sua confiança em mim, na minha equipa e num projeto, é extremamente gratificante mas também uma grande responsabilidade.

O balanço que posso fazer destes últimos três anos é de que nem sempre tem sido fácil, existe uma luta constante na procura do melhor para todos os que aqui vivem, sabendo ultrapassar as dificuldades e momentos menos bons. Como sabem, as juntas vivem de orçamentos bastante reduzidos. De qualquer forma, não baixamos os braços, pugnamos quer junto da Câmara Municipal da Ribeira Grande, quer junto do Governo Regional, pela colaboração a nível da realização de protocolos como resposta a algumas necessidades mais prementes da freguesia da Conceição. Estamos, assim, e como sempre, disponíveis para cooperar com o Governo Regional e com a Câmara Municipal

Desde o início tem sido uma preocupação, não só ajudar quem nos bate à porta, mas também ir ao encontro de quem não nos procura e que por atuação no terreno, detetamos que têm necessidades devido a fracos recursos financeiros ou outros fatores. Sinalizar e ir ao encontro destas pessoas tem sido um dos focos do nosso trabalho. Temos consciência de que muito já foi feito, no entanto, existe muito para fazer. Infelizmente não conseguimos fazer tudo o que idealizamos de uma só vez, porque dependemos de outras entidades, mas estamos esperançosos de que iremos continuar este trabalho em prol de uma freguesia e de um povo que merece o melhor e tudo faremos para a Conceição ser o melhor lugar para viver.

A Conceição acolhe tantos e tão bons filhos que é um orgulho estar à frente da sua junta.

 

 Continuando na parte orçamental: como é que uma junta de uma freguesia que faz parta da cidade consegue dar resposta ao que é pedido, com tão pouco orçamento?

É uma luta diária. Nem sempre conseguimos dar as respostas que gostaríamos. Neste sentido temos trabalhado muito bem com o Governo Regional através da Direção Regional da Habitação. Quer no primeiro quer no segundo mandato, já fizemos intervenções em 56 habitações através de protocolos com a Direção Regional da Habitação. São habitações sinalizadas de famílias carenciadas. Nestes casos, todo o apoio de material vem desta Direção e a mão-de-obra é totalmente cedida pela Junta de Freguesia através dos programas de emprego, que são para nós uma mais-valia. Neste sentido, tentamos combater o problema do desemprego, com a oportunidade de recrutar pessoas que infelizmente se encontram desempregadas, e, ao mesmo tempo, damos resposta a agregados familiares carenciados intervencionando com mão-de obra nestas habitações.

 

 Têm mais protocolos, seja com o Governo Regional ou com a Câmara Municipal?

Através da Câmara Municipal conseguimos a concretização de um protocolo a nível de manutenção e limpeza dos espaços verdes existentes na freguesia e também manutenção dos três parques de estacionamento existentes: o parque de estacionamento junto à antiga PSP na Rua do Ouvidor, outro em frente ao Mercado Municipal e o terceiro junto às instalações sanitárias, construídas no âmbito do Orçamento Participativo. Para manutenção e vigia destes três parques, temos também três colaboradores afetos através de programas de emprego.

Lutamos por este protocolo por acreditarmos que as juntas conseguem dar uma resposta mais rápida, eficaz e a menor custo às necessidades existentes. Neste caso em particular, trabalhamos para termos a freguesia sempre limpa, indo ao encontro do facto de, por quatro anos consecutivos, sermos eleita como freguesia “Galardão de Excelência” no concurso “Eco-Freguesia – Freguesia Limpa”, o que para nós é extremamente honroso.

Neste sentido apelamos e sensibilizamos a todos os cidadãos para a sua colaboração porque, afinal de contas, a freguesia é todos. Quando cada um de nós trabalha em prol da freguesia e lhe tem amor, queremos vê-la da melhor forma possível.

Para além disto, também é importante dizer que existem determinados protocolos que a Direção Regional tem diretamente com os cidadãos. Não passam pela Junta, mas muitas vezes estas mesmas famílias sentindo dificuldade, solicitam-nos a mão-de-obra e a gestão do protocolo. Em certas situações também nos é pedido apoio a nível de mão-de-obra, por parte da Câmara Municipal quando esta concede apoio de material a determinados agregados. Nós não somos uma empresa de construção civil, é verdade, e não queremos substituir os nossos empresários da área. Nesse aspeto trabalhamos mesmo com situações de carência, em que os agregados são totalmente incapazes de assumir mão-de-obra, e assim iremos continuar a trabalhar. Embora a Conceição não seja uma freguesia onde se encontrem bairros sociais, a verdade é que ainda existe muita necessidade habitacional. Quando assumimos funções, verificamos que ainda existiam habitações sem instalações sanitárias, ou em péssimas condições de habitabilidade.

Também conseguimos protocolar com a Direção Regional de Obras Públicas a limpeza do miradouro da Lagoa do Fogo, do miradouro da Barrosa e do parque de estacionamento da Caldeira Velha. Desde modo, é mais uma competência à responsabilidade desta Junta: a manutenção e limpeza destes espaços

Assim como em outras juntas, temos um protocolo com a Câmara Municipal relativamente a manutenção e pequenas intervenções na escola dos Foros. Existe um contacto muito próximo e direto entre a entidade escolar e a nossa junta, a estas solicitações temos colaboradores alocados para o efeito.

Anualmente temos também um protocolo com a Direção Regional do Ambiente. É através deste que concorremos ao projeto “Eco-freguesia – freguesia limpa”.

 

Existem dificuldades em gerir um orçamento tão pequeno?

Sem dúvida que existem dificuldades. Como é de conhecimento geral, os recursos financeiros são escassos, dai apelarmos cada vez mais à descentralização de competências nas Juntas de Freguesias, como forma de atuação mais rápida uma vez que esta é a primeira porta a quem os cidadãos recorrem.

O nosso executivo tem trabalhado muito a área social assim como todos os fatores inerentes à mesma. No entanto, nunca descuramos as outras áreas de intervenção, mas neste momento têm sido as prioridades. Pode haver quem ache que não fazemos muitas festas, mas na verdade são várias as festas que passam pela Conceição: a Festa da Flor, o desfile da Feira Quinhentista, a própria Feira Quinhentista aqui ao lado, o dia do Comércio, diversas procissões que passam por aqui… a Conceição é muito festiva e a verdade é que existem algumas ideias e alguns projetos que nós queremos desenvolver. Quem sabe se no novo espaço que agora temos, a Praça do Emigrante? É um espaço de uma enorme beleza e que em muito homenageia os nossos emigrantes. Ficou extremamente bem localizada, que me desculpem as outras freguesias. Estão todos de parabéns, quer a Associação de Emigrantes Açorianos, quer a Câmara Municipal, a Ribeira Grande e acima de tudo os nossos emigrantes, a quem é devida a homenagem.

Continuaremos sim, a desenvolver atividades culturais e artísticas sempre que acharmos pertinente. Já promovemos algumas atividades ou exposições de fotografia na nossa sede, tivemos a oportunidade de levar a cabo a exposição “Registos de Luz são Poesia” de Osvaldo Janeiro e Sandra Fernandes no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, que é um espaço que tem de estar aberto à população e recetivo ao desenvolvimento de outras atividades que possam lá surgir. Estamos disponíveis para colaborar, até porque já o fizemos aquando da inauguração daquele espaço de grande magnitude, fomos responsáveis pelos tapetes e ornamentação do espaço, assim como pela confeção das sopas do Espírito Santo, no âmbito de uma atividade alusiva às Festas do Divino Espirito Santo.

Não é a primeira vez que o afirmo: a Ribeira Grande é um Concelho que sabe receber e, neste, a freguesia da Conceição é um local prazenteiro e caloroso que em muito concorre para esta definição.

 

Quantos colaboradores a Junta de Freguesia da Conceição tem neste momento?

Atualmente a Junta de Freguesia conta com 35 colaboradores no âmbito de programas ocupacionais e com dois funcionários que constam do quadro.

Deste o primeiro mandato conseguimos colocar cerca de 105 pessoas ao abrigo destes mesmos programas.

Assim como as pessoas nos procuram para adquirir o que necessitam, nós também temos de procurar e apelar às entidades competentes para podermos apoiar os nossos cidadãos. Infelizmente não temos orçamento próprio que faça face a estes pedidos.

 

Emprego e habitação são então dois dos principais problemas da freguesia?

Sim. E ultimamente tem surgido muito a procura de emprego pela camada jovem. Antes encontrávamos – e inclusive já tivemos resposta para esses casos – programas de emprego através dos quais podíamos captar mais jovens desempregados, quer com maior ou menor grau de escolaridade. É uma preocupação para o Executivo, conseguir dar uma resposta positiva porque nem sempre a mesma está disponível.

Felizmente, já é possível às juntas ter a possibilidade de colocar “Estagiar L” e “Estagiar T”. Este ano temos uma jovem licenciada em Sociologia. Para nós é uma mais-valia ter alguém qualificado a prestar serviços nesta área

É verdade que a Junta não tem capacidade de contratar ou colocar mais colaboradores no quadro, sendo a nossa resposta através de programas de emprego, que ainda bem que existem, embora considerados programas temporários têm ajudado muitas famílias. No que diz respeito aos problemas habitacionais, sim, vamos trabalhar sempre para oferecer melhores condições de habitabilidade aos nossos cidadãos.

 

Destas dificuldades que a freguesia tem atualmente, surgiu ou intensificou-se mais alguma com a COVID?

A COVID-19 atingiu tudo e todos, é um problema mundial e Portugal e os Açores não ficaram impunes. De qualquer forma devo dizer que os Açores souberam estar à altura no combate a esta pandemia, na luta contra um vírus totalmente desconhecido para todos. É verdade que tivemos grandes medidas, o que realmente evitou uma catástrofe de maior dimensão. No entanto, foram várias as consequências e “sequelas” que a todos nos marcaram.

Houve um encerramento de serviços nas mais diversas áreas. Isso afetou e trouxe resultado menos positivos para toda a gente, naturalmente aos nossos comerciantes, nos diversos serviços existentes na freguesia e moradores da freguesia da Conceição. Por exemplo, tivemos alguns jovens que tinham iniciado contratos nas áreas da restauração, turismo, ou mesmo em outras áreas, e com esta situação, acabaram por não prorrogar os seus contratos, voltando ao desemprego. Com o desemprego veio a falta de rendimentos, a dificuldade em adquirir certos bens, tornando-se muitas vezes difícil concretizar as suas responsabilidades financeiras.

Ainda há muitas situações por resolver. Como todos nós sabemos, é provável que venhamos a assistir a uma segunda vaga de COVID-19. Estamos muito receosos pelos efeitos que podem surgir novamente, afinal, trata-se de uma doença desconhecida e pouco estudada. Ainda que a nossa opinião seja que as medidas tenham sido muito eficazes, há muita coisa que não depende da Região. Aproveito para endereçar os parabéns a toda a população da nossa freguesia, que soube acolher todas as orientações que foram dadas pelas autoridades de saúde.

Apesar de neste período não ter existido contacto pessoal, sempre estivemos presentes na vida dos nossos cidadãos que precisaram muito de amparo e acompanhamento. Desde o primeiro momento que tomámos medidas para ir ao encontro dessas situações. Quando foi decretado estado de emergência, colocámos à disponibilidade dos idosos e de outros cidadãos de risco uma série de serviços, designadamente ir às compras, aquisição de medicação, outros bens, ou até mesmo alguma deslocação que necessitasse ser feita. Uma das nossas grandes preocupações foi fazer de tudo para que o idoso ou a pessoa de risco se ausentasse de casa.

Aliada a esta medida vivemos muito presentemente a situação escolar e todas as suas alterações, o que foi outro problema. Aquando do encerramento das escolas, medida tomada para o bem de todos e para o bem da saúde pública, mas temos que admitir que a Região não estava preparada para estas transformações. Foi necessário colaborar em proximidade com as dificuldades que as escolas viveram, apoiar as nossas crianças e agregados familiares tentando facilitar e apoiar o acesso ao ensino à distância. Neste sentido, a Junta cedeu alguns dos computadores que possuía à escola Gaspar Frutuoso para apoiar os alunos da Conceição.

Colaborámos também com a Escola Secundária da Ribeira Grande, na distribuição de computadores pelos alunos da Conceição. Como acontece na generalidade das freguesias, nem todos os alunos usufruíam de computador, ‘tablet’ ou telemóvel para assistir às aulas, ou mesmo a possibilidade por parte dos agregados em adquiri-los.

Também imprimimos todo o material escolar sempre que solicitado para as nossas crianças e jovens. Fazíamos a impressão e entregávamos diretamente nas residências para que as mesmas evitassem sair à rua. Um agradecimento muito especial às nossas escolas e professores, que muito trabalharam para que tudo corresse pelo melhor.

A COVID-19 afetou-nos a todos de várias formas, mas relativamente ao ensino à distância, as nossas crianças e jovens foram os grandes heróis. Parabéns a todas as nossas crianças, jovens e pais neste período tão complicado. Por outro lado, todo o trabalho administrativo esteve em funcionamento, em momento algum deixámos de dar resposta aos nossos cidadãos. Como é habitual, as pessoas costumam fazer o IRS todos os anos na Junta, e os mesmos foram feitos dentro do prazo e normalidade, como se nada se tivesse passado. Também apoiámos os nossos jovens estudantes que estavam deslocados com as declarações para se poderem candidatar ao apoio ao estudante deslocado medida do Governo Regional; com as escolas encerradas havia necessidade do preenchimento de formulários para o apoio escolar, preenchemos todo o tipo de documentação e enviávamos para as respetivas escolas, entre todo o trabalho diário e habitual.

Os colaboradores da Junta de Freguesia estiveram muito bem perante todo este processo e atuaram de acordo com as medidas e regras estipuladas. Foi realizado teletrabalho e a nível operacional apenas mantivemos colaboradores na manutenção dos espaços verdes e vias públicas, porque não podíamos abandonar a freguesia e a sua limpeza. Colaboramos com a Câmara Municipal na desinfestação das vias da freguesia, o material foi cedido pela Câmara e durante a noite os nossos colaboradores aplicavam. Isto para dizer que em momento algum deixámos de assumir as nossas responsabilidades, muito pelo contrário: estivemos mais presentes do que nunca para que os nossos cidadãos não se sentissem abandonados. O nosso agradecimento a todos os nossos colaboradores!

 

 A Junta de Freguesia da Conceição costuma colaborar com as instituições da freguesia?

Sim. Esta Junta colabora com as forças-vivas da freguesia. É nosso cuidado estarmos em proximidade com as mesmas e atentas às suas dificuldades

Costumamos dar apoio a várias instituições, nomeadamente à Filarmónica Voz do Progresso, Vicentinos da Freguesia, Comissão de Festas da Freguesia da Conceição, Comissão de Festas de São Pedro, Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande, Benfica Águia Sport, Sport Clube Ideal, Clube de Patinagem da Casa do Povo, Caldeiras Hóquei Clube, entre tantos outros. Apoiamos também de forma pontual jovens promissores da nossa freguesia, nas áreas desportiva, musical e artística.

Tudo isto para dizer que são várias as instituições que apoiamos, dentro das nossas possibilidades, sendo por vezes difícil fazer uma gestão de forma a satisfazer todos os que nos procuram.

 

Que pontos é que destaca no manifesto que tinha há três anos? O que é que já está cumprido e o que é que não vai ser cumprido?

A nível de obras estruturantes, não estavam no nosso manifesto porque esse tipo de obra não depende apenas de nós, e neste sentido reportamos diretamente às entidades responsáveis, mas estamos atentos e “chateamos” até ver resultado positivo. O que realmente acaba por ser uma luta diária e que nós queríamos que fosse uma colaboração com a Câmara e com o Governo Regional é a construção de uma casa mortuária. Há mais de três anos que estamos a lutar junto da Câmara Municipal pela possibilidade de um espaço que pertence ao município para construção dessa casa mortuária. A verdade é que em 2016 reabrimos a Ermida de Nossa Senhora das Dores. Como os nossos defuntos eram colocados na igreja e por exigência da Diocese tivemos de arranjar uma alternativa. Na altura reabilitamos esta ermida para esse fim, com algum apoio do Governo Regional e também com o orçamento da Junta. Hoje é um equipamento pequeno e não dá resposta à freguesia.

Sabíamos de antemão que este era um processo provisório. Já desde o final do outro mandato e início deste, foi sempre uma preocupação nossa adquirir um espaço junto da Câmara Municipal para depois, se a Câmara não pudesse, nós pugnarmos junto do Governo Regional o apoio para a casa mortuária. Em todas as freguesias vemos equipamentos para este fim, por que não a Conceição?

Esta nossa intenção surgiu muito antes de se falar na casa mortuária para a cidade, por isso desde o início dissemos que não, pois em todas as freguesias vizinhas existe uma casa mortuária e é legítimo os nossos cidadãos também exigirem uma.

Estamos à espera de uma última resposta para sabermos se vamos ter ou não a cedência deste terreno, que fica localizado junto ao antigo parque de estacionamento da PSP, para depois podermos ver a possibilidade de algum apoio para a construção junto do Governo Regional.

 

Ribeira Seca já tem este equipamento e a Matriz está prestes a ter…

A Ribeira Seca já tem. Quanto à Matriz e apesar de ter algumas estruturas para este fim, está no seu direito.  Quanto à Conceição, a verdade é que unicamente tem a ermida de Nossa Senhora das Dores, onde os idosos nem podem dizer “adeus” a um ente querido devido à dificuldade de acesso, é de todo legitimo o povo da Conceição ter a sua Casa Mortuária, como todas as freguesias.

A Conceição merece e precisa, além de que este é um anseio da nossa população. Desde o final do primeiro mandato que temos pugnado à Camara Municipal da Ribeira Grande pela cedência de um espaço pertencente ao munícipe para a realização desta obra. Temos a certeza e acreditamos que será resolvido em breve, como resposta ao anseio de uma população que faz parte do concelho. Esta é uma preocupação e uma obra que este executivo pretende ver realizada na freguesia.

 

O que falta mais na Conceição?

Quando dissermos que temos tudo, é porque algo está mal, há sempre mais e melhor a fazer. Estamos atentos aos problemas, e quando não estão sobre a nossa alçada, reportamos e reivindicámos junto das entidades responsáveis. Era preocupação deste executivo uma solução para o estacionamento da Caldeira Velha, situação atualmente concretizada pelo Governo Regional. Assim, oferecemos qualidade a quem nos visita e a quem quer visitar aquele espaço fantástico.

Também relativamente ao estacionamento, temos vindo a reivindicá-lo junto da Câmara Municipal. Na verdade, tem existido resposta, nomeadamente com o parque de estacionamento na Rua do Vencimento, e com a aquisição da antiga padaria dos Foros para a mesma finalidade. Ficámos extremamente satisfeitos porque vem dar resposta não só ao estacionamento, mas também vem facilitar a entrada dos autocarros que todos os dias se dirigem à Escola Secundária. Esta foi uma sugestão apresentada pelos vereadores do PS na Câmara, e que o senhor presidente, Dr. Alexandre Gaudêncio, aceitou-a da melhor forma, adquiriu o espaço e a obra está quase concluída.

Algo que nos entristece e nos preocupa é a nossa praia do Monte Verde. É um ex-libris da nossa freguesia e tem muito para oferecer. Tem uma vista fantástica e tem de ser melhorada e valorizada. Está um pouco ao abandono. Da nossa parte, o que temos feito com alguma frequência durante o ano, é a limpeza da praia e zonas adjacentes. Desenvolvemos várias campanhas de sensibilização e junto com os nossos colaboradores, pessoas da freguesia e voluntários para proceder à sua limpeza. Nem imaginam o que de lá retiramos… são camiões e camiões de lixo. Apelamos cada vez mais às pessoas para respeitarem o nosso ambiente, as nossas águas, os nossos mares e colocarem o lixo nos depósitos próprios. Retiramos objetos extremamente perigosos, inclusive para a saúde pública. É triste depararmo-nos com estas situações em pleno século XXI.

 

A praia do Monte Verde é desvalorizada em relação à de Santa Bárbara, na Ribeira Seca?

Não posso dizer que é desvalorizada, o que houve foi uma aposta na praia de Santa Bárbara. Atualmente tem um grande potencial e hoje em dia é das praias mais frequentadas de São Miguel, o que também nos orgulha por pertencer ao concelho.

Relativamente à praia do Monte Verde, o que nos deixa magoados é vermos o estado em que se encontra, pois de igual modo tem grande potencial e consideramos ser um ‘ex-libris’ da freguesia e do Concelho. A verdade é que existem projetos para resolver a situação, mas também é verdade que ali há péssimas condições: esgotos a céu aberto, mau cheiro para quem ali vive, muito lixo, não se justificando o “timing” existente para a resolução deste grave problema.

 

No que toca aos investimentos deste executivo, a manutenção ou requalificação da sede da Junta de Freguesia faz parte dos vossos objetivos. Pode esclarecer esta situação e aquilo que se passa no edifício?

Por vezes é preciso olhar para dentro. A nossa sede não oferecia as melhores condições, e neste sentido, solicitámos apoio ao Governo Regional em 2018 e 2019, através da Secretaria Regional das Obras Públicas, para a remodelação da mesma.

Tínhamos grandes problemas de humidade, canalizações, problemas de eletricidade, degradação do próprio edifício… Esta intervenção era uma necessidade, pois trata-se de um património de todos nós e como tal é necessário cuidar e manter. Dois pisos do edifício dão resposta ao nosso ATL e era de extrema importância equipar e dotar a nossa sede de melhores condições.

Por falar em ATL, e isto é um alerta às entidades competentes, o quão necessária é a abertura de novos espaços, nesta área, como resposta social uma vez que a existente não é suficiente. Sabemos que quer a Câmara Municipal quer o Governo Regional têm trabalhado neste sentido, mas a verdade é que a oferta não é suficiente e este é um problema que afeta o concelho, a nossa freguesia e acima de tudo os pais que muitas vezes s0 vêem atados, sem ter onde deixar os filhos.

 

Quanto a projetos para o futuro?

Um dos projetos que pretendemos realizar num futuro muito próximo, é sem dúvida a construção da Casa Mortuária na Freguesia da Conceição. Vamos continuar a pugnar pelo saneamento básico em falta na freguesia e reabilitar o largo de Nossa Senhora das Dores, dando vida àquele espaço.

Também gostaríamos de construir um novo parque infantil para a Rua Dr. Joaquim Sampaio Rodrigues, tendo em conta que o que lá se encontra, da responsabilidade da Junta, tem muitos anos e está degradado. Queremos criar zonas de lazer, realizar a viagem com os nossos idosos (adiada devido à pandemia), dar continuidade aos programas de emprego e continuar a desenvolver esforços na medida de melhores condições habitacionais.

Ainda no que toca a projetos, é preciso dizer que não esquecemos os nossos idosos. Conseguimos colocá-los num projeto de hidroginástica nas piscinas dos Bombeiros, através de um protocolo com a Câmara Municipal da Ribeira Grande. Queremos também dar continuidade às aulas de ginástica/aeróbica para jovens e idosos da freguesia, avançar com a nossa escola de guitarra e promover exposições.

 

O Governo dos Açores e a Câmara Municipal da Ribeira Grande atendem aos pedidos da Conceição?

Sempre que possível. Sei que não existe só a Conceição, e como é óbvio desejo o melhor para todos, mas a minha principal preocupação é para com a minha a freguesia, levando a que muitas vezes me torne persistente para conseguir a concretização de alguns destes projetos, pois parar é morrer. Enquanto estiver a dar a cara pela minha freguesia e pelas pessoas que acreditaram em mim e na minha equipa, tudo farei para lutar pelos direitos dos nossos concidadãos e oferecer-lhes uma freguesia o mais, digna, apetecível, aprazível e que ofereça todas as condições para aqui se fixarem. Queremos que quem aqui vive se sinta bem, crie raízes, que os nossos jovens não tenham vontade de abandonar a freguesia, e ainda aos que procuram sítio para viver aqui se estabeleçam. A Conceição é o centro da cidade e sim, vamos sempre trabalhar por mais e melhor para a nossa freguesia.

 

A Gisela é um dos nomes da lista do PS para as regionais. À semelhança do que tem acontecido, por vezes até os últimos nomes são eleitos deputados. O que quer isto dizer? Haverá nova candidatura à Conceição ou apenas existe a possibilidade de ser deputada?

Isto quer dizer, para já, que continuo como sempre estive, em candidatura pela minha freguesia, desde o primeiro momento em que fui eleita pelos cidadãos da Conceição, até ao último dia deste mandato. Há muito para fazer e a Conceição enche-me o coração. Nós aqui estamos a falar, precisamente, da Conceição e dos projetos para a Conceição.

Não posso dizer neste momento que não me vou voltar a recandidatar porque uma coisa não implica a outra, mas sim, estou em constante candidatura até ao último dia que os meus cidadãos me queiram aqui.

 

É difícil fazer parte do executivo de uma junta de freguesia?

Não é tarefa fácil, mas é extremamente honroso e gratificante servir este povo. Cada um de nós tem a sua atividade profissional, não estando aqui a tempo inteiro, nem a meio tempo. É uma gestão complicada, no entanto, com amor e dedicação á nossa terra, tudo se faz. A verdade é que abdicamos muito da nossa vida pessoal e da nossa vida familiar. São opções. Quando vemos a realização de determinado objetivo, parece que o cansaço foi todo embora. É muito satisfatório conseguirmos oferecer algo à nossa população. A Conceição merece, e tudo faremos para que tenha o melhor.