No período anterior à II Guerra Mundial, Josip Broz Tito ingressou na Liga dos Comunistas e em 1939 tornou-se seu chefe, cargo que exerceria até à morte, tendo lutado na guerra e chefiado o movimento guerrilheiro jugoslavo, os chamados partisans, e a partir de 1943 passou a exercer a patente de Marechal, tornando-se o comandante supremo do exército jugoslavo.
Posteriormente e dada sua grande reputação em ambos os blocos da Guerra Fria por sua posição neutra, Tito passou a ser constantemente elogiado e congratulado com 98 condecorações por reconhecimento e a partir dos 82 anos exerceu o cargo de Presidente vitalício, após a eleição de uma nova Assembleia Federal.
Com o sucesso de suas políticas diplomáticas e económicas, Tito foi capaz de comandar a evolução económica e a expansão da Jugoslávia nos anos 1960 e 1970, incluindo políticas internas destinadas à supressão do sentimento separatista e a promoção da irmandade e unidade entre as seis nações jugoslavas.
Símbolo de união entre os povos da Jugoslávia por ter mantido a paz entre as diferentes etnias dos Balcãs, região palco de históricos conflitos separatistas, Tito sempre obteve o apoio do povo jugoslavo que fez dele uma das figuras mais populares de seu tempo com o respeito de todo o mundo pela sua luta contra os nazis, por manter o seu País livre de influências perniciosas e por ter defendido a união e soberania dos países do então chamado Terceiro Mundo.
Era um dos mais conhecidos adeptos do Estado laico socialista e no seu funeral estiveram presentes centenas de líderes mundiais, constituindo enorme participação.
Após a sua morte, ingerências estranhas à vida política do País, a exemplo do que aconteceu e acontece por outros lados do mundo, geraram ódio e ressentimentos entre os diferentes grupos étnicos e desencadearam o maior conflito bélico europeu após a Segunda Guerra Mundial, com bombardeamentos massivos levados a cabo pela NATO que destruiram o País, desmembrando as repúblicas jugoslavas e levando a mais guerras e conflitos que perduram até hoje na região, como é o caso de Kosovo.
Estava destruida a Jugoslávia como País e de novo desmembrada em etnias, após mais uma intervenção militar realizada contra os princípios da Carta da Organização das Nações Unidas e do Direito Internacional.
Inevitavelmente, o mal estar instala-se de novo nesta região após as recentes manifestações da população sérvia na zona norte do território realizadas contra as medidas do poder sediado na capital Pristina e contra a repressão pela polívia albano-kosovar e pela KFOR, missão de manutenção da paz liderada pela NATO, operando no Kosovo desde Junho de 1999 para construir, afirmaram na altura, a paz e a estabilidade na área, ou seja, um País Sérvio «de jure» e Kosovar «de facto».
Perante esta actual crise, a Sérvia informou que vai defender os seus compatriotas, para o que ordenou o estado de alerta máximo do seu exército e transferiu unidades militares para zonas próximas do norte do Kosovo, que Belgrado continua a considerar como província sérvia, somente se aguardando que esta situação não se agrave, caso contrário poderemos enfrentar mais uma guerra na Europa.