MUTUALIDADES QUEREM APROFUNDAR COOPERAÇÃO COM O ESTADO NA SAÚDE

A VI Reunião Anual de Presidentes Mutualistas decorreu, no passado dia 27 de janeiro, no Hotel Solverde, em São Félix da Marinha. Ana Sofia Antunes, secretária de Estado da Inclusão, Miguel Guimarães, ex-bastonário da Ordem dos Médicos, e Luís Alberto Silva, presidente da União das Mutualidades Portuguesas, fizeram questão de participar nesta sessão, que debateu a dimensão económica das mutualidades, assim como a capacitação do setor.

Durante o encontro, Miguel Guimarães, ex-bastonário da Ordem dos Médicos, defendeu o aprofundamento da cooperação entre o Estado e o setor social, na prestação de cuidados de saúde, sublinhando, também, a necessidade de novas convenções, no âmbito dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica e da alteração à lei que impede a abertura de novas farmácias sociais.

Por outro lado, Eduardo Pedroso, responsável pela estatística e bases de dados da CASES, apresentou a Conta Satélite da Economia Social 2019/2020, salientando que o distrito do Porto “concentra 37 por cento das associações mutualistas portuguesas, logo seguido por Lisboa com 22%” e destacando que “as 91 mutualidades portuguesas suportam 11 milhões de euros em impostos, o que representa mais de um terço (37%) do valor total pago ao Estado pelas entidades da economia social”.

Considerando que a capacitação é um dos principais desafios das organizações do setor social, Nuno Silva, diretor-executivo do Centro para a Economia e Inovação Social (CEIS), revelou que estima que o “CEIS possa formar e capacitar 13 mil pessoas nos próximos dois anos”.

Por conseguinte, Luís Alberto Silva, presidente da União das Mutualidades Portuguesas, lançou “um apelo à ousadia” dos dirigentes mutualistas no desenvolvimento de novas respostas e equipamentos sociais e de saúde, agradecendo a Ana Sofia Antunes, secretária de Estado da Inclusão, pela “proximidade e compreensão” demonstrada com o movimento.

A sessão de encerramento foi presidida por Ana Sofia Antunes, que realçou o contributo das associações mutualistas na construção de “mais e melhor Estado Social”, tendo apresentado a descentralização de competências da ação social para os municípios e o aumento de 40 por cento do valor total dos acordos de cooperação, como parte do “legado” dos últimos oito anos de Governo.