O resultado das eleições nesta República Bolivariana deram azo a um enorme coro de protestos por parte de comentadores e elementos da área jornalística, todos ao serviço do império estado unidense, numa campanha em tom raivoso e agressivo que conseguiu mesmo relegar para segundo plano durante dias o genocídio em Gaza, a situação preocupante na Ucrânia e o perigo de nova conflagração mundial.
Neste contexto, sabe-se que estas eleições, como outras globalmente falando, foram acompanhadas por dezenas de observadores de vários países que consideraram o acto eleitoral como decorrendo genericamente de forma normal. Entretanto, foram efectuados insistentes pedidos da oposição para que as autoridades do Conselho Nacional Eleitoral exibissem as actas, solicitação corroborada pelos presidentes do Brasil e da Colômbia, apesar do presidente do México ter apelado à paciência para que o CNE pudesse ter tempo de agir dentro do prazo de 30 dias conforme estipula a legislação eleitoral do País.
É oportuno lembrar que no continente em apreço e nos Estados Unidos, em eleições presidenciais de 2000 entre George W. Bush Jr. e Al Gore, o Supremo Tribunal proferiu uma decisão sobre uma contestação levantada por Gore, passados 35 dias do dia das eleições, atribuindo a vitória a Bush por uma diferença de 537 votos contados na Florida.
A impaciência actual dos media foi notória em comparação com a sua ausência naquela ocasião e curiosamente não houve quem se esforçasse por exigir as actas das anteriores eleições na Venezuela, pelas quais Juan Guaidó, reconhecido por Washington e seus vassalos europeus e latino-americanos, fosse designado «Presidente Empossado», que o diga o nosso antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Santos Silva, que prontamente anuiu nesta leviana atitude.
No entanto, é ignorado entre os acólitos dos media e dos políticos do império que o Grande Polo Patriótico já apresentou as actas das eleições e fê-lo, num gesto incomum por parte do Presidente Maduro, perante a Câmara Eleitoral do Tribunal Constitucional Superior. As actas, convém não esquecer, são entregues a cada Partido e aos seus respectivos representantes no final da contagem dos votos em cada seção eleitoral e naturalmente elas são enviadas ao Conselho Nacional Eleitoral, que as recebe por meio do sistema de transmissão especialmente preparado que conecta a máquina eleitoral, ao servidor central
do CNE.
O ataque cibernético sofrido pela Venezuela na altura causou um atraso na publicação dos resultados da eleição presidencial, que o CNE finalmente tornou públicos, após existir um vencedor claro com uma vantagem irreversível sobre seu opositor.
O ataque cibernético afetou a transmissão de dados, mas não o conteúdo criptografado das mensagens, comprovado pelos recibos emitidos por cada máquina e assinados por todos os membros das mesas de cada candidato e pelo presidente da comissão eleitoral. É por isso que o sistema eleitoral da República Bolivariana da Venezuela é considerado um
dos mais confiáveis e transparentes do mundo.
O problema é que quem não apresentou a acta foi a Mesa da Unidade Democrática do candidato Edmundo González Urrutia, assim tornando incompreensível que tanto ele como María Corina Machado estivessem convencidos de serem os vencedores, quando se recusaram a apresentar logo os registos ao mais Alto Tribunal da Justiça Eleitoral. O objetivo desta manobra foi provocar uma crise política e social na Venezuela, fomentar a agitação, a violência e gerar o caos para levar a uma eventual intervenção de tropas mercenárias contratadas pelo Pentágono, assim tentando uma mudança de regime que permitiria que a maior reserva de petróleo do mundo localizada na Venezuela fosse para as mãos dos Estados Unidos, plano que fracassou e levará os seus autores à responsabilização e a suportar as consequências.
Por último, aqui fica uma informação sobre o exemplar currículo do candidato da oposição Edmundo González Urrutia: Em El Salvador quando era o número dois na Embaixada da Venezuela, junto com o embaixador Leopoldo Castillo conhecido como El Mata Curas, entre 1979-1985, no âmbito do Plano Condor em El Salvador, promovido pelo republicano Ronald
Reagan contra o povo salvadorenho para impedir o avanço das forças revolucionárias, a missão de Edmundo González era ser um agente da morte e nos documentos desclassificados da CIA, em fevereiro de 2009, Castillo foi mencionado como corresponsável pelos serviços de inteligência que coordenaram, financiaram e deram a ordem para a execução da Operação Centauro, a qual consistiu numa série de ações violentas do exército salvadorenho e dos «esquadrões da morte» para eliminar fisicamente as comunidades religiosas, reunidas em torno da busca coerente na teologia da libertação por uma solução pacífica e negociada da guerra.