O impensável aconteceu na Câmara dos Comuns canadiana, quando os seus activos e zelosos parlamentares se levantaram para homenagear um combatente da II Grande Guerra, com a provecta idade de 98 anos de seu nome Yaroslav Hunka, voluntário da Primeira Divisão Ucraniana, conhecida como a Divisão Armada SS Galicia, sob comando directo das tropas nazis que tentaram inutilmente subjugar a URSS.
Este acontecimento, para alguns sem relevância, demonstra cabalmente o ponto a que chegou o agora chamado ocidente colectivo no respeitante à memória histórica, à identidade e ao valor da preservação da Paz, da soberania e do respeito mútuo entre todos os povos do mundo.
Parece estar na moda o branqueamento do nazi fascismo levado a cabo por governantes hipócritas, quando um nazi assumido é louvado no Parlamento Canadiano, composto por deputados do Partido Liberal, do Partido Conservador, do Partido do Quebeque, ou seja, socialista, do Partido Democrata, correspondente ao nosso PSD, do Partido Verde e um deputado independente.
Curiosamente, este branqueamento surge-nos pela mão daqueles que se auto intitulam de paradigmas da democracia e são os mesmos que apoiam o regime ucraniano politicamente referenciado, não somente pelos símbolos que orgulhosamente ostenta, mas também nas acções praticadas pelos seus elementos militares do batalhão Azov.
Mais uma vez, constatamos que quem sofreu e sofre, ontem e hoje, com a ideologia nazi fascista, continua a ser o conjunto dos povos e dos trabalhadores globalmente considerados, e não os governantes que pactuam, branqueiam e até apoiam os representantes da referida ideologia. Também os temos em Portugal.
Na situação actual em que vivemos e mercê do aparecimento de uma nova ordem mundial, estranha ao pensamento único que até agora nos tentam inculcar, os detentores dos interesses económicos ocidentais sentem o perigo de perderem o controlo hegemónico que pensavam manter «ad eternum» sobre o mundo.
Sem esse controlo, como conseguirão saquear os recursos naturais de países soberanos como têm feito ininterruptamente, invadindo, matando, destruindo e provocando sanções económicas que tanto prejudicam as nossas condições de vida no dia a dia?
A irresponsabilidade chega ao ponto do Primeiro Ministro canadense, Justin Trudeau, tentar sacudir a água do capote, afirmando que, pasme-se, o problema principal vai ser «a propaganda russa que se seguirá a este incidente», ou seja, não interessa o Parlamento do Canadá apoiar o nazismo, o importante é os russos poderem acusá-los desse facto.
Torna-se no mínimo preocupante, mas sobretudo um sério aviso à navegação, que após uma guerra mundial que deixou milhões de vítimas, só na URSS foram mais de 20 milhões, um rasto de destruição nunca visto e pela primeira vez a humanidade tenha percebido o que é o poder nuclear, que tenhamos chegado, pela via do pensamento único obtido no Ensino e na «mass media», a um nível tão deshonesto e duvidoso de ignorância.
O capitalismo e o imperialismo, constituem a barriga de aluguer do nazismo e do fascismo que se desenvolvem nos corredores da mentira, do obscurantismo e da demagogia, saibamos, pois, distinguir o trigo do joio e lutar pela Paz sem desfalecimento.