A Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés Gaia Porto foi palco, no passado dia 16 de maio, da apresentação, por parte de Teresa Guilherme, do sexto livro de Rúben Pacheco Correia, intitulado “Rabo de Peixe: Toda a Verdade”. A sessão contou com a presença de mais de cem pessoas que se reuniram com o intuito de saber mais acerca da polémica história da “droga do italiano” e da verdadeira Freguesia de Rabo de Peixe. Desmistificando os estigmas associados a esta vila açoriana, o também empresário falou sobre a profunda investigação, que o levou da Ilha de São Miguel até à Sicília e ao Brasil, e que resultou nesta obra e numa série documental que será transmitida na TVI.
Depois das apresentações em Lisboa e em Rabo de Peixe, onde estiveram mais de 400 pessoas, foi a vez de Vila Nova de Gaia acolher, no passado dia 16 de maio, na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés Gaia Porto a apresentação do novo livro de Rúben Pacheco Correia, intitulado “Rabo de Peixe: Toda a Verdade”, que foi conduzida por Teresa Guilherme. A sessão contou com a presença de mais de cem pessoas que se reuniram com o intuito de saber mais acerca da polémica história da “droga do italiano” e da verdadeira Freguesia de Rabo de Peixe. Desmistificando os estigmas associados a esta vila açoriana, o também empresário falou sobre a profunda investigação, que o levou da Ilha de São Miguel até à Sicília e ao Brasil, e que resultou nesta obra e numa série documental que será transmitida na TVI.
Na ocasião, as intervenções foram inauguradas por Teresa Marinho, responsável pelo Departamento de Comunicação e Relações Institucionais do El Corte Inglés Gaia Porto, que fez questão de agradecer a Rúben Pacheco Correia por “ter escolhido o El Corte Inglés, aqui de Vila Nova de Gaia, para a sua apresentação a Norte, assim como à Teresa Guilherme, também, que veio fazer a apresentação do livro e, à Contraponto, neste caso, à Marta Mesquita”.
Seguidamente, foi Joaquim Ferreira Leite, diretor do Jornal AUDIÊNCIA, quem se dirigiu aos presentes, assegurando que “é um privilégio ter a oportunidade de ter aqui entre nós o Rúben Pacheco Correia. Como sabem, os Açores têm muitas pessoas ligadas às letras. Mas, o Rúben é diferente. Ele tem 28 anos e é uma pessoa multifacetada. «Rabo de Peixe: Toda a Verdade» tem sido um sucesso de tal ordem que já está em primeiro lugar de vendas a nível nacional. O Rúben Pacheco Correia é um fenómeno e como fenómeno, só podia estar em Vila Nova de Gaia”.
Recordando o facto de o jovem empresário ter sido distinguido na XX Gala AUDIÊNCIA com o Troféu Gastronomia & Lazer porque “além dele escrever e se dedicar às letras, tem também um nome muito ligado à restauração, através dos seus dois magníficos restaurantes na Ilha de São Miguel, o Mercado da Vila e o Botequim Açoriano”.
Neste seguimento, também Marta Mesquita, da editora Contraponto, tomou a palavra, afirmando que “Rabo de Peixe: Toda a Verdade” é “um livro, de facto, que já é um sucesso e que já está em segunda edição”.
Garantindo que se trata de “um livro único”, a editora frisou que “fazer este livro, com viagens para a Itália e para o Brasil, assim como anos e anos de pesquisa, exige uma perseverança, uma inteligência, meios e uma vontade muito grande de repor a verdade e, acima de tudo, uma vontade muito grande de homenagear os seus conterrâneos, homenagear Rabo de Peixe, que durante muitos anos tem sido notícia por maus motivos e que criou, de facto, uma ideia muito deturpada nas pessoas do que é viver em Rabo de Peixe e o Rúben, como um filho da terra, quis, de facto, repor a verdade. Portanto, é um livro extraordinário, que podem ler de várias maneiras”.
A apresentação do livro foi da responsabilidade da apresentadora e produtora televisiva, Teresa Guilherme, que afiançou que “o Rúben é muito bom comunicador e isso está nas páginas do livro, porque ao lê-lo é como se ouvíssemos o Rúben a contar as várias histórias do amor dele pela sua terra”.
Garantindo que “a história é realmente empolgante”, Teresa Guilherme sublinhou que o autor “como bom filho da terra que é, sentiu-se incomodado por a série da Netflix sobre Rabo de Peixe ter tantas imprecisões, que decidiu defender a sua dama”.
De acordo com a apresentadora, “o Rúben vai mostrando a história em doses homeopáticas, como foi a história para ele também, porque ele fez dois anos de pesquisa. Portanto, ele foi ao fundo de todas as questões e falou com todas as pessoas que estão relacionadas com este acontecimento, vamos dizer, todos os criminosos, pessoas que depois foram presas e que foram soltas, pois já passaram muitos anos e a história é realmente empolgante. Ele consegue falar com todas, incluindo o tal dono do barco e certificar-nos sem dúvidas nenhumas sobre a verdade”.
Por fim, foi Rúben Pacheco Correia, autor do livro “Rabo de Peixe: Toda a Verdade”, quem interveio, frisando que “eu sou de Rabo de Peixe. Nasci, cresci, estudei e vivo em Rabo de Peixe, apesar de agora passar algum tempo em Lisboa, porque para a alegria da minha mãe voltei à Faculdade de Direito”.
Asseverando que “ao longo dos últimos tempos eu tenho ouvido falar de um Rabo de Peixe que eu não reconheço, como (…) um sítio de maus costumes, um lugar onde talvez sonhar não tenha o mesmo valor de sonhar noutra freguesia”, o autor afiançou que “eu nunca senti isso. Nasci na Cova da Moura, cresci com o meu bisavô Augusto e a minha bisavó Rosa e foram eles que me ensinaram a ler e escrever. Eles não sabiam ler e escrever. Contavam-me histórias e cantigas de cor. Mas nunca vi um Rabo de Peixe da pobreza, do mal e da violência, que tanto se fala”.
Por conseguinte, o também empresário evocou a série “Rabo de Peixe”, da Netflix, revelando que “antes da série ser conhecida, para quem teve a oportunidade de ver, uma série bem feita em termos de ficção, com um bom elenco, mas que não honra o nome da terra que me viu nascer. Chamar Rabo de Peixe a uma série onde o tráfico de droga é constante e onde as histórias que acontecem nada têm a ver com a nossa realidade, é perpetuar um estigma que eu já ouvia na minha infância pelos amigos que não eram de Rabo de Peixe, através da ficção. Eu senti que tinha a missão de devolver alguma dignidade à terra que me viu nascer. Rabo de peixe não é droga. Rabo de Peixe é uma vila grande numa ilha pequena. É uma vila de 10 mil habitantes numa ilha de pouco mais de 100 mil. É normal que tenha casos de sucesso, de droga, de gente que tem outros sonhos, que tem outros objetivos”.
Neste seguimento, Rúben Pacheco Correia começou “a investigar a história de que tanto se falava, a história do italiano, figura mítica dos Açores, mas não tínhamos condições de dar identidade ao italiano de que tanto se falava. Hoje, tive a oportunidade, como a Teresa aqui já disse, de me sentar à frente desta figura mítica, que é o italiano, Antonino Giuseppe Quinci, que está preso no Brasil, porque foi apanhado, portanto, por mais de 700 quilos noutra ilha, em Fernando de Noronha e a verdade é que esta pessoa, não só com a sua trágica história, porque esta história não tem graça, tem muita desgraça, nomeadamente, gente que morreu à mercê da droga, mais que perderam os seus filhos, crianças que tiveram acesso a droga gratuita nas escolas e nas ruas. Esta história só tem desgraça. Eu não me consigo sequer animar com histórias denunciadas de traficantes, porque todo o dinheiro e toda a suposta bondade que possam parecer ter, vem de dinheiro sujo, de sangue e de mortes de várias pessoas que sofrem à mercê das drogas. O facto deste homem estar na capa do livro não é a fazer dele um herói nesta história é ao contrário, é mostrar à minha geração, à geração do meu irmão e a tantas outras gerações que, o que aconteceu em 2001, não devia voltar a acontecer hoje, amanhã e sempre. Que sirva de exemplo para que hoje possamos ter um contacto diferente com a droga, um contacto de distanciamento”.
Admitindo que quando iniciou esta investigação, jamais imaginou onde o iria levar, o escritor contou que “fui até a Sicília, entrevistar a família do protagonista que está preso em Sicília. Fui até ao Brasil, entrevistar o próprio que está preso no Brasil e tive de fazer contatos com pessoas que estão nos Estados Unidos da América. (…) Portanto, descobri não só aquilo que eu já sabia, que era que Rabo de Peixe tem pouco ou nada a ver com esta história, mas descobri tantas outras histórias paralelas que me deram o entusiasmo de acreditar que, afinal, a história real é bem mais interessante e entusiasmante do que a história da ficção. Sequestros em Barcelona, mortes à bomba em Lisboa, fugas de três prisões de três países diferentes. Todas estas histórias têm diretamente a ver com a história do Rabo de Peixe, que, no fundo, não é a história de Rabo de Peixe. O meu objetivo é que, quando lerem estas 173 páginas de texto, possam chegar à mesma conclusão que eu cheguei: afinal, Rabo de Peixe não tem nada a ver com o Rabo de Peixe. A história que nos foi contada foi um engano”.
Enaltecendo que “o que eu vos quero deixar aqui é este convite a conhecerem Rabo de Peixe com a alma e não com as palavras de forasteiros que tentam sempre atribuir a Rabo de Peixe um estigma falacioso”, Rúben Pacheco Correia ressaltou que “espero que, através destas palavras, eu possa continuar a dar aos jovens de Rabo de Peixe a oportunidade que eu tive de sonhar e de acreditar que ser de Rabo de Peixe não é diferente de ser de outro lugar e que os sonhos valem e têm um peso igual”.
A apresentação do livro “Rabo de Peixe: Toda a Verdade” terminou com um momento musical protagonizado pelo fadista gaiense Miguel Bandeirinha, que antecedeu a sessão de autógrafos.