O nome da aldeia ribeirinha de Mazouco, sobranceira ao rio Douro, no concelho transmontano de Freixo de Espada à Cinta, começa a ser cada vez mais “badalado” por via das suas belezas naturais e do aspecto pitoresco dos seus recantos.
Antes da reforma administrativa que alterou radicalmente o figurino autárquico do concelho a que pertence, Mazouco era uma das seis freguesias de então, a par da sede do concelho, Fornos, Lagoaça, Ligares e Poiares.
Porém, na sequência da citada reforma administrativa de 2011, esta aldeia ribeirinha perdeu a individualidade própria, partilhando hoje o seu espaço vital no âmbito da União de Freguesias de Freixo de Espada-à-Cinta e Mazouco. No entanto, talvez isso tenha aproximado um pouco mais a aldeia da sede do concelho, com a qual agora reparte o seu novo estatuto administrativo.
As origens deste aglomerado populacional banhado por um dos cursos de água mais emblemáticos da Península Ibérica – o Douro Internacional – perdem-se no tempo. No entanto, tendo em conta que o Freixo multissecular existe já desde os primórdios na nacionalidade (séculos XII ou XIII), é um sinal evidente de que esse “presépio” ribeirinho ostente ainda vestígios desses tempos imemoriais.
O AMOR PELA NATUREZA
Tratando-se de uma comunidade predominantemente rural, a actividade económica de Mazouco centra-se na cultura do vinho e do azeite, a par de diversas explorações de apicultura, abundando também pomares de citrinos e outros, a cujo fruto a proximidade do rio confere uma qualidade superior a ter em conta.
Além disso, a existência das denominadas Gravuras Rupestres, representando um cavalo gravado na rocha, com origem na era do Paleolítico superior e localizadas bem próximo do curso de água, são hoje motivo de interesse também reconhecido pelas autoridades máximas da Cultura. Quanto ao povoamento da aldeia, a mobilidade dos “mazouqueiros” no último século não é encorajadora.
A sua maior expressão populacional de sempre remonta ao ano de 1950, com um registo de 582 habitantes, mas desde então tem baixado continuamente, ao ponto de nos Censos de 2011, o registo não apontava mais do que 167 “almas”, o que corresponde a uma densidade populacional de cerca de nove habitantes por Km2.
Um motivo de preocupação extensivo a muitas outras localidades do interior. Assim sendo, bem se pode dizer que aqueles que ainda teimam em lá residir assumem-se como verdadeiros “heróis”, face às enormes adversidades que a cada instante têm de superar.
No entanto, este cenário preocupante e extensivo a muitas outras localidades do interior do País, por via de um cenário “desértico” cada vez mais evidente se o compararmos com o actual índice demográfico da faixa costeira do continente português, completamente saturado.
OBS: Texto escrito de acordo com a ortografia antiga.