A Casa do Povo da Ribeira Grande tem, desde dia 12 de abril, uma exposição dos seus troféus e lembranças, no seu edifício sede para qualquer um poder visitar. O Jornal AUDIÊNCIA fez uma visita pelo espaço e esteve à conversa com o presidente da associação, Albano Garcia.
A Casa do Povo da Ribeira Grande é uma associação repleta de história e tradição. Ao longo dos 54 anos de existência, foram inúmeras as atividades e encontros em que já participaram, nas mais diversas áreas. Albano Garcia, presidente da Casa do Povo, diz que estão assentes num “tripé: educação, cultura e desporto”.
Uma casa que tem quatro CATL’s (Centro de Atividades de Tempos Livres) com cerca de 80 crianças no total, sendo um deles dedicado a pessoas com necessidades educativas especiais, um Grupo Folclórico de renome, e um passado muito ativo no mundo do desporto, uma vez que tiveram atletas de praticamente todas as modalidades, estando hoje essa vertente ativa apenas através da hidroginástica para idosos. Os cursos pós-laborais são outra aposta da Casa do Povo da Ribeira Grande, normalmente com vários a decorrer nas áreas das rendas e bordados, corte e costura, pintura em tela, modelar em barro, entre outros, mas que neste momento estão em “pausa” devido à situação pandémica atual que o mundo atravessa.
A verdade é que 54 anos repletos de atividades e equipas trouxeram consigo grandiosas deslocações e encontros. “Nós tivemos nas comunidades no Canadá e na América, nos convívios ribeira-grandenses, no continente português em diversas cidades, na Madeira, nas outras ilhas dos Açores”, explicou Albano Garcia. Em cada um desses encontros, a associação oferecia e recebia uma lembrança ou oferta. Albano Garcia achou que esses objetos, bem como fotografias e outros bens eram importantes de ser partilhados com os outros, uma vez que faziam parte da memória e história da Casa do Povo. Foi assim que nasceu, a 12 de abril de 2021, a, carinhosamente apelidada, de “sala das memórias”.
“Isto é um espólio de memórias. Fomos recolhendo algumas ofertas e lembranças ao longo de muitos anos e achamos por bem expor e mostrar à sociedade o que é que nós tínhamos guardado”, explicou o presidente da Casa do Povo da Ribeira Grande. Além das lembranças adquiridas nos encontros, a coleção conta também com diversos álbuns de fotografias, alguns exemplares de vestuários típicos, nomeadamente o traje de folião oferecido à associação pela família de Manuel Medeiros, livros, taças conquistadas pelas equipas que o clube já teve, lembrancinhas feitas pelas crianças dos CATL’s cuja associação guarda sempre um exemplar, livros, uma exposição de fotografias da Romaria de 2014, entre muitas outras peças de um enorme puzzle de memórias.
A sala de memórias está aberta a todos que a queiram visitar e Albano Garcia deixou mesmo o apelo a que também os de fora possam visitar o espaço quando visitarem a Ilha de São Miguel. “Qualquer pessoa pode vir, está aberto a toda a gente. Mesmo quem vem do Continente, de outras ilhas, ribeiragrandenses que estão noutros países e sentem a chama de ser açorianos, em qualquer parte do mundo. Todos estão convidados”, disse o presidente.
Albano Garcia termina o seu mandato em breve, mas garante que vai feliz. Quer ver sangue novo a entrar e a ser ativo. No entanto, o presidente ainda referiu que esta sala é apenas o despoletar da grande potencialidade do edifício sede. Em breve, com a retirada por parte do Governo dos serviços que funcionam no rés-do-chão, Albano Garante que haverá mais coisas a acontecerem e referiu até a construção de um elevador para tornar a Casa do Povo mais acessível a todos.