A Catalunha é composta por quatro províncias: Barcelona, Girona, Lérida e Tarragona, tendo como capital Barcelona, também a maior cidade, o segundo município mais povoado de Espanha e o núcleo da sétima área urbana mais populosa da União Europeia.
A Catalunha compreende a maior parte do território do antigo Principado da Catalunha, com excepção de Rossilhão, agora parte dos Pirenéus Orientais da França. Tem fronteiras com a França e Andorra ao norte, o Mar Mediterrâneo a leste e as comunidades autónomas espanholas de Aragão a oeste e Valência ao sul.
As línguas oficiais são o catalão, o espanhol e o occitano aranês. No final do século VIII, os municípios da Marca de Gótia e a Marca Hispânica foram estabelecidos pelo Reino Franco como vassalos feudais perto dos Pirenéus orientais, funcionando como uma barreira defensiva contra as invasões muçulmanas.
Os municípios orientais estavam unidos sob o domínio do vassalo franco, o Conde de Barcelona e, mais tarde, passaram a chamar-se «Catalunha».
Em 1137, a Catalunha e o Reino de Aragão foram fundidos após a união real entre a Coroa de Aragão e o Principado da Catalunha e a região tornou-se a base do poder naval da Coroa de Aragão e do expansionismo no Mediterrâneo. No final da Idade Média, a literatura catalã floresceu e, entre 1469 e 1516, o rei de Aragão e a rainha de Castela casaram e governaram seus reinos juntos, mantendo todas as suas instituições, tribunais e constituições distintas.
Dando um salto na História, com a proclamação da II República Espanhola, em 1931, reconheceu-se a autonomia da Catalunha, não obstante ter sido proclamada, unilateralmente a República Catalã, mas a proclamação não foi bem aceite pelo governo de Espanha, embora fosse uma proclamação federalista. Depois de prolongadas negociações aprovou-se o seu Estatuto no ano de 1932, aprovado com 99% dos votos por referendum, que dava oficialidade à língua catalã, restabelecia o autogoverno e designava a Catalunha como uma região autónoma, tendo sido eleito Presidente da Generalidade Francesc Macià, da Esquerda Republicana da Catalunha.
Com a derrota dos Republicanos na Guerra Civil de 1936-1939, a Catalunha perdeu novamente a sua autonomia, todas as instituições de autogoverno foram banidas, sofreu uma importante e pesada repressão cultural e linguística com a abolição e proibição do uso do catalão, por parte do estado nacionalista espanhol, totalitário e de inspiração fascista e em 1940 o presidente catalão, Lluís Companys, foi fuzilado.
Os anos pós guerra foram extremamente duros e a Catalunha, como muitas outras partes da Espanha, foi devastada, tendo a recuperação dos danos sido lenta, porém, durante os anos 60 houve um crescimento espectacular da indústria e do turismo na região e, em 1977, com a morte do ditador Francisco Franco e o fim da ditadura, foi a primeira comunidade a recuperar outra vez a sua autonomia, restaurando a Generalitat, exilada desde o fim da Guerra Civil em 1939 e adoptando um novo Estatuto de Autonomia em 1979. Em 1992, Barcelona organizou os Jogos Olímpicos de Verão.
Actualmente a Generalitat da Catalunha conta com delegações no estrangeiro e tem diversas competências exclusivas como segurança, saúde, cultura e educação. O novo Estatuto de Autonomia da Catalunha, aprovado após um referendo em 2006, foi contestado por importantes sectores da sociedade espanhola, especialmente pelo conservador Partido Popular, que enviou a lei ao Tribunal Constitucional de Espanha.
Em 2010, o Tribunal declarou não válidos alguns dos artigos que estabeleceram um sistema autónomo catalão de Justiça, melhores aspectos do financiamento, uma nova divisão territorial, o estatuto da língua catalã ou a declaração simbólica da Catalunha como nação, entre outros, tendo esta decisão sido bastante contestada por muitos sectores da sociedade catalã.
Nos acontecimentos actuais, a violenta repressão de Rajoy e o discurso vazio do rei, no rasto do regime franquista, reforçaram a indignação dos independentistas, levando a que muita gente, fora e dentro da Catalunha, aderisse à causa da independência, contrariando os oponentes que receiam o contágio, não somente em Espanha, mas na Europa connosco.