CLÁUDIA CARVALHO-SANTOS ESTÁ A PREPARAR UMA START-UP PIONEIRA PARA O MERCADO DA ÁGUA

Natural de Vila do Conde, a investigadora do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da Universidade do Minho, Cláudia Carvalho-Santos está a preparar uma start-up pioneira para o mercado da água, intitulada “Trees4Water”, que nasceu do projeto de investigação homónimo, que é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia entre fevereiro de 2023 e julho de 2024, tendo parceiros como a Águas do Norte, a Universidade de Kiel (Alemanha) e consultores de Espanha e dos Países Baixos.

Neste momento na fase de procura de investidores e concursos de aceleração, este projeto pretende avaliar a pegada de água (quantidade e qualidade) das empresas e sugerir medidas de mitigação através de créditos de água, como plantar árvores junto a cursos de água ou patrocinar a gestão da floresta. “No futuro, podemos evoluir para um mercado de benefícios múltiplos que as florestas prestam e que não estão atualmente a ser contabilizados”, sublinhou Cláudia Carvalho-Santos.

A cientista utiliza algoritmos para combinar modelos hidrológicos e imagens de satélite, calculando, assim, a pegada hídrica das empresas, em termos de quantidade e qualidade. “Caso essa pegada seja considerável, as empresas podem mitigá-la, através de créditos de água, contabilizados com a plantação de floresta ou o apoio à sua gestão. Os agentes fornecedores destes créditos, como proprietários agroflorestais públicos e privados, colocarão os seus créditos disponíveis numa plataforma e a «Trees4Water» irá mediar um esquema de incentivos e pagamentos”, explicou a investigadora.

Esta ideia de negócio venceu, recentemente, o concurso nacional “H2O & Sustainability Innovation Hub”, na categoria “PhD & Researchers”, que foi organizado pela consultora PremiValor, em Faro, e que atribuiu 7 mil euros para apoiar na mentoria e criação desta start-up. “Estou contente com a distinção, porque este trabalho valoriza a nossa sustentabilidade e porque acredito que os impactos dos projetos de investigação devem chegar à sociedade”, enalteceu Cláudia Carvalho-Santos.