CONCLUSÃO DO 1º CONTO DO CONCURSO “UM CASO POLICIAL NO NATAL”

Com os nossos votos de um feliz e próspero Ano Novo para todos os leitores do jornal AUDIÊNCIA GP e seguidores do blogue LOCAL DO CRIME, concluímos hoje a publicação do primeiro conto do concurso “Um Caso Policial no Natal”, que tem como principais protagonistas Mino e Mina, marido e mulher, cuja primeira parte terminou da seguinte forma:

“(…)

Os filhos cresceram passaram-se 20 anos, 25, formaram-se, todos, mas as dívidas de empréstimos bancários aumentaram – só assim conseguiram pagar as Faculdades – e… o dinheiro já não chegava para tudo. Mina desesperada começou a frequentar uma Associação Humanitária de ajuda às famílias mais necessitadas e lá iam vivendo. Os filhos, os 4, embora formados, não conseguiam arranjar emprego. Até que um dia, Mina chegou junto do marido e abraçou-o de uma maneira diferente! Ele surpreendido, perguntou-lhe:

– Mas, o que é que se passa!?

– Oh, Mino… na Associação conheci uma pessoa, um homem muito rico!

– O quê!? Ai, ai… – comentou ele preocupado.

– Só ele nos poderá ajudar…

– Mas como!?

– Vou casar com ele!!

– O quê!? Estás maluca!?

(…)”

“Um Caso Policial no Natal” – PRIMEIRO CONTO

O CONTRATO, de Fernando A. F. Aleixo

II – PARTE (conclusão)

– Já me deu dinheiro e pagou algumas das nossas dívidas!

– Oh, pá… fizeste isso!? E mais o quê com ele!?

O rosto de Mina estava repleto de lágrimas e o Mino também começou a chorar!

– Não, não, não, não! Vais acabar tudo, hoje mesmo! – gritou ele.

– Não! Vamos tratar do divórcio e fazemos um contrato. – justificou a mulher.

– Qual contrato!? – interrogou o homem, assustado.

– Eu caso com ele, ele não tem herdeiros, é muito rico, tem patrimónios, terrenos, empresas e sei lá que mais. É solteiro. Nunca casou. É comerciante. Deixa-me tudo, se morrer!…

– Mas o que é que estás a pensar!?

– É isso mesmo… Eu mato-o, enveneno-lhe a comida e volto para ti!! Ficamos ricos.

Continuaram a chorar, os dois, e após algumas horas, mais calmos, o contrato foi selado.

Não havia volta a dar! Mino impôs condições… primeiro tinha de abordar o indivíduo e mostrar-lhe que se opunha ao seu divórcio e depois quem o iria assassinar seria ele próprio livrando a Mina de tal tarefa e assim fizeram.

Mina continuou durante algum tempo a sair com o amante e numa noite o marido procurou-os foi de encontro ao tipo e disse-lhe:

– Você não tem vergonha de andar com uma mulher casada!? Está a destruir uma família bonita! – vociferou enquanto deu uma fumaça no seu cigarro (sempre fumou!) e expeliu o fumo para a cara do sujeito que tossiu.

– Eu farei o que ela quiser! – respondeu a pessoa, serena e sem mostrar receio.

O “Mino Alentejano” deixou-os e foi-se embora. Tempos depois o divórcio. Os filhos aceitaram a desunião, mas nunca perguntaram porquê! Três foram viver com a mãe e só o mais velho ficou em casa do pai. A vida melhorou para ambos os lados. As dívidas foram saldadas. Nas festas Natalícias as prendas abundavam e a casa do Mino enchia-se de ofertas vindas do lado da ex-mulher. Encontravam-se às escondidas sem ninguém dar por isso, à noite, ou quando o comerciante se ausentava em negócios. O contrato estava a ser bem-sucedido e cumprido. Até que chegou o dia do seu final e o Mino já tinha adquirido uma pistola por meios menos abonatórios e ilegais. Combinaram que seria no dia de Natal, daquele ano, que o comerciante iria deixar de existir. O alentejano agasalhou-se, comprou um novo maço de cigarros, carregou a pistola e dirigiu-se ao local combinado com a ex-mulher. Ela arranjaria maneira de ir com o seu atual marido até um sítio ermo, em passeio noturno, festejando o Natal, para desanuviar da ceia da véspera onde a comida e os doces abundaram!

Mino quando chegou ao sítio combinado… o carro da vítima já lá estava! Aproximou-se de arma em punho. O comerciante quando o viu… saiu do carro, sem medo, para enfrentar o alentejano.

– Não faças isso! – gritou ela.

Nem houve tempo para discussões. Um tiro ecoou… o homem tombou! Sangue no chão. Um cigarro aceso na mão esquerda. A pistola na outra mão. Arma guardada no bolso, fumarenta. Cheiro a pólvora queimada! Os dedos quentes e nus do Mino nem se preocupavam com o frio existente. Ele, sabedor, apanhou a cápsula proveniente do disparo. Olhou de novo para o corpo derrubado. Deu mais uma fumaça e atirou o cigarro para a cara do morto com um esgar de raiva. Beijou a sua amada e voltou-lhe as costas de regresso a casa.

Mina deixou-o ir… para depois procurar socorro e contar a história à sua maneira.

O contrato tinha terminado e tudo parecia perfeito. Daqui por uns tempos voltariam a estar juntos… só que nunca imaginaram que tal jamais voltaria a suceder… porque a penitenciária iria ser o lar futuro dos dois!

A Polícia Judiciária facilmente deslindou o caso…

Fumar mata, mas também pode levar à prisão!

AVALIAÇÃO-PONTUAÇÃO

Os nossos leitores têm a partir de agora 30 (trinta) dias para proceder à avaliação deste primeiro conto a concurso e ao envio da pontuação atribuída, entre 5 a 10 pontos (em função da qualidade e originalidade), através do email salvadorsantos949@gmail.com. Recorda-se que o conto vencedor do concurso será o que conseguir alcançar a média de pontuação mais elevada após a publicação de todos os trabalhos, sendo possível (e muito desejada!) a participação dos autores no “lote de jurados”, estando, porém, impedidos de pontuar os seus originais (escritos em nome próprio ou sob a forma de pseudónimo), de maneira a não “fazerem juízo em causa própria”.