A Confraria da Pedra realizou um jantar tertúlia, no Restaurante Castela, na Madalena, em Vila Nova de Gaia, que reuniu 60 pessoas e teve como convidados de honra a eurodeputada Isabel Santos, o Diretor Geral da Runporto, Jorge Teixeira, e a presidente da Direção do Orfeão de Valadares, Valentina Peres.
A política, os direitos humanos e o atletismo foram o mote deste jantar tertúlia que juntou 60 Confrades de Honra, Confrades Honorários e convidados, numa noite emblemática. José Carlos Leitão, Chanceler presidente da Confraria da Pedra, afirmou que “a Confraria da Pedra foi fundada no dia 12 de julho de 2001, com o objetivo de dignificar a indústria e a arte da pedra e de perpetuar a memória do pedreiro” e deu início à tertúlia, passando a palavra a Jorge Teixeira, Diretor Geral da Runporto, que falou sobre a sua história, sobre o seu percurso no mundo do atletismo e sobre a marca Runporto.
“Tenho várias maratonas feitas, centenas de meias maratonas, enfim, muitos quilómetros nas pernas”, contou o Diretor Geral da Runporto, afirmando que “eu fazia mais ou menos por semana entre 140 a 160 quilómetros a correr”.
Jorge Teixeira enalteceu ainda que “eu tenho uma empresa familiar, uma empresa de que me orgulho bastante, uma marca que até é bastante cobiçada, que é a Runporto.com, com um trabalho que está à vista de toda a gente”, sublinhando que “nós quando vamos para a rua trabalhar, vocês não imaginam, há momentos de sofrimento mesmo, porque é muito engraçado organizar eventos quando está bom tempo e não está vento, mas quando está mau tempo e está vento nós sofremos, porque é a integridade das pessoas que está em causa”.
Posteriormente, o Chanceler presidente da Confraria da Pedra passou a palavra a Valentina Peres, presidente da Direção do Orfeão de Valadares, que referiu a história da sua ligação ao Orfeão de Valadares, instituição que comemorou 92 anos de existência, e as obras de ampliação e requalificação que foram subsidiadas a 100% pela Câmara Municipal de Gaia e inauguradas em abril de 2019.
“O associativismo entranha-se e isto é completamente verdade”, garantiu a presidente da Direção do Orfeão de Valadares, asseverando que “além do coral adulto temos um coral infantojuvenil, temos uma Escola de Dança que passa desde uma escola certificada em ballet clássico, em jazz, em hip hop, em pilates e por aí fora. Temos uma Escola de Música que passa pelo ensino da flauta transversal, do canto, do piano, da guitarra clássica, da guitarra acústica, da guitarra elétrica, da bateria e de tudo o que são precursões. Temos um Centro de Estudos e temos um Grupo Etnográfico, temos um Grupo de Cordas. Temos a nossa parte desportiva, temos o Ténis de Mesa Adaptado, com o qual nós ao longo de muitos anos temos tido a sorte de ter trazido sempre o primeiro lugar a nível nacional, temos o Ténis de Mesa Federado Veteranos e Masters, temos os seniores e os juniores e os infantis”.
Depois desta intervenção, José Carlos Leitão introduziu Isabel Santos, deputada e vice-presidente da Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação Europeia, que fez questão de se apresentar com a leitura de um artigo publicado no jornal Observador que a caracteriza como sendo “a bisneta viciada em trabalho”.
A eurodeputada falou sobre direitos humanos e questões humanitárias. “Nós precisamos de ter aqui uma postura de abertura de fronteiras, porque os refugiados também já fomos nós. É preciso que nos lembremos do que aconteceu na 2ª Guerra Mundial, só aqui, por Portugal, com os vistos do embaixador Sousa Mendes, passaram 30 mil refugiados e não havendo estatística, calcula-se que tenham passado por Portugal 100 mil refugiados nessa altura e as condições de vida não eram as de hoje. E nós também fomos migrantes e somos emigrantes e continuamos a emigrar, por isso temos a obrigação de perceber o que se está a passar à nossa volta e se há projeto para o qual eu pretendo contribuir, modestamente, será mesmo muito modestamente, porque sou um grão de areia numa praia, dentro da minha atividade no Parlamento Europeu, tem exatamente a ver com isto, tem a ver com uma política de acolhimento, uma política de asilo e de emigração comum, que nos permita dar proteção internacional de uma forma partilhada, segundo as possibilidades de cada país, àqueles que aqui procuram abrigo e uma oportunidade de vida àqueles que fogem à guerra e que fogem à perseguição. E, por outro lado, uma política integrada de emigração, porque nós temos de olhar para África, temos de nos voltar definitivamente para África, porque África é importante, é importante pela questão da segurança e da estabilidade da Europa”, destacou Isabel Santos, revelando que “a Europa tem de passar a falar de uma vez por todas a uma só voz”.
A Confraria da Pedra aproveitou ainda a ocasião para atribuir um Diploma de Reconhecimento, uma mini insígnia e um pin a Jorge Teixeira e à esposa, Emília, a Valentina Peres e a Isabel Santos.
O Chanceler anunciou, à margem do jantar tertúlia, que o Jantar Solidário que está a ser organizado pela Confraria da Pedra vai realizar-se entre outubro e novembro na Quinta da Torre Bella, em Oliveira do Douro. A Confraria pretende atingir os 20 mil euros, sendo que a verba angariada vai reverter em prol de jovens com deficiência.