O historiador da diáspora Daniel Bastos, proferiu, na livraria Unicepe, no Porto, uma conferência dedicada a “Gérald Bloncourt: o fotógrafo da emigração portuguesa”, em homenagem ao “franco-atirador” dos bidonvilles e da emigração portuguesa “a salto” nos anos 60 e 70.
A sessão, que assinalou, segundo o historiador da diáspora, “os seis anos do falecimento de uma personalidade ímpar que durante mais de duas décadas escreveu com luz a vida dos portugueses em França e em Portugal”. Centrada na abordagem do trabalho e percurso de vida do fotógrafo, que imortalizou a epopeia da emigração e a génese da democracia portuguesa, a cerimónia intimista incluiu, ainda, a reapresentação do livro “O olhar de compromisso com os filhos dos Grandes Descobridores”, uma obra concebida e realizada por Daniel Bastos, em 2015, que contou com prefácio de Eduardo Lourenço e tradução de Paulo Teixeira, onde é retratado, através do espólio de Gérald Bloncourt, “a vida dos emigrantes portugueses nos bairros de lata nos arredores de Paris, conhecidos como bidonvilles, que já integraram várias exposições em Portugal e França, e que fazem parte do arquivo da Cité nationale de l’histoire de l’immigration em Paris, e do Museu das Migrações e das Comunidades, em Fafe”.
Durante a homenagem, Daniel Bastos salientou, ainda, que “o trabalho fotográfico de Bloncourt constitui um valioso repositório do último meio século nacional, que resgata das penumbras do esquecimento os protagonistas anónimos da história nacional que lutaram aquém e além-fronteiras pelo direito a uma vida melhor e à liberdade”.