Para celebrar o espírito dos Santos Populares, depois de dois anos de condicionalismos impostos pela pandemia da Covid-19, a União de Freguesias de Mafamude e Vilar do Paraíso voltou a organizar o Desfile Henrique Castro, onde participaram cinco marchas. No dia 25 de junho, as marchas arrancaram da Feira de São Martinho, rumo ao Parque de São Caetano, onde já aguardavam centenas de pessoas. Alexandra Amaro fez um balanço positivo do desfile, mas espera mais e melhor para a edição de 2023.
No dia 25 de junho, as marchas sanjoaninas voltaram ao Parque de São Caetano, em Vilar do Paraíso. Depois de dois anos de interregno, fruto das condicionantes da pandemia da Covid-19, o Desfile Henrique Castro voltou às ruas da freguesia e contou com a participação de cinco marchas, de seis associações locais. O percurso foi o já habitual: começou na Feira de São Martinho, fez uma paragem em frente à sede da Associação Recreativa Entre Parentes e, depois, rumou ao Parque de São Caetano, onde a artista Carla Maria já animava as centenas de pessoas lá presentes.
E como marchas em Gaia começam com bombos, os primeiros a entrar no recinto foram os membros da Associação de São Gonçalo Antiga da Rasa, seguindo-se, depois, a entrada dos padrinhos da edição de 2022 do Desfile Henrique Castro, Dário Silva, vereador da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, e a esposa. Depois, foi tempo de entrarem as marchas repletas de cor e alegria. Participaram no evento a marcha do Centro Social de São Pedro de Vilar do Paraíso, da Associação Recreativa Entre Parentes, do Centro Recreativo de Mafamude, em parceria com a Associação Recreativa de Laborim, do Grupo Dramático de Vilar do Paraíso e, por fim, a marcha da Associação Cultural e Recreativa “Os Amigos Vilarenses”, que já havia representado a União de Freguesias de Mafamude e Vilar do Paraíso nas Marchas Sanjoaninas de Gaia e conquistado um honroso quarto lugar.
Os padrinhos de todas as marchas foram recebidos por Alexandra Amaro, presidente da União de Freguesias de Mafamude e Vilar do Paraíso, que lhes entregou uma lembrança pela participação e estes tiveram o prazer de assistir à atuação da sua associação junto da mesma e das demais entidades presentes, entre as quais Patrocínio Azevedo, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, e vários vereadores da autarquia gaiense.
No final da iniciativa, que contou com centenas de pessoas na bancada e ao redor do recinto, todas as marchas se juntaram e fizeram um minuto de silêncio em memória do autor da Marcha de Vilar do Paraíso, Laurentino Castro, pai da personalidade que dá nome ao desfile, Henrique Castro.
Alexandra Amaro, presidente da União de Freguesias de Mafamude e Vilar do Paraíso, em entrevista exclusiva ao Jornal AUDIÊNCIA, destacou a realização desta iniciativa, depois de dois anos de interregno, como um símbolo do regresso à normalidade, referindo que foi um “regresso um bocadinho tímido, mas muito bom”. A autarca enalteceu a participação de seis coletividades, distribuídas por cinco marchas, uma vez que duas associações se uniram na mesma marcha, no entanto, não esqueceu de lamentar a falta de outras. “Não tivemos a presença dos Centros de Convívio de Mafamude e de Vilar do Paraíso, precisamente, porque as pessoas ainda não se sentem confortáveis, tendo em conta a idade que têm e, também, o facto de não estarem no seu melhor ao nível de mobilidade. Agora estão a retomar as nossas aulas de ginástica para ficarem bem e no ativo para o próximo ano”, esclareceu a edil.
As centenas de pessoas que emolduraram o recinto de apresentação das marchas, foi outro dos pontos a destacar. “Hoje, realmente, foi uma noite em cheio, tivemos casa cheia, foi muito bom sentir esta alegria e é importante mantermos as nossas tradições, as nossas gentes, as nossas raízes”, afirmou Alexandra Amaro.
Quanto ao lugar que a marcha da Associação Cultural e Recreativa “Os Amigos Vilarenses” conquistou no desfile de Vila Nova de Gaia, em representação da União de Freguesias de Mafamude e Vilar do Paraíso, a autarca classificou-a como “um orgulho”, dizendo que “estiveram muito bem, foi uma marcha muito bonita, muito colorida”, lamentando apenas o lugar conquistado.
Num momento de retorno das atividades por parte das associações e coletividades, a presidente diz que nas freguesias que lidera as coisas estão a correr bem e que “aos poucos estão a conseguir”, destacando o facto de, mesmo durante os dois últimos anos, a Junta nunca ter abandonado as suas coletividades e ter continuado a atribuir o subsídio anual, que acabou por as ajudar a sobreviver ao tempo de pandemia. “Há pessoas que acabam por se afastar, outras ainda não se sentem à vontade para voltar, tendo em conta toda esta conjuntura pandémica que ainda não acabou. Digamos que este é um ano zero, um recomeçar, um voltar à normalidade. O bom de um ano zero é que, agora, é sempre a melhorar. Hoje foi bom, mas temos a perspetiva de que para o ano será ainda melhor”, revelou Alexandra, que garantiu que o balanço do Desfile Henrique Castro 2022 foi “muito positivo”.
Dário Silva, vereador da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, reforçou a positividade do balanço da atividade. Afirmando que já tinha sido padrinho de marchas, no entanto, noutros contextos, nomeadamente na sua freguesia, Oliveira do Douro, e durante o exercício das funções de presidente da Junta da mesma, confessou que no Desfile Henrique Castro a sensação foi “diferente e muito especial”.
“Foi um magnífico espetáculo, acho que é um retorno saudável, de reavivar de tradições, uma marca muito característica deste lugar e da União de Freguesias, portanto, acho que estão de parabéns”, referiu o vereador que ainda classificou as marchas de “muito bonitas, empenhadas, vivas e coloridas”. Quanto ao retomar das atividades por parte das associações, também Dário Silva admitiu que está a ser lento, até porque considera que “é natural que ainda haja algum receio porque, apesar de tudo, a pandemia ainda não passou, mas aos poucos eu acho que as pessoas estão com muita vontade e, quer quem vem ver, quer quem participa, fá-lo com alegria e sente que é uma altura importante para voltar”, terminou.