Tâmara Castelo, uma referência nas áreas de medicina tradicional chinesa e oncologia Integrativa, apresentou recentemente o seu quinto livro, “Cura Emocional”, um desafio para uma jornada de autoconhecimento: romper com padrões tóxicos, quebrar ciclos repetitivos e libertar-se do trauma. Nesta obra, a autora explica que as doenças, as dores físicas, têm uma causa emocional e que, para nos curarmos, é fundamental alimentarmo-nos bem, aprendermos a perdoar, a ter tempo para nós e a respirar. Fique a conhecer nesta entrevista o percurso de Tâmara Castelo, autora de “Curar Sem Medicamentos”, vencedor de um Gourmand, e do best-seller “O Poder dos Rituais”.
Para quem não a conhece, fale-nos um pouco de si.
Bom… tenho nome de um fruto porque o meu pai assim o quis. Cresci no seio de uma família numerosa, dominada por mulheres fortes e tenho a certeza que isso definiu-me e moldou-me enquanto pessoa. Se tivesse de escolher uma palavra para me definir, seria determinação. Desde cedo que os meus pais me incutiram o gosto para descobrir o mundo, descobrir outras culturas, compreender outras formas de vida e acho que foi aqui que tudo começou. Sou Especialista em Medicina Tradicional Chinesa e Homeopatia, e tenho um Master em Oncologia de Medicina Integrativa. Sou mãe de 2 meninas, a Flor e a Noa, tenho duas clínicas de nome próprio – Lisboa e Porto – , uma loja com produtos da minha marca e sou autora de 5 livros, todos eles sobre práticas de bem-estar. Acho que posso dizer que sou uma pessoa de coração na boca porque vivo muito as minhas emoções e não tenho medo de nenhuma de as expressar, seja para o bem ou para o mal. Dizem-me que às vezes sou “casca grossa” mas que no fundo sou um coração de manteiga e, verdade seja dita, penso que a maturidade me tem desconstruído aos poucos.
Como surgiu o interesse pela Medicina Chinesa na sua vida?
Sempre soube que queria ter uma profissão que me permitisse estar perto das pessoas e que me permitisse, de alguma forma, ajudá-las a terem uma vida mais leve, mais tranquila. Talvez tenha escolhido este caminho porque desde miúda sempre vivi numa azáfama, que é o que naturalmente acontece quando temos famílias numerosas. A medicina sempre me fascinou e ainda tentei entrar na Faculdade de Medicina, mas como não consegui, surgiu a oportunidade de estudar Medicina Tradicional Chinesa e quando comecei a ler sobre esta medicina, sabia que era aqui que tinha encontrado o meu conforto e a transformação que precisava. Como meu pai diz, “Nós chegamos sempre onde somos esperados” . O facto desta medicina olhar para o ser humano como um todo, considerando as emoções, a alimentação, o estilo de vida e a energia vital, fascinou-me.
Chegou mesmo a ir estudar para a China. Como foi essa experiência?
Sim, foi uma experiência incrível e profundamente marcante que me deu a oportunidade de observar práticas ancestrais com grandes mestres da Medicina Tradicional Chinesa. Foi uma imersão completa num universo até então desconhecido por mim. Mas esta experiência transformou-me em vários níveis porque estava longe de casa, longe da família, completamente sozinha numa cultura super diferente da minha… foi muito difícil no início. Aos poucos fui me habituando e permitiu-me absorver tudo o que esta experiência tinha para me ensinar, para me oferecer.
Considera que os ensinamentos orientais podem ser fundamentais para a sociedade ocidental? Quais as principais diferenças?
Sem dúvida! O facto de ser uma medicina preventiva que nos ensina a olhar para o nosso corpo e mente como um todo, faz toda a diferença. Vivemos muito num ritmo acelerado, onde não damos importância ao que comemos, ao tempo que dormimos, não respeitamos as necessidades do nosso corpo e da nossa mente. A medicina Chinesa obriga-nos a parar! Obriga-nos a interpretarmos os sinais (sintomas que o organismo emite para conseguirmos encontrar a causa que está a provocar o desequilíbrio da nossa energia. Ter uma vida equilibrada, uma alimentação consciente são pilares fundamentais para qualquer pessoa.
Lançou recentemente a obra “Cura Emocional”. Fale-nos um pouco deste livro e do que significa para si.
Sempre acreditei que as emoções têm um impacto profundo na nossa saúde e que, muitas vezes, não conseguimos curar o corpo sem antes cuidarmos da mente. O Cura Emocional não é apenas um livro, é um companheiro de viagem e foi escrito para ser lido desta forma. É um livro que exige trabalho interior, que nos toca nas emoções, nos nossos medos, nas nossas relações… O autoconhecimento e a autodescoberta são caminhos duros e que nem sempre estamos preparados para percorrer… este livro, este guia compassivo é para isso mesmo, para munir o leitor de técnicas e ferramentas que vão dar “colo” enquanto o corpo e a mente navegam por emoções, experiências e memórias que o próprio desconhecia. É um livro que exige reflexão, introspeção e vontade de transformação que tem como principal objetivo trazer à tona o que o próprio leitor desconhece e ajudar, de alguma forma, a evolução neste processo interativo de cura.
Quais os próximos projetos que tem em mente?
A pergunta que é impossível responder! Tenho muitos projetos nomeadamente projetos que me permitam estar mais perto do público. Temos vindo a semear as sementes e em breve vamos começar a colher os nossos frutos. Vem aí muita coisa gira!
Que mensagem gostaria de deixar aos leitores?
Para que não ignorassem os sinais que o corpo emite. Que aprendessem a respeitar e a compreender esses sinais e introduzirem no dia-a-dia rituais e práticas para uma vida mais equilibrada, mais serena. Que procurem ajuda quando se sentem sozinhos porque ninguém se ergue sem ajuda.