Um trabalho científico do Grupo de Investigação do Mar Profundo da Universidade dos Açores, publicado na revista Frontiers of Marine Science, quantificou a dispersão de plumas provenientes de diferentes fases das operações de exploração mineral do mar profundo e avaliou a escala espacial dos potenciais impactos na biodiversidade e nas atividades pesqueiras. O estudo conclui que a exploração mineral do mar profundo produzirá plumas de sedimentos que poderão cobrir uma área até 150 km2 e dispersar por mais de 800m na coluna de água. O mesmo ensaio concluiu, ainda, que essas plumas podem dispersar para fora das áreas para mineração e atingir montanhas submarinas próximas, afetando, assim, quer os ambientes do mar profundo, quer os ambientes perto da superfície.
Estas plumas, com elevado potencial tóxico, porão em risco os corais de água fria e as atividades de pesca existentes. Estes impactos são particularmente preocupantes em regiões como os Açores, onde as populações locais são altamente dependentes do mar profundo e dos seus recursos para a sua economia e subsistência.
Os resultados deste trabalho reforçam a necessidade de continuar a avaliar os potenciais impactos da exploração mineral do mar profundo antes de se começar a equacionar a sua regulamentação e os investigadores do Okeanos da Universidade dos Açores esperam que estas descobertas sejam consideradas em futuras políticas de conservação e gestão do mar profundo, nomeadamente no que diz respeito à conservação de ecossistemas marinhos vulneráveis.