A Direção e a Comissão Especializada da Indústria da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada/Associação Empresarial das Ilhas de São Miguel e Santa Maria analisaram, no passado dia 12 de julho, a situação do setor, identificando as fortes condicionantes que o setor continua a enfrentar, devido às taxas de juros, inflação, aumento dos preços das matérias-primas e falta de recursos humanos.
A Direção e a Comissão Especializada da Indústria da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada estiveram reunidas, no passado dia 12 de julho, com o intuito de analisarem a atual situação do setor, ressaltando que as “elevadas taxas de juros, alta inflação e aumento dos preços das matérias-primas, são fortes condicionantes ao desenvolvimento da indústria”.
Salientando que a atual conjuntura mantém-se com um elevado grau de incerteza, a Associação Empresarial das Ilhas de São Miguel e Santa Maria revelou, em comunicado, que “foram identificados diversos constrangimentos, que estão a afetar a indústria e que carecem da necessária intervenção pública”.
Segundo a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), “assume especial gravidade a falta de técnicos médios, sem que o sistema de ensino/formação dê resposta adequada às necessidades do setor. Esta situação tem vindo a originar que muitas empresas não estão a laborar na sua total capacidade produtiva, (…) o que está a ter reflexos negativos no funcionamento de empresas de outros setores. Igualmente preocupante é o absentismo muitas vezes suportado em baixas automáticas de justificação duvidosa, circunstância que tem levado a perdas significativas de produtividade das empresas”.
Neste seguimento, a Comissão Especializada da Indústria voltou a manifestar a sua preocupação com a operacionalidade do Porto de Ponta Delgada, “uma vez que se têm registado longos períodos de espera para os navios poderem descarregar matérias-primas indispensáveis ao funcionamento da indústria”.
A atual situação do Matadouro Industrial de São Miguel também foi evocada, por evidenciar “falta de condições ao nível de instalações e equipamentos, bem como de problemas a nível do seu funcionamento”.
Por conseguinte, a CCIPD destacou, também, a “inexistência de uma entidade com competências específicas na área da promoção externa dos produtos regionais tem constituído um entrave ao incremento das exportações”, afirmando que “as empresas têm-se deparado com a falta de um plano promocional, que apoie não só a consolidação de mercados tradicionais, mas também a entrada em novos mercados”.
Relativamente ao transporte de carga por via aérea para o continente português, a Direção e a Comissão Especializada da Indústria consideraram que “tem funcionando normalmente para as empresas que estão no circuito de forma recorrente, mas funciona de forma desadequada para as empresas que recorrem a este transporte de forma pontual ou menos regular. Esta situação também se verifica na carga aérea para o mercado norte americano”.
Garantindo que são preocupantes os atrasos registados na avaliação das candidaturas ao SOLENERGE, bem como no pagamento dos incentivos aprovados ao abrigo deste programa, a Associação Empresarial das Ilhas de São Miguel e de Santa Maria assegurou que importa “a alteração desta situação, que potencia a redução de custos com a energia”.
Por fim, a CCIPD sublinhou “o novo sistema de incentivos CONSTRUIR 2030, aguardando-se a sua rápida implementação e apontada a necessidade de este sistema ser mais eficiente e menos burocratizado do que o COMPETIR +, que substitui”.