JOSÉ CANITA LANÇOU-SE NUM NOVO DESAFIO E ESCREVEU O LIVRO “QUEM TEM CORAGEM?”

José Canita iniciou, aos 50 anos, o seu percurso de autor com o projeto “Quem Tem Coragem?”, que integrou uma Tour, que passou por 50 cidades portuguesas e por localidades, Escolas Secundárias e Universidades, no âmbito dos seus 25 anos de carreira profissional.

 

 

José Canita, para abandonar a carreira profissional aos 50 anos e ingressar na carreira dos livros foi preciso ter coragem.
É por isso é que o livro se chama “Quem Tem Coragem?”. Esta é uma pergunta que se coloca com 50 anos, considerando a forma como o mercado de trabalho se encontra neste momento, em Portugal. Eu, apesar de ter estado a trabalhar 23 anos numa empresa e de durante 15 desses 23 anos ter ocupado o cargo de Diretor Geral, achei por bem, apesar dos meus 50 anos de idade, lançar-me num novo desafio, porque sempre fui uma pessoa de grandes desafios, sempre fui muito aventureiro, mas sempre com os pés bem assentes na terra. Eu queria deixar aqui mais um legado da minha vida, numa outra área. Este projeto surgiu porque eu me senti inconformado com muitas coisas que vi e a minha insatisfação levou-me a tomar uma decisão muito arriscada, mas com responsabilidade, para que conseguisse também dar um contributo meu para resolver essa situação. Isto também tem a ver com várias situações que aconteceram durante a minha vida e que eu achei por bem, apesar desta idade, lançar-me nesta aventura e é uma grande aventura. A primeira grande aventura foi escrever um livro, não só pela questão do que nós sabemos, do mercado do livro em Portugal, mas acima de tudo também pelo facto de eu querer lançar-me num projeto a 100%, num projeto profissional, que tem como base o livro “Quem Tem Coragem?”.

 

Portanto, o livro é uma âncora para um projeto mais amplo?
É uma âncora, é a base e o projeto vai continuar. Neste momento estamos quase a terminar a Tour, que passou por muitas localidades. E, em termos de autor lancei-me numa aventura, em que pensei fazer eu próprio a tournée e lançar-me nas 75 palestras, percorri o país e agora vim às ilhas também, para ficar mais completo. É uma grande aventura e tem sido muito bom em termos de empatia e de receção por parte do público.

 

Até aos 50 anos nunca tinha pensado em pegar numa caneta e escrever?
Não, mas eu sempre gostei de escrever. Houve uma altura em que eu andava na Escola Secundária e fui convidado pelo Ministério da Educação para escrever um pequeno livro, para uma exposição que, na altura, estava numa residência para estudantes. Esta foi a primeira vez que eu escrevi um livro, mas a partir daí não escrevi mais, pois foi uma experiência esporádica. Apesar de que eu, ao longo da minha vida e dos 25 anos de carreira profissional nas empresas, sempre desenvolvi a escrita e incentivei a escrita. Nós, nesta última empresa, tínhamos meios de comunicação de forma escrita e um boletim mensal, do qual eu fui o diretor durante muitos anos. Mas mesmo antes disso, enquanto andava na Escola Secundária, fundei, juntamente com colegas meus, através da Associação de Estudantes, a que sempre pertenci, jornais. Portanto, eu sempre estive ligado à parte da escrita e à comunicação, de uma forma ou de outra. Posteriormente fui correspondente de rádio, que também tem mais a ver com a parte radiofónica, mas de facto tinha de escrever. Logo, eu sempre estive próximo desse campo. A verdade é que cheguei a pensar em escrever um livro, um dia, mas, entretanto, chegou a altura.

 

Então nasceu o livro “Quem tem coragem?”, que vai na quarta edição, o que quer dizer que tem tido uma aceitação muito boa.
Exatamente, inclusivamente, o livro já vai na quarta edição. Aliás, a primeira edição esgotou após três semanas de ter sido lançada, o que foi uma surpresa para mim, pois ninguém me conhecia nesta área. Portanto, é muito bom, tendo em conta o tipo de livro que é, estar na quarta edição. A Chiado Editora também tem apoiado, dentro dos possíveis, mesmo no âmbito do desenvolvimento pessoal. O livro “Quem Tem Coragem?” já está em primeiro lugar nessa área na Chiado Editora e já é o 16º livro mais vendido da própria editora, o que me deixa muito satisfeito, não só por mim, mas também pelo facto de as pessoas estarem a aderir ao livro.

 

José Canita, qual é a amplitude do projeto que está a colocar no terreno?
Como disse a âncora é o livro “Quem tem Coragem?” e o projeto vai ser desenvolvido, no futuro, possivelmente a partir de 2018, já com uma dinâmica diferente. Portanto, eu agora tenho de resumir tudo o que apurei ao longo da Tour, tudo o que me foi transmitido e todo este enriquecimento que eu obtive através desta volta a Portugal. Depois, a partir daí, vou desenvolver várias iniciativas dentro do projeto. O projeto “Quem Tem Coragem?” vai ter seguimento e eu vou-me dedicar a 100% ao projeto, porque há muita gente que precisa de ajuda e é nesta perspetiva que ele vai ser desenvolvido. Posso dizer que tem havido muita solicitação, não só no campo das empresas, e a minha ideia é contribuir mais, para que possa existir mais bem-estar e mais qualidade de vida dos próprios colaboradores e recursos humanos das empresas. Logo, eu vou ver se consigo fazer alguma coisa nesta área e em tudo o que tem a ver com áreas como a área cultural, desportiva e socioeducativa. Portanto, existem várias áreas nas quais eu quero tentar dar o meu contributo, para que elas possam ser importantes para o tal equilíbrio da pessoa humana. Muitas pessoas precisam de ajuda e este projeto foi criado para ajudar as pessoas, com base na superação e na energia positiva, e a partir daqui vou tentar ver o que é que eu posso fazer ao nível de iniciativas dinâmicas, para conseguir alcançar este objetivo.

 

Este projeto vai ser desenvolvido apenas por si, ou vai solicitar a colaboração de outras pessoas?
Um projeto tem de ser sempre feito em colaboração com outras pessoas e eu sempre trabalhei em equipa. Nós não podemos fazer tudo sozinhos. Por exemplo, aquilo que eu vou desenvolver é o campo das palestras e eu, neste momento, já estou muito vocacionado para a área palestrante e é nesta perspetiva que eu quero continuar a desenvolver esta área, em Portugal. Mas, também podem surgir outras áreas e outros eventos, que devem ser sempre em colaboração e parceria com outras organizações.

 

Qual é a área em que está mais apto, ou se sente mais à vontade, nas suas palestras? O que é que um ouvinte pode escutar numa palestra sua?
As áreas são o humanismo, o bem-estar e a qualidade de vida. Como é que nós podemos ser pessoas mais felizes? Como é que nós podemos chegar mais longe na idade? Como é que se consegue?. Nas minhas palestras, eu dou exemplos meus e de outras pessoas, mas focalizo-me mais no meu exemplo e em como é que eu consegui superar muitas das minhas situações. O meu objetivo é transmitir esta inspiração a outras pessoas, para que também o conseguiam fazer. No que respeita o campo das orientações em Escolas Secundárias e Universidades, estas passam por tentar perceber como é que podemos orientar mais os alunos, quer os da Escola Secundária, quer os próprios universitários para conseguirem ser mais objetivos, em termos de entrarem no mercado ativo de trabalho. Nesta perspetiva e tendo em conta a minha experiência de recrutamento, que obtive ao longo dos anos nas empresas, eu posso contribuir um pouco para essa inspiração. No que concerne a questão de como é que nós podemos aumentar a produtividade das empresas, com base em vários critérios, critérios estes que são por vezes são um bocadinho descorados, não digo totalmente, como é o caso da questão do absentismo, que está a ser cada vez mais elevado. Logo, eu falo sobre como é que nós vamos conseguir reduzir o absentismo dos colaboradores, dos recursos humanos, e como é que nós conseguimos motivar esses recursos humanos considerando o próprio objetivo da empresa. Portanto, estes são os pilares do projeto, mas tudo na base do tal equilíbrio humano e também na base de manter as pessoas saudáveis, porque se eu conseguir manter as pessoas saudáveis, tenho possivelmente as pessoas a trabalhar a tempo inteiro e o absentismo vai, com certeza, reduzir e, inclusivamente, se os colaboradores estiverem mais motivados consigo, automaticamente, obter mais produtividade desses recursos humanos.

 

Já sei que há pelo menos uma pessoa que tem coragem, que é o José Canita. Que estímulos e pedidos tem recebido ao longo da sua tournée, que o levam a encarar esta aposta como sendo bem-sucedida?
O estímulo é ter muita recetividade e adesão às palestras por parte das pessoas. Algumas pessoas já me disseram que, com o próprio livro e as palestras, já superaram determinadas situações e já tomaram decisões que estavam em carteira há muitos anos e deram o passo que faltava. Posso dizer que isso para mim é muito gratificante, porque o facto de irem à palestra e ouvirem qualquer palavra, ouvirem qualquer incentivo fez com que elas dessem o passo e que estava há muito tempo por dar. Muitas pessoas escreveram-me depois de lerem o livro, porque ficaram inspiradas com determinadas situações e contaram-me o que aconteceu e isso para mim é um orgulho muito grande. Há muita gente a transmitir-me que o livro e o projeto são importantes. Também existem outras pessoas que me pediram para continuar, pois é um grande projeto, é um projeto pioneiro em Portugal e faz falta. E existem outras pessoas que, inclusivamente, me disseram para fazer alguma coisa pelas pessoas nas empresas, pela pedagogia do próprio ambiente de trabalho, para ser um ambiente de trabalho mais saudável. Tudo isto me é pedido e é importante ouvir isto por parte das pessoas.

 

BI
José Canita, tem 53 anos, nasceu em São Bartolomeu do Outeiro, em Portel, no Alentejo, vive em Évora e é formado em Engenharia de Produção Agrícola, tendo outras formações específicas em áreas bastante diversificadas. José Canita iniciou, aos 50 anos, a carreira de autor, com um novo projeto denominado “Quem Tem Coragem?”, que tem como base os seus 25 anos de experiência profissional em empresas.