“MAIS” É O APELO NO ENCERRAMENTO DA SEXTA EDIÇÃO DO FRINGE

O festival internacional de artes, Azores Fringe, o mais democrático no país, encerrou no passado 1 de julho com um apelo, em geral para todos os participantes, apoiantes, e até ao Governo Regional.

Entre performances, exposições, lançamentos de novas obras e encontros de artistas houve muita conversa, debate e conferência na sexta edição do Azores Fringe que aconteceu de 25 de maio a 1 de julho, nas 9 ilhas dos Açores. Artistas de vários países, de Portugal Continental e todas as ilhas dos Açores participaram nesta que é a maior mostra de arte e artistas na região. O fotógrafo Ahmed Mosaad representou o Egipto, assim chegando a 59 países que pisaram o epicentro do festival, a ilha do Pico, nestes seis anos de programa, seis anos que já acolheram mais de 1600 talentos dos quatro cantos do planeta.

“Mais” foi a palavra principal no discurso final do diretor artístico da MiratecArts, entidade fundadora do Fringe nos Açores. “Mais arte, mais participação, mais apoios, mais de tudo é a fórmula para continuar o desenvolvimento cultural artístico dos Açores para o mundo” diz Terry Costa. “O Fringe é uma mostra aberta, democrática, onde quem quer fazer algo, e que o pode fazer, é bem vindo. Infelizmente, também os apoios financeiros estão cada vez mais escassos e temos que apoiar os nossos governantes a mudar esse paradigma.”

A sugestão de Terry Costa é um departamento dedicado à cultura artística. “Existe uma Secretaria da Cultura, contudo essa Secretaria depois tem uma Direção Regional da Cultura e uma Direção Regional de Desporto, porque não uma Direção Regional das Artes para trabalhar com os milhares de artistas açorianos e entidades privadas, associações e cooperativas de artes? É necessário dar valor à arte e aos artistas que a criam, assim valorizando uma grande faceta da nossa comunidade açoriana.” O apelo aos artistas é que “não tenham medo de se candidatar para tudo o que qualificam, não tenham medo de partilhar as suas ideias, de fazer propostas, pois assim todos nós ganhamos”.

No encontro Fringe que aconteceu em Ponta Delgada, artistas pararam um minuto em silêncio para lembrar um mundo sem arte. O saxofone de Luis Senra rompeu o silêncio para mostrar a vida que temos rodeada de arte. O Azores Fringe apresentou 85 eventos públicos, e ainda mais de 40 atividades socio-culturais com entidades em várias ilhas. O programa shorts@fringe chegou, pela primeira vez, a todas as 9 ilhas e mais de 4000 pessoas estiveram presentes nos eventos, não contando visitas às exposições, algumas que ficam patentes durante o verão. A MiratecArts Galeria Costa acolheu mais de 1500 visitantes, só durante o Fringe, mostrando que afinal vale a pena.