Nuno Martins tem 37 anos e é natural do Cabouco, na Lagoa (Açores). Desde muito cedo começou a interessar-se pelo mundo da música, chegando mesmo a participar em alguns festivais da escola onde arrecadou vários prémios. Com o passar do tempo começaram a surgir convites de grupos de música popular e Nuno entrou para o «Estrelas da Noite» onde fez a sua primeira atuação com apenas 12 anos. O artista afastou-se do mundo do espetáculo durante algum tempo, mas o bichinho da música não parou de roer, por isso, em 2005, voltou aos palcos, a solo.
No ano de 2007 lançou o seu primeiro álbum de covers intitulado «Felicidade». O cd foi um sucesso entre o público, principalmente devido aos temas «Felicidade» e «Tic Tac», que ainda hoje são pedidos em todos os espetáculos. Nuno Martins é solicitado para muitas festas em todas as ilhas dos Açores, e também já foi atuar às comunidades da América, Canadá e Bermuda.
Em entrevista ao Jornal Audiência, Nuno Martins abriu o seu coração e falou-nos do que o levou à música, como tem sido viver o momento atual de pandemia no universo musical e contou-nos sobre os seus sonhos.
Como é que começou a tua relação com a música?
Desde muito cedo estou ligado à música. Comecei a cantar num Grupo de Cantares com apenas 12 anos, grupo esse que permaneci durante seis anos. Depois fiz uma pausa na música, mas como o bichinho da música não parou de roer, em 2005 comecei a cantar a solo.
Quando descobriste que querias fazer carreira da música?
Desde os tempos de escola que cantava, e com o incentivo de alguns amigos, participei em alguns festivais onde arrecadei alguns prémios, tais como um primeiro lugar e um Melhor Presença em Palco. A partir daí começaram a surgir vários convites e comecei a ganhar experiência. De 2005 até aos dias de hoje já são quase 16 anos de carreira, e em todos esses anos passei por inúmeros palcos, não só nas nossas ilhas, como também na América, Canadá e Bermuda.
Como é que a tua família viu esta tua escolha pela profissão de artista?
A minha família sempre me apoiou nas minhas decisões. E, apesar de cantar, não faço desta atividade a minha vida profissional. A vida de artista não é nada fácil. Acabamos por ser uma figura público e somos conhecidos um pouco por todo o lado. É sempre mais difícil quando há espetáculos fora porque temos que estar longe da nossa família, mas foi esta a minha escolha.
Porquê música popular?
Porque é a música que me contagia e me traz alegria. Não há nada como um bom baile com música popular. Apesar de tudo, é o género que mais vende.
O que foi mais difícil no início de carreira?
Acho que o mais difícil foi o ano de 2005. Foi o ano que me dei a conhecer ao público a solo, a partir daí começou a ser tudo mais fácil. Com o passar dos anos comecei a ficar mais conhecido no mundo musical.
Como te sentes quando estás em palco?
Sempre que piso um palco é uma alegria enorme e contagiante. Antes de subir a palco há sempre um nervoso miudinho, parece sempre a primeira vez, mas assim que entro, tudo se transforma.
Conta-nos alguma história engraçada que já te tenha acontecido em palco, e que nunca esqueceste.
Aconteceu-me fazer uma aposta numa atuação, e ganhei, por isso, lá tive de cantar de pantufas. Foi inédito.
Anos mais tarde, noutro espetáculo, um fã pediu-me para cantar um dos meus temas originais três vezes, para dedicatórias diferentes, e quis pagar por isso.
Antes de 2020, como era um ano da vida do Nuno Martins, a nível de espetáculos?
Era sempre um ano muito agitado, principalmente no Verão, de maio até outubro. Fazia à volta de 40 e tal espetáculos por ano, não só nos Açores, mas também nas nossas comunidades durante o Inverno.
O ano de 2020 foi difícil, uma vez que a pandemia tornou praticamente impossível fazer concertos. Como viveste este ano tão atípico?
Eu não me lembro de um ano tão triste como este, sem música e sem festas. Tivemos que nos reinventar noutro trabalho, porque espetáculos só mesmo de forma virtual, nas redes sociais.
Quais os projetos para 2021? Alguns concertos agendados, apesar da pandemia ainda não ter dado tréguas?
Continuar com o trabalho que tenho. A nível de concertos, não podemos ainda agendar nada até novas ordens, visto que ainda é tudo imprevisível. Vou fazendo alguns concertos nas redes sociais através de convites de rádios e assim sempre vamos matando o vício.
A música popular está de boa saúde?
Sem dúvida, apesar de pandemia, quem vive da música continua a trabalhar em novos temas, principalmente populares. Acho que a música portuguesa tem vários estilos e para diferentes faixas etárias.
Se tivesses de dar algum conselho aos jovens músicos que têm medo de enveredar por esta profissão, o que dirias?
Costuma-se a dizer quem não arrisca não petisca, se há talento não temos de ter receio, seja em que estilo de música for. A vida não pára…
Qual é o teu maior sonho enquanto artista?
Sempre que piso cada palco, cada espetáculo é um sonho realizado. Mas o meu maior sonho é trabalhar num álbum originais, talvez em breve.