– Para andar para a frente.
– Sim. Quantos projectos, quantas ideias, quantos planos na gaveta, quantos?
– Estás a tocar-me na ferida. Sabes que eu sou daqueles que faço projectos, entusiasmo-me muito e, depois, fica tudo parado?
– Sabes, eu também era assim.
– E como é que fizeste para modificar essa atitude?
– Olha, a vontade começou a funcionar aí mesmo, na vontade de mudança de atitude, pois cheguei ao momento de pensar que tinha, de facto, de fazer algo de diferente.
– O quê, concretamente?
– Como estava a chegar a um beco, quase, sem saída, em vez de me apegar às coisas exteriores, como sempre fiz, comecei a ver que, de facto, está tudo dentro de nós.
– A força?
– Sim, tudo. O teu próprio cérebro segrega substâncias antidepressivas, calmantes e relaxantes. O que é preciso é …
– Esforço.
– Nem mais! Só depende de ti, ou melhor, só depende de cada um querer, ou não, mudar sua vida.
– Mas, ainda estou na mesma!
– Ok, no meu caso, em vez de dormir mais, optei por acordar mais cedo e fazer, por exemplo, antes do trabalho, caminhadas matinais.
– Ai tal pachorra!
– Também pensava assim até começar a receber os benefícios do meu próprio esforço.
– Quais?
– Sensação de liberdade, de calma e de energia. Sabes que energia gera energia e, se bem sabes, quantas vezes dissemos que não temos tempo para nada?
– Tantas vezes!
– Isso não é bem assim. Afinal quando fazes este tipo de exercício começas a verificar que, afinal, há. Sempre tempo para algo mais. E digo-te mais: tens mais vontade de viver e de conviver. Deixas de ter pensamentos depressivos, destrutivos e desanimadores.
– É o “Ajuda-te que o Céu te ajudará!”, não?
– Exactamente! Pela lei das sintonias, irás atrair para junto de ti somente aqueles que te querem bem e te querem ajudar mas que não o conseguem fazer porque tu não lhes dás oportunidade.
– Desta forma fico mais consciente?
– Muito mais! E tens mais capacidades de captar as boas intuições do Alto.
– O mundo está a precisar que nos acalmemos para fazer face a tanta confusão que anda por aí.
– A começar por nós mesmos.
– E será que conseguiremos?
-Só depende de nós. O que queres fazer? Deus quer e, tu?
* Rendeu-se à Doutrina Espírita mas não ao acordo ortográfico