Quase da mesma idade e, já ambos tendo alcançado maioridade de idade, celebram a sua 41ª e 40ª edições este ano, o Fitei- Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (estes últimos anos acompanhado dos Dias da Dança/DDD Festival) e o Fantasporto, lendário pelos arrepios que ainda povoam fantasmagoricamente o velho TECA/Teatro Carlos Alberto.
Com o documental 40 ANOS DE FANTASPORTO– (Port), em antestreia mundial se celebra “os 40 Anos do Fantasporto, relembram-se os anos passados. Revisitando intensivamente a história do evento, Isabel Pina entrevistou dezenas de pessoas ligadas ao festival, desde os fundadores, Mário Dorminsky e Beatriz Pacheco Pereira, aos realizadores e profissionais que no evento iniciaram as suas carreiras no evento. É considerado o maior festival de cinema em Portugal, e reconhecido a nível internacional como um dos mais importantes a nível mundial. Ao entrar na sua 40ª edição, este trabalho visa relembrar alguns dos momentos mais marcantes da sua vida” Na conferência de Imprensa dada antes do início do festival Mário Dorminsky e Beatriz Pereira a duas vozes proclamaram; “Estamos aqui 40 anos depois para assinalar a nova edição do festival, que comemora este ano quatro décadas.”
“É um festival de cinema, não de estrelas”, e continuam; “É estranho, somos um país pequeno ao nível do mercado comercial de cinema e ainda assim o Fantasporto vai mostrar as grandes produções que foram feitas no mundo”, “A proximidade não deve ser um impeditivo. Foram enviados filmes de todo o mundo”, “40 Anos de Fantasporto” é outra novidade na edição deste ano. Como conta Beatriz Pacheco Pereira, “é a prenda mais bonita termos um filme de Isabel Pina para comemorar os 40 anos”. O documentário, em antestreia mundial, foi exibido em estreia mundial no dia 6 de março, no pequeno auditório do Rivoli. O cinema português também em destaque com 40 filmes inéditos de oito universidades nacionais e escolas superiores de cinema português, Universidade do Minho (UM), Universidade Católica Portuguesa (UCP), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), e pela Escola Superior Artística do Porto /ESAP e a sua licenciatura em cinema os filmes a apresentados foram três Terra de Ninguém de André Amaral que retrata o conceito principais elementos do filme, surgem como o motivo reflexivo de toda a obra: a ideia de teorizado por Marc Augé de “nãolugar”, um lugar sem identidade.
O tempo e espaço, um (não) lugar diametralmente oposto ao lar, à residência, ao espaço personalizado e ainda a ideia de tempo perdido, ganho, subtraído, modificado, compactado. E dois filmes da realizadora Maria Eduarda Rodrigues; A Bruxa – Em pequenos povoados, contos rapidamente se tornam lendas. E o pensamento de um, no comportamento de muitos. Uma rapariga vê nos seus olhos as ações dos outros. Aparece uma marca, instala-se o medo. E Leo, uma rapariga que se prepara para um combate importante que pode mudar tanto a sua vida como a da sua mãe. Mas como vai ela reagir quando as coisas não correm como planeado? Reafirmando ideias de anos anteriores o Fantasporto continua “Sempre novo. Sempre diferente.”
Um festival que desde as suas origens se colocou nos “Desafios da Modernidade” . Nesta edição houve uma especial recordação e lembrança ao José Manuel Pereira, que junto ao Mário e Beatriz iniciaram as primeiras caminhadas para construir este festival. J.M.-Pereira foi um artista plástico de singular obra criativa, foi autor de uma serie de cartazes e de capas dos livros editados no âmbito do festival. Funcionário da Direção Geral de Espetáculos no Porto morreu prematuramente. Particularmente lembro com profundo sentimento de amizade a sua obra plástica tendo colaborado comigo a partir de 1985 nas encenações que fiz para o teatro essencialmente como figurinista, e as vezes, também como cenógrafo com os seguintes grupos; Teatro Art´Imagem – Porto, Trupe da Vila- Vila Real, Teatro Experimental do Porto-TEP Orfeu da Madalena, Grupo Dramático e Musical – Flor de Infesta- São Mamede, para espetáculos de autores tão importantes como Molière, Goldoni, Georg Büchner, Irmãos Grimm, Garcia Lorca, António José da Silva- O Judeu, Beaumarchais, Eurípides.