O exemplo de Jesus na conquista da Sua Suprema Autoridade, nascida da Dor, deve inspirar todos os campos do saber.
Pensando nisso e na grave missão dos políticos (governantes, parlamentares, agentes públicos, empreendedores, pensadores e ideólogos) na condução dos destinos das multidões, na minha obra O Capital de Deus discorro sobre uma passagem dos Atos dos Apóstolos, 6:1 a 7, que muito tem a ver com o dramático compromisso daqueles que governam. Trata-se da “instituição dos diáconos”.
O episódio começa quando, entre os discípulos de Jesus, houve uma queixa dos helenistas, em favor de suas viúvas, contra os hebreus que estariam recebendo mais benefícios na distribuição diária de alimentos. Diante do problema, os Apóstolos do Cristo decidiram organizar-se melhor, instituindo os diáconos, para cuidar do caso, pois não podiam pregar e ao mesmo tempo preocupar-se em atender diretamente às privações materiais das pessoas.
“1 Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número de discípulos, houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles [dos helenistas] estavam sendo esquecidas na distribuição diária.”
Os cristãos helenistas eram aqueles que falavam grego, tinham raízes judaicas, contudo viviam fora da terra de Israel, e os cristãos hebraicos eram aqueles criados na terra de Israel e falavam aramaico. Mas prossigamos.
“2 Então, os doze Apóstolos convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: ‘Não é razoável que abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas.
“3 Mas, Irmãos, então, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos desse serviço.
“4 E, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da Palavra’.
“5 O parecer agradou a toda a comunidade cristã, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.
“6 Apresentaram-nos perante os Apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
“7 Crescia a Palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes passaram a obedecer à fé.”
Como já afirmei e escrevi, na década de 1960, a Política é, acima de tudo, um sacerdócio, um respeito religioso ao cidadão, quer dizer, consideração elevadíssima, porque é assim que entendo Religião e Política.
Em meus comentários sobre essa passagem de Atos dos Apóstolos, destaco que, no decurso do terceiro milênio, os políticos deverão cultivar, em si mesmos, não só a vocação dos diáconos, mas também a Espiritualidade dos Apóstolos.
Razão por que é fundamental aos políticos ouvir a boa intuição, a Intuição Santa, que, conforme dissemos antes, é a Inteligência de Deus em nós. É essencial que desenvolvam o senso de justiça e o equilíbrio, ensinados pelo velho Confúcio (…).