“OS TEXTOS PRODUZIDOS OLHAM PARA OS AÇORES COMO CAIS DE PARTIDA E COMO PORTO DE ABRIGO”

No seguimento da apresentação, em fevereiro de 2023, da obra intitulada “Transatlântico – As Migrações nos Açores”, José Andrade, diretor regional das Comunidades, lançou, no passado dia 17 de janeiro, no Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, o seu novo livro, designado “Transatlântico II – Açorianidade & Interculturalidade”. Editado pela Letras Lavadas, trata-se de uma segunda compilação de textos sobre as migrações açorianas, que olham, segundo o autor, “para os Açores como uma região que projeta açorianidade nas Américas e que acolhe interculturalidade nas ilhas”.

 

O Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada acolheu, no passado dia 17 de janeiro, o lançamento do novo livro de José Andrade, diretor regional das Comunidades, intitulado “Transatlântico II – Açorianidade & Interculturalidade”.

Editada pela Letras Lavadas, esta obra nasceu no seguimento da apresentação, em fevereiro de 2023, do livro “Transatlântico – As Migrações nos Açores”. “O ano passado nós tivemos a oportunidade de lançar um primeiro volume, onde reunimos cerca de meia centena de textos com reflexões e informações sobre as comunidades açorianas radicadas no estrangeiro e sobre as comunidades estrangeiras radicadas nos Açores. São textos que foram produzidos nos anos de 2021 e 2022, no âmbito do exercício das funções de diretor regional das Comunidades. O livro foi lançado há um ano, em fevereiro de 2023, com prefácio de José Manuel Bolieiro, presidente do Governo dos Açores. Ora, na sequência e em contundente deste primeiro livro, nós reunimos também os textos produzidos ao longo do ano de 2023, que olham para os Açores como cais de partida e como porto de abrigo. São cerca de 20 textos, que foram compilados, adaptados e organizados sob a forma de livro. Desta vez, continuamos a olhar para os Açores como uma região que projeta açorianidade nas Américas e que acolhe interculturalidade nas ilhas”, sublinhou José Andrade, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA.

O autor de “Transatlântico II – Açorianidade & Interculturalidade” fez questão de reforçar, ainda, que “esta obra tem a vantagem de reunir três prefácios muito interessantes de três açorianos e descendentes muito importantes” da autoria de Lélia Pereira Nunes, presidente da Academia Catarinense de Letras, no Brasil; Diniz Borges, diretor do Instituto Português de Além-Fronteiras da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos da América; e José Carlos Teixeira, professor catedrático da Universidade da Columbia Britânia, no Canadá.

Assegurando que o conjunto destes dois livros pretende contribuir para “uma maior consciencialização não apenas da população açoriana em geral, mas de todos”, o diretor regional das Comunidades ressaltou “a importância das migrações e do facto de nós sermos uma região estrategicamente posicionada em pleno Atlântico Norte, a meio caminho entre a América e o Canadá, que sempre foi uma região de emigração, mas também já é uma região cosmopolita, intercultural, acolhedora, cooperante e respeitadora das diferenças, que acolhe um número crescente de cidadãos estrangeiros, que querem desenvolver o seu projeto de vida nas nossas ilhas”.

Neste seguimento, José Andrade reforçou nesta que é a sua 29ª obra que “somos menos de 250 mil residentes nas nove ilhas do arquipélago português do Atlântico Norte, mas bem mais de dois milhões de açorianos e seus descendentes no Brasil, no Uruguai, nos Estados Unidos, no Canadá ou na Bermuda. Inversamente, já somos destino emigratório de mais de 5 mil cidadãos estrangeiros provenientes de 97 países diferentes, que vêm compensar a erosão demográfica natural, colmatar a carência de mão de obra local, ajudar a desenvolver os Açores. Na senda de «Transatlântico – As Migrações nos Açores», com textos de 2021 e 2022, este «Transatlântico II – Açorianidade & Interculturalidade», compilando informações e reflexões de 2023, tanto celebra a identidade açoriana da Diáspora como a diversidade cultural da região. Tudo isso a pretexto de efemérides açóricas, como os 275 anos do povoamento açoriano do sul do Brasil, os 260 anos da chegada dos açorianos ao Uruguai, os 145 anos da emigração açoriana para o Havai, os 100 anos do nascimento de Natália Correia, os 95 anos da Casa dos Açores em Lisboa, os 80 anos da vinda dos americanos para a Base das Lajes, os 70 anos da emigração oficial dos Açores para o Canadá, os 65 anos do Azorean Refugee Act ou os 25 anos da Direção Regional das Comunidades do Governo dos Açores”.