Muito se tem falado e escrito sobre os difíceis tempos que vivemos e as duras batalhas que nos esperam pela frente. Ao ouvirmos e lermos as diferentes informações e opiniões consciencializamo-nos cada vez mais para as marcas muito assimétricas, desiguais, que o vírus Covid-19 tem gerado em vários países, regiões, setores, classes e também nas gerações mais jovens. É verdade que, ainda, não conhecemos em detalhe a extensão e a profundidade desta nova crise que vivenciamos, mas também é verdade que por muito que tenha chegado a todo o lado, não tem afetado todos da mesma maneira. E se hoje podemos pensar nas diferentes medidas da resposta pública é porque ao longo dos anos soubemos construir um Estado Social forte. Mas, para muitos, o seu desmantelamento é a fórmula para o sucesso.
Mais uma vez a crise bate-nos à porta no espaço de poucos anos. Algo insólito em democracia. Esta não será a primeira crise que atinge muitos dos jovens. E são estes mesmos jovens que hoje pressentem, pela terceira vez, o seu futuro em risco pelas incertezas que estes tempos lhes trazem. Hoje, certamente, não voltaremos aos anos que nos deixaram uma má memória para todos nós, impostos pelo Governo da República de Passos Coelho, em particular para os nossos jovens que foram encorajados a emigrar e, por isto mesmo, viram-se envolvidos num processo de destruição de sonhos e de projetos não só profissionais como pessoais.
E neste contexto tão acelerado e ao mesmo tempo tão incerto, temos uma absoluta certeza: somos nós, os jovens, com a sua energia, com a sua vontade de ultrapassar os desafios, com o seu sentido de pertença e identidade regional que enfrentaremos as dificuldades hoje sentidas.
Com a certeza de que os próximos tempos permitirão relançar os Açores, estou convicto de que vamos conseguir trilhar o caminho certo para enfrentar os desafios com que agora somos confrontados, bem como encontrar as melhores soluções, de forma a minimizar os danos dos tempos em que vivemos, tal como sempre estivemos e estaremos unidos no combate à atual pandemia, porque é ponto assente que nenhum Jovem pode nem deve ficar para trás.