PRODUTORES DE LEITE INDIGNADOS COM CONSTANTE DIMINUIÇÃO DE RENDIMENTOS

Numa reunião entre a Associação Agrícola de São Miguel e a Associação dos Jovens Agricultores Micaelsenses ficou clara a grave situação dos produtores de leite, que têm sofrido uma diminuição constante nos seus rendimentos ao longo dos últimos anos. A diferença de valor entre os Açores e a União Europeia é de 7,7 cêntimos, e quando a região autónoma é comparada com o continente, a diferença é de 3,8 cêntimos, sendo que os produtores não acreditam que tamanha discrepância possa ser justificada apenas com a questão dos transportes.

 

 

A Associação Agrícola de São Miguel e a Associação dos Jovens Agricultores Micaelsenses, após reunirem, fizeram um alerta para a situação dramática dos produtores de leite, uma vez que estes viram os seus rendimentos diminuírem constantemente nos últimos anos. A situação de pandemia, provocada pela Covid-19, não parou a produção para que o abastecimento alimentar não fosse interrompido, no entanto, as associações queixam-se de falta de atenção pelas dificuldades que o setor atravessa.

Num comunicado, as associações afirmam que não podem continuar a apoiar a modernização das indústrias que não implementem estratégias de proteção da fileira, uma vez que, na opinião destas associações, essas indústrias contribuem para a desacreditação da excelência do leite da região.

Os Açores têm uma diferença de valor na ordem dos 7,7 cêntimos por quilo, comparativamente ao preço médio da União Europeia, e de cerca de 3,8 cêntimos quando comparado com o continente. Estas diferenças criam um sentimento de injustiça nos produtores regionais, que não entendem as razões para tais diferenças, mesmo considerando a questão dos transportes, não acreditam que isso justifique tamanha diferença.

A diminuição de rendimentos dos produtores de leite deve-se também aos rateios existentes no âmbito do Posei-Açores, que chegaram até percentagens de 20% no caso das ajudas aos produtores de leite e de 8,88% no que diz respeito às vacas leiteiras. O atraso de alguns pagamentos por parte do Governo Regional, que ainda não estão regularizados, também não abona a favor dos produtores.

A acrescentar a estas situações está o facto de, em 2020, ter existido um aumento significativo no valor das principais matérias-primas utilizadas para o fabrico das rações para bovinos. A isto soma-se ainda o agravamento dos preços dos fretes marítimos dos Navios Mercantes Graneleiros.

Tendo em conta todas estas questões, as associações decidiram solicitar uma reunião com as indústrias micaelenses, através do Centro Açoriano de Leite Lacticínios (CALL) e, depois, com o Secretário Regional da Agricultura e Desenvolvimento, para poder ser discutida e encontrada uma estratégia para a fileira, que permita inverter a atual situação de constante baixa de rendimentos dos produtores de leite.