Após a apreciação das contas relativas a 2016, os vereadores do PS na Câmara da Ribeira Grande votaram contra e manifestaram a sua “profunda preocupação” com o “caminho despesista e descontrolado que o atual executivo camarário continua a seguir”.
Segundos os socialistas, o executivo liderado por Alexandre Gaudêncio continua a seguir “uma política de entretenimento sem qualquer estratégia nem mais-valia para o concelho”, colocando em causa “a saúde financeira e a capacidade futura de enfrentar os desafios”.
O PS dá como exemplo a rubrica do turismo, onde estava previsto no orçamento 40 mil euros, aparecendo no final do ano como executados 808 mil euros, ou o facto de a receita da autarquia ter aumentado com a subida do IMI, do Imposto Único de Circulação, do IMT, e outros, mas tal facto “não se ter traduzido em mais investimento, pelo menos visível”.
Já relativamente às despesas correntes, o PS argumenta que houve um aumento de 30 por cento de 2014 para 2016, o que “deixa a Câmara com menos meios para fazer face à sua dívida de curto prazo”. “Este executivo do PSD não pode delapidar os recursos financeiros do concelho desta forma”, acrescentam os vereadores socialistas.
Num comunicado enviado às redações, o executivo camarário já veio refutar tais alegações afirmando que as suas políticas permitiram trazer para a Ribeira Grande eventos diferenciadores e geradores de dinâmicas que proporcionaram diversos investimentos desde 2014.
“Por muito que custe ao PS, apostar no turismo não é uma despesa, mas sim um investimento e com retorno para o concelho. Basta constatar os estabelecimentos comerciais que estavam fechados e já reabriram, as pessoas que foram empregadas nesses locais e as famílias que estão a beneficiar”, afirma a autarquia.
O executivo de Alexandre Gaudêncio lembra ainda que “o aumento das despesas correntes foi de 25,33%, e não de 30% como aponta o PS”, e acrescenta que a autarquia “conseguiu amortizar cerca de um milhão de euros em empréstimos de longo prazo”.
“O PS diz estar preocupado com as contas da Câmara, mas esquece que a autarquia aumentou custos por via das reparações nas escolas básicas, do investimento realizado na educação – que já ultrapassou um milhão de euros – e o aumento significativo da rede de CATL’s municipais, que permitiu abrir 14 salas em todo o concelho, garantindo emprego direto a cerca de 40 pessoas”.
A autarquia relembra ainda o PSD que “fechou o ano de 2016 com um índice de execução de 90,87% e a taxa de execução física das Grandes Opções do Plano em termos de faturação cifrou-se nos 93,40%”. “São dados que atestam o rigor e a seriedade que os vereadores eleitos pelo PSD colocam na gestão dos dinheiros públicos”, afirma o executivo, acrescentando que também a área social foi alvo de investimento, na ordem dos 250 mil euros.