PS CRITICA CEDÊNCIA DE TERRENO PARA CONSTRUÇÃO DE NOVA UNIDADE HOTELEIRA

A futura unidade hoteleira, um investimento de 11 milhões de euros, com capacidade para 260 camas, que está projetada para ser construída junto ao Santa Bárbara Eco-Beach Resort tem provocado uma troca de acusações entre o PS e o PSD na Câmara Municipal da Ribeira Grande.

Em causa está o facto de os vereadores do PS, apesar de “reconhecerem a importância da infraestrutura turística” e serem a favor do novo resort, mas não concordarem com a “cedência de terreno sem concurso público”.

“No acordo entre a autarquia e os responsáveis pelo investimento, está previsto a cedência de um terreno camarário, de 40 mil metros quadrados, sobre a praia do Areal de Santa Bárbara o que não reflete a transparência de gestão apregoada por Alexandre Gaudêncio. O terreno devia ser lançado a concurso público, procedimento mais rigoroso e transparente, abrindo oportunidade a outros investidores com iniciativas que possam contribuir para o desenvolvimento económico e social do concelho”, defende o PS.

Os vereadores socialistas contestam ainda a “incoerência” do presidente da Câmara que “para uns imóveis opta pelo concurso público e para outros decide a cedência direta”.

Por sua vez, o PSD já reagiu e acusa o PS de estar “contra o desenvolvimento da economia local”, por terem votado contra a proposta de constituição do direito de superfície do referido terreno municipal.

“Se o PS da Ribeira Grande já andava desorientado, agora entrou em estado de auto negação. Tal postura revela uma total incongruência em relação ao passado, uma vez que em 2012, o então presidente da Câmara, do PS, levou precisamente o mesmo modelo que foi aprovado por unanimidade, relativamente a um investimento turístico privado na mesma zona”, afirmam.

Em defesa da sua posição, o executivo liderado por Alexandre Gaudêncio lembra que está também previsto a construção de um estacionamento público no mínimo de 200 lugares e uma infraestrutura de apoio a modalidades desportivas, bem como um valor de renda de 2.500 euros mensais.

“Além disso, o facto de os promotores já serem proprietários de dois terrenos contíguos e o projeto imobiliário se enquadrar numa área total de 100 mil metros quadrados, pesaram na decisão. A globalidade do investimento, cerca de 11 milhões de euros, a baixa densidade de construção, e os serviços que serão criados como talassoterapia, centro de wellness e a criação de 60 postos de trabalho diretos foram motivos mais que suficientes para que os eleitos do PSD considerassem que este projeto deveria ter aval positivo de todos”, reforça o PSD.