A Dra. Isabel Chaves e Castro foi a convidada do Jantar-Palestra do Rotary Club Gaia-Sul, que aconteceu no El Corte Inglés Gaia-Porto, no dia 2 de novembro. A médica explicou o que eram os cuidados paliativos e a sua importância da sociedade, ao mesmo tempo que divulgou o trabalho da Associação ComPaixão por Gaia (ACPpG). A associação que nasceu mesmo antes do despoletar da pandemia, a 3 de março de 2020, já ajudou cerca de 300 pessoas e tem como missão “sensibilizar, informar e formar” para a doença avançada e a morte.
O Jantar-Palestra do Rotary Club Gaia-Sul do mês de novembro contou com a convidada Isabel Chaves e Castro e aconteceu, como habitualmente, no El Corte Inglés Gaia-Porto, no dia 2 de novembro. A médica convidada falou ao clube sobre a importância dos cuidados paliativos na sociedade e sobre a Associação ComPaixão por Gaia (ACPpG), nascida em plena pandemia e que se encontra, ainda, a dar os primeiros passos.
A Dra. Isabel Chaves e Castro começou a sua intervenção por referir a importância dos serviços direcionadas para as pessoas e a necessidade de se capacitar a sociedade para cuidar da sua própria saúde, uma vez que os desafios aumentaram com o tempo. “A população está mais envelhecida, tem maior grau de doença cronica, o aumento da longevidade fez com que os desafios sejam constantes e, portanto, permaneçam no tempo”, referiu a médica.
Mas, afinal, o que são os cuidados paliativos? “É uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes e das suas famílias, que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alívio do sofrimento, com recurso à identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas, não só físicos, como a dor, mas também dos psicossociais e espirituais, é este o objetivo dos cuidados paliativos”, explicou Isabel Chaves e Castro.
Os cuidados paliativos podem ser prestados em internamento, no domicílio e em ambulatório. A médica convidada pelo Rotry Club Gaia-Sul esclareceu que, no que diz respeito a isso, “Gaia é uma cidade privilegiada”, porque tem os três. “Há duas equipas domiciliarias de suporte em cuidados paliativos, que têm uma abrangência de toda a área geográfica do concelho, temos uma equipa intra-hospitalar de suporte em cuidados paliativos, e existe, agora, um internamento, não é um serviço, é uma unidade, mas que também tem camas destinadas a doentes em paliativos”, completou.
Associação ComPaixão por Gaia (ACPpG)
Isabel Chaves e Castro também foi ao Jantar-Palestra do Rortay Club Gaia-Sul com a intenção de divulgar mais esta nova Associação ComPaixão por Gaia. “Sensibilizar, informar e formar nas áreas da doença avançada, do final de vida e do processo de morte”, são estes os objetivos da ACPpG.
A médica falou sobre o medo que existe nos dias de hoje para se falar sobre a morte, lembrando que é algo natural do ciclo da vida e que, ao longo da mesma, nos devemos ir preparando para a perda de entes queridos. “Achamos que é um tema que tem de ser tratado, falado, tem de se refletir, tem de se entender, como algo que merece conversas, até para com os mais novos, é importante para que eles percebam”, referiu.
Com esta associação, a Dra Isabel espera que seja possível transformar Vila Nova de Gaia numa cidade compassiva. “Há um movimento a nível mundial que tem a ver com compaixão e as cidades podem ser cidades compassivas. Nós gostávamos muito que Gaia fosse uma cidade compassiva. Já temos a Amadora Compassiva, Borba Compassiva, Porto Compassivo, aqui ao lado, queremos uma Gaia Compassiva. Queremos dinamizar e impulsionar o movimento, entendendo as cidades compassivas como comunidades que reconhecem que todos os ciclos naturais de doença e de saúde, nascimento e morte, amor e perda, ocorrem, todos os dias, e tocam as suas instituições e atividades regulares. Temos de presenciar isso e não podemos fugir, pelo contrário, devemos ajudar”, explicou a médica.
Além dos cuidados que presta e deste movimento que tenta lançar em Gaia, a Associação ComPaixão por Gaia pretende, também, ser um espaço de convívio e conhecimento. “Um espaço lúdico, de convívio entre os seus associados, e local privilegiado de estudo, de reflexão, de transmissão de conhecimento, promovendo a cooperação entre os vários intervenientes. É importante a formação dos cuidadores, dos profissionais e das famílias”, referiu.
Além da Dra. Isabel Chaves e Castro, estava ainda presente o Dr. Hugo Ribeiro, coordenador da equipa domiciliária de cuidados paliativos da associação, a Dra. Cristina Pereira, assistente social, também da equipa domiciliaria de cuidados paliativos, e a Dra. Carla Mota, médica e colaboradora da associação. O trabalho em rede é outra das obrigatoriedades da associação e dos cuidados paliativos, só assim se “potencializa a intervenção”. O Dr. Hugo Ribeiro teve oportunidade de falar um pouco sobre o assunto e referiu que as equipas são sempre compostas por “assistente social, psicólogo, médico e enfermeiro”.
Desde o seu surgimento, a 3 de março de 2020, mesmo antes do despoletar da pandemia, a associação já apoiou mais de 300 pessoas.
Para pertencer a associação, deve ser preenchida uma posposta de inscrição. Os valores são, sobretudo, simbólicos, porém muito importantes para o desenvolvimento da atividade destas equipas, e que se traduzem em 10 euros de valor da joia de inscrição e uma cota anual de 12 euros.
“Quando não há nada a fazer pela doença, há muito a fazer pela pessoa”, foi a principal mensagem que ficou no ar e que mostra bem a importância dos cuidados paliativos.