“SOMOS AMBICIOSOS E TEMOS PROJETOS EXTRAORDINÁRIOS PARA CONCLUIR”

O Auditório Maestro José Gomes, localizado no Espaço + Grijó, acolheu, no dia 15 de outubro, o ato de instalação dos novos órgãos autárquicos da União de Freguesias de Grijó e Sermonde. César Rodrigues mostrou-se emocionado na cerimónia e referiu diversos projetos a concretizar, como o Centro de Saúde, a Casa Mortuária, o Centro Cívico, entre outros. Eduardo Vítor Rodrigues salientou a importância da apresentação de propostas por parte da oposição, sempre tendo em conta as “competências para as quais foram eleitos”.

 

 

César Rodrigues foi reeleito presidente da União de Freguesias de Grijó e Sermonde nas eleições de 26 de setembro. No dia 15 de outubro aconteceu a tomada de posse dos órgãos autárquicos da Assembleia e Junta de Freguesia, no novo Auditório Maestro José Gomes, que fica localizado no Espaço + Grijó.

Depois do momento de instalação da Assembleia, César Rodrigues nomeou, para o executivo, Gil Costa, Rosa Neves, Maria João Costa e Manuel Quintas. Estes membros acabaram por ser eleitos com sete votos a favor e cinco em branco. Já para a Mesa da Assembleia da União de Freguesias, depois de repostos os 13 membros, o Partido Socialista apresentou a proposta de José Manuel Couto para presidente, Sofia Almeida para 1ª secretária e Cristina Gomes para 2ª secretária. Esta lista foi aprovada com o mesmo número de votos do executivo, ou seja, sete votos a favor e cinco em branco.

Depois da tomada de posse e instalação dos órgãos autárquicos, seguiu-se o período de intervenções. Jorge Castro, pela Aliança Democrática, foi o primeiro a usar da palavra, referindo, desde logo, a abstenção em Grijó, onde “quase cinco mil pessoas não foram às urnas exercer o direito de voto. Isto sim é preocupante e devemos, todos nós, refletir”. Além disso saudou os vencedores e vencidos, não esquecendo a CDU e o Chega, que “apesar de não serem estes dois eleitos, merecem o reconhecimento de se terem apresentado como alternativa para a governação da nossa autarquia local”. Quando assumiram que estarão sempre presentes para a apresentação de propostas concretas para o desenvolvimento das suas freguesias, referiram um dos projetos que haviam apesentado no mandato anterior. “Apresentamos o passe gratuito para os jovens dos 13 aos 18 anos. O PS votou contra, porque era impossível. Ainda bem que em reunião de Câmara foi apresentada a proposta e aprovada, desde já o nosso muito obrigada”, disse Jorge Castro. Eduardo Vítor Rodrigues, quando tomou a palavra, respondeu à oposição de Grijó e Sermonde sobre o assunto. “O passe social foi, de facto, implementado, mas foi implementado não porque fosse uma competência da junta de freguesia A ou B, mas porque era uma competência do município e da Área Metropolitana (…) a verdade é que se cada um tratar de pôr as suas energias ao serviço da sua terra e nas competências para as quais foram eleitos, poupa em propostas que não lhes diz respeito e, por isso, têm de se recusadas”, explicou o autarca gaiense.

José Domingues Correia, em representação do PS, foi o segundo a discursar, e começou por elogiar César Rodrigues, afirmando que “se governar uma freguesia dependesse apenas da capacidade de trabalho, Grijó e Sermonde pode orgulhar-se por ter um dos presidentes de junta mais capacitados”. O socialista ainda referiu “os projetos ao nível da mobilidade que estão ao serviço da população, como o MOB+, o Metro Bus, e os arruamentos, que foram dezenas os que sofreram intervenção”. Terminou o seu discurso com um apelo: “compareçam nas Assembleias de Freguesia, só assim podemos valorizar a democracia, as instituições e os atos praticados pelo poder autárquico”.

Albino Almeida, presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, dirigiu também algumas palavras ao público, desde logo, endereçando um agradecimento a todos os que foram votar no dia 26 de setembro e louvando aqueles que excedem os seus limites pelo melhor das freguesias, deixando a nota do seu acreditar que “Grijó e Sermonde vão alcançar o patamar a que têm direito”.

César Rodrigues fez um discurso emocionado, começando por agradecer o apoio dos cidadãos. As palavras que dirigiu a Eduardo Vítor Rodrigues foram de agradecimento pelo “diálogo franco, o empenho e a dedicação prestada a esta união de freguesias”, afirmando que “sem a sua ajuda, muitos dos projetos não teriam qualquer viabilidade”. Prometeu ainda continuar o caminho ao lado do autarca gaiense “para juntos construirmos o futuro de progresso, desenvolvimento e sustentabilidade para Grijó e Sermonde e para Gaia”.

“Em política é possível fazermos amigos”, foi outra das frases de César Rodrigues, enquanto falava de pessoas que o acompanharam no percurso como presidente nos últimos anos. Mas o momento de maior emoção, e que levou o presidente reeleito às lágrimas, foi a lembrança de que, nesse mesmo dia, o pai faria 87 anos, se ainda estivesse entre nós. “Devo a ele todos os ensinamentos: Rigor; Honestidade; Amizade”, disse César Rodrigues.

Para o futuro ficaram muitas ideias e projetos. “Somos ambiciosos e temos projetos extraordinários para concluir, como o Centro de saúde, a Casa Mortuária, o Centro Cívico, a Sede da Associação Desportiva de Grijó, a refuncionalização dos edifícios das juntas de freguesia de Grijó e Sermonde, a requalificação do Largo da Senhora da Graça, a continuidade na aposta na mobilidade de proximidade e no alargamento da sua cobertura”, elencou o autarca.

José Manuel Couto, presidente da Mesa da Assembleia da União de Freguesias, deixou também palavras de alento a César Rodrigues, “amigo e vizinho desde a mais tenra infância”. O seu discurso foi de apelo à participação da população na vida política, nomeadamente nas reuniões públicas da junta. “Este é o nosso tempo, o tempo de honrar aqueles e aquelas que nos antecederam neste órgão, mas também o tempo de darmos o melhor de nós, inovando e explorando todos os meios ao nosso dispor para escrevermos um presente e um futuro próspero”, concluiu José Manuel Couto.

Já o presidente da Câmara Municipal de Gaia, fez questão de lembrar que muitas das propostas “eram feitas por aqueles que tendo estado no poder durante 16 anos, nunca o tinham concretizado”. O projeto de Grijó e Serzedo mais referido por Eduardo Vítor Rodrigues foi o novo centro de saúde de Grijó. O autarca garante que perceberam que “havia muita coisa que fazia falta nesta terra e que não tinha que ver com o betão” e, por isso, apesar de não ser uma competência da Câmara, será esta a pagar “uma grande parte” deste novo centro de saúde.

Eduardo Vítor Rodrigues brincou com o discurso emocionado de César Rodrigues, afirmando que essa foi uma das razões pela qual foi convidado a discursar: “eles disseram-me ‘aquilo vai dar choradeira, por isso tem de ir alguém para, no fim, animar um bocadinho as pessoas’ e, por isso, cá estou eu”. E a sessão acabou, realmente, com grande animação, uma vez que o presidente de Gaia pediu a várias pessoas da sua equipa, nomeadamente aos vereadores presentes, para distribuir pelo público, os vasos que faziam parte decoração do palco.