O homem e o político
Eduardo Vítor Rodrigues acompanhava o pai nas dinâmicas associativas e terá sido aí que se apaixonou pela ideia de se dedicar aos outros. Servir a causa pública é o melhor da política, na sua opinião, e transformar Gaia numa das cidades mais promissoras da Europa é o objetivo para o qual admite que o caminho já está a ser feito. O Troféu AUDIÊNCIA é recebido como uma honra, mas também como uma responsabilidade acrescida.
Quem é o Eduardo Vítor Rodrigues?
Vivo em Gaia há 50 anos e depois de ter dado aulas no Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde fui responsável pelas disciplinas de Sociologia do Desenvolvimento, Demografia e Migrações, Exclusão Social, Sociologia do Ambiente, Política Social, conquistei, juntamente com a minha equipa, em 2013 a Câmara Municipal de Gaia, tendo renovado o mandato em 2017 e em 2021. Além dos cargos e da carreira de que muito me orgulho, sou, acima de tudo, marido, pai e filho. Esta será sempre a base da minha vida.
Como e quando surgiu a paixão pela política?
Acredito que a grande influência tenha sido o meu pai, que desde sempre esteve envolvido nas dinâmicas sociais, no mundo associativo, no andebol, na Associação Paroquial de Oliveira do Douro e eu acompanhava-o quando ele ia às reuniões noturnas. Ficava na sala a jogar ténis de mesa, a minha modalidade favorita. Mas, o facto de o acompanhar fez-me perceber o quanto era importante a dedicação aos outros e acredito que tenha sabido adaptar a minha formação e os meus padrões aos exemplos adquiridos no quadro familiar.
Do seu ponto de vista, o que é o melhor e o pior deste mundo da política?
Diria que o melhor do mundo da política é, sem dúvida, a possibilidade de servir a causa pública, legitimada pelos cidadãos que procuramos sempre representar, dando o nosso melhor em prol de uma sociedade mais equitativa, justa e digna. Por outro lado, o pior é a facilidade com que, hoje em dia, se enlameia o nome das pessoas, deixando marcas irreparáveis, sem consequências para quem difama.
Qual o momento que mais o marcou no seu percurso político e porquê?
A primeira vitória da minha equipa em 2013, resultado de muito empenho e de uma campanha eleitoral feita pela positiva e sem atacar ninguém, contrariando a ideia de que a notoriedade e as sondagens fazem uma vitória.
Há mais de oito anos como presidente de Câmara e afastado do ensino, do que sente mais falta da sua profissão de docente?
Do contacto diário com os alunos. De assistir, quase que da primeira fila, ao crescimento deles enquanto futuros profissionais e de ver o brilho nos olhos quando terminam o seu percurso académico, com as ânsias e expectativas típicas de um jovem que vai entrar no mercado de trabalho.
Quais as perspetivas para o futuro?
Vila Nova de Gaia está num caminho de continuidade. Começámos, em 2013, com um projeto de mobilização das pessoas para um paradigma de gestão autárquica alicerçado na sustentabilidade, que nos aproximasse dos melhores padrões europeus. Um paradigma desenvolvimentista de boa gestão dos recursos públicos, de equilíbrio entre as obras infraestruturais e as obras imateriais, e que interfere positivamente na qualidade de vida das pessoas. Por isso, ao mesmo tempo que apostamos na reabilitação dos equipamentos e dos espaços públicos, não ignoramos a educação, a ação social, as políticas direcionadas para os designados grupos invisíveis, como os cuidadores informais, as famílias a necessitarem de apoio ao arrendamento ou as famílias em situação de emergência social. Fizemos opções e continuaremos a insistir naquilo em que acreditamos: o reforço da sustentabilidade económico-financeira, melhores equipamentos infraestruturais e de fruição; menor carga fiscal sobre as famílias, melhores políticas de apoio social, educativo e cultural. Ambicionamos uma vida melhor para os gaienses, escolas melhores para um futuro mais próspero, menor desemprego, habitação de qualidade e a preços razoáveis, transportes melhores, para que nos sintamos dignos dos serviços que prestamos. A pandemia pôs-nos à prova, pela imprevisibilidade e pela intensidade. Respondemos localmente, antes mesmo do Estado central, e mostramos que estávamos preparados até para lidar com o imprevisto. Percebemos a importância de ter as contas em ordem. Os meses de pandemia reforçaram uma certeza: Gaia não é apenas a terceira cidade mais populosa de Portugal; quer ser uma das mais promissoras da Europa. E o caminho já está a ser feito.
Como se sente por ser distinguido com o Troféu AUDIÊNCIA?
É uma honra e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade receber este troféu. Uma honra porque é sinal de que o trabalho que temos feito por Vila Nova de Gaia tem merecido votos positivos de quem nos acompanha. E é também uma responsabilidade, uma vez que o caminho continua e temos de saber merecer a aposta que sempre depositaram em nós.