UMA OBRA QUE REÚNE 184 ANOS DE DEDICAÇÃO À POPULAÇÃO

A fundação, as dificuldades, a evolução e a importância da criação de uma corporação de bombeiros em Vila Nova de Gaia são alguns dos temas abordados na obra de Fernando de Sousa, intitulada “Os Bombeiros Municipais de Vila Nova de Gaia – Da Companhia de Incêndios ao Batalhão de Sapadores (1839-2022)”. A apresentação do livro contou com a presença de inúmeras personalidades, entre as quais o Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.

 

 

Decorreu, no passado dia 28 de abril, no Quartel do Batalhão de Sapadores Bombeiros de Vila Nova de Gaia, a apresentação do livro “Os Bombeiros Municipais de Vila Nova de Gaia – Da Companhia de Incêndios ao Batalhão de Sapadores (1839-2022).

A obra, da autoria de Fernando de Sousa, aborda os 184 anos desta instituição, constituída em 1839 com 60 homens, sob o nome de Companhia de Incêndios de Vila Nova de Gaia, denominada Companhia dos Bombeiros a partir de 1857 e Corporação de Salvação Pública nos finais do século XIX e primeiras décadas do século XX, promovida em 1982, a Companhia de Bombeiros Sapadores, e que em 2022 alcançou o estatuto de Batalhão. “Apesar das vicissitudes e dificuldades, esta instituição foi sempre crucial no combate aos incêndios e a outros sinistros no território do Município”, referiu o autor.

“São 184 anos de abnegação e espírito de sacrifício, de dedicação, coragem e heroísmo, ao serviço da comunidade. São indivíduos solidários que se entregaram e continuam a entregar à comunidade. Este é o primeiro trabalho sobre a história dos Bombeiros Sapadores de Vila Nova de Gaia a ser efetuado de forma científica e contextualizada, servindo-se de uma metodologia crítica e rigorosa, baseada em numerosas fontes manuscritas e impressas e na escassa bibliografia existente”, explicou ainda Fernando de Sousa, acrescentando que esta corporação “constitui a expressão mais límpida da sua independência face ao poder da cidade do Porto, sendo uma das corporações mais antigas do nosso país”.

A publicação foi desenvolvida pelo CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade, embora Fernando de Sousa admita que “não foi tarefa fácil”. “Em primeiro lugar, a natureza das fontes e da demografia sobre os Bombeiros Sapadores de Gaia obrigou a uma pesquisa demorada, e nem sempre compensadora, para se conhecer a história. A segunda dificuldade com que nos deparamos foi o curto prazo estabelecido para a concretização deste projeto de investigação, muito prejudicado pela Covid-19. Apesar disso, foi possível realizar no prazo estabelecido a obra que hoje apresentamos, que se encontra dividida em nove capítulos”.

Agradecendo a todos os que colaboraram neste projeto, nomeadamente aos investigadores e à equipa multidisciplinar que concretizou o projeto, o autor deixou uma mensagem especial a Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da autarquia gaiense, por ter tornado possível este projeto, apoiando financeiramente a sua execução”. “Deu, assim, um contributo decisivo para a preservação da memória de uma das mais relevantes instituições gaienses, cuja história se cruza com a própria história do município”, acrescentou.

Por sua vez, Eduardo Vítor Rodrigues salientou que esta cerimónia era um “grande motivo de orgulho”, tratando-se do “culminar de um longo e importante trabalho científico”. “Quase 200 anos de história de uma instituição é sempre motivo de evocação. É um longo trajeto, uma longa história sistematizada com os factos mais marcantes ao longo dos anos e também dos rostos e nomes de quase todos aqueles que fazem e fizeram parte deste longo trajeto. É uma homenagem mais do que justa a todos aqueles que fazem parte da nossa história coletiva e é o momento para nos lembrarmos das nossas raízes e do que temos construído”, afirmou Eduardo Vítor Rodrigues.

O autarca gaiense assegurou ainda que os bombeiros municipais podem contar com o “empenho nas missões que competem à Câmara, seja ao nível dos incêndios florestais ou urbanos, das cheias, do desempenho na época balnear, mas também na proteção e salvação animal, no transporte de doentes e tantas outras tarefas”.

“Estas missões estão hoje em grande avanço e desafio tecnológico, com, por exemplo, uma nova central municipal de comando em funcionamento agregando os diversos atores institucionais numa estratégia comum do concelho. É um grande orgulho, mas também uma grande responsabilidade financeira, de mais de cinco milhões por ano, mas também operacional”, acrescentou.

Presente na cerimónia de apresentação do livro esteve também o Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que encerrou o evento fazendo referência ao facto de Vila Nova de Gaia ser “uma terra orgulhosa do seu passado” e, por isso, este livro ser “mais um exemplo do reconhecimento que o município tem procurado dar às instituições locais”. “Esta é uma autarquia voltada para o futuro, sem nunca esquecer as suas memórias. E esta é uma publicação que agrega uma perspetiva histórica, sociológica e organizacional sobre o atual Batalhão de Sapadores Bombeiros de Vila Nova de Gaia”, algo que o Ministro reconheceu ser um documento de grande utilidade prática para o ministério que tutela.

A apresentação do livro de Fernando de Sousa, contou ainda com a presença de Albino Almeida, presidente da Assembleia Municipal, de José Guilherme Aguiar, vereador da Proteção Civil e Segurança, de Paula Carvalhal, vereadora da Cultura, de José Viana, Comandante do Batalhão de Sapadores do Bombeiros de Gaia, bem como de diversas personalidades de Gaia e do Porto, assim como com a atuação dos músicos da ACMA.