No mês de Junho deste ano e durante a conferência de imprensa no final da cimeira da NATO, o presidente norte-americano Joe Biden afirmou que tinha sido demonstrado ao povo e ao mundo que a democracia ainda pode prevalecer perante os desafios actuais e responder às necessidades das pessoas e nós povo questionamos de imediato qual democracia e quais necessidades das pessoas, lembrados do que tem sido o percurso da política externa Estado Unidense e o seu rasto de morte e destruição pelo mundo.
Longe de ser um factor de estabilidade e segurança, a NATO tem sido responsável por décadas de guerras e agressões, da Jugoslávia ao Afeganistão, Líbia, Iraque, Iémen, Somália, Síria, em violação sistemática da Carta da ONU e do Direito Internacional, que a NATO pretende desmantelar e substituir, de forma cada vez mais explícita, por uma denominada era baseada em regras definidas de forma unilateral pelos Estados Unidos e outras potências capitalistas, nomeadamente no âmbito do G7.
A NATO, que contou com a ditadura fascista de Salazar entre os seus membros fundadores, tem um longo historial de apoio ao fascismo e a golpes de Estado, hoje patente na Ucrânia onde assumidos herdeiros e admiradores dos crimes do nazi-fascismo desempenham um papel instrumental na estrutura de poder, após o golpe de 2014.
Num tempo de profunda crise económica, social e no plano da saúde pública, a NATO é um sorvedouro de gigantescos recursos, que não só são subtraídos à resolução dos graves problemas que os povos enfrentam, como são desviados para servir o militarismo, a produção de novos e mais modernos armamentos, incluindo nucleares.
Para os trabalhadores e os povos, sistematicamente confrontados com o argumento de que não há dinheiro para acudir a graves problemas sociais, fica patente que para o complexo militar-industrial, como para o capital monopolista em geral, há sempre recursos públicos disponíveis que depois faltam para o essencial da vida das pessoas e os Estados Unidos, contrariando a narrativa do seu presidente actual Joe Biden, não têm as mãos limpas nesta situação e o mal já vem de longe, pois num passado relativamente recente estamos lembrados das guerras da Coreia e do Vietnam, mais recentemente do Afeganistão, invadido por terra e ar, com o apoio do Reino Unido, Canadá, Austrália, Itália, Nova Zelândia e abandonado há dias pela calada da noite, deixando pelo caminho centenas de milhares de civis inocentes e outros tantos milhares de militares mortos em nome da tal democracia de que fala e defende o Sr. Biden que ainda afirmou «Gastámos um trilhão de dólares em vinte anos e treinámos e equipámos mais de 300 mil soldados afegãos, os líderes do Afeganistão têm de lutar por eles, pelo seu país».
Com esta afirmação de sórdido pragmatismo, o Sr. Biden dá oficialmente por encerrado o envolvimento dos Estados Unidos no País, reconhecendo que foram derrotados nos seus objectivos, ou seja, não eliminaram os taliban que regressam em força, não estabilizaram o País, não garantiram o seu futuro, nem tão pouco conseguiram o tão almejado domínio geoestratégico, conseguiram, isso sim, uma nova vaga de refugiados, os quais seguramente irão bater às portas da União Europeia, onde há países apoiantes das aventuras Estado Unidenses, mas que não dão guarida às vítimas inocentes dessas mesmas aventuras.
O atrás exposto, reforça o apelo para que todos nós mobilizemos esforços na luta pela Paz no mundo e o convívio com todos os povos no respeito da sua identidade.