Por decisão do Governo ucraniano, o gás russo deixa de chegar através da Ucrânia a países europeus, como a Eslováquia, a Hungria ou a Áustria e o grande beneficiário desta situação continua a ser os Estados Unidos, principal instigador do conflito, que já beneficiava das sanções da União Europeia à importação de petróleo e gás da Rússia, não sendo portanto
de surpreender, mas sim constatar, a divisão crescente entre países europeus quanto à «gestão» desta guerra.
A medida imposta pelas autoridades ucranianas veio acentuar contradições existentes também no próprio campo da NATO e o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, convidou os parceiros da sua coligação de governo a discutir medidas de represália contra Kiev.
A União Europeia, associação política e económica cuja origem remonta a 1951, é composta por 27 membros, que delegaram a sua soberania a instituições comuns, para tomar decisões sobre o que a elite dominante europeia apelida de interesses comuns. O certo é que esta comunidade de nações vai mostrando no dia a dia que constitui um quintal dos Estados Unidos e, sobretudo, a linha da frente para ações de invasão, desestabilização e agressão contra países soberanos, tais como, o Iraque, Líbia, Líbano, Síria, Iémen, entre outros, utilizando para esse fim o seu braço militar, a NATO, com um papel predominante desempenhado pelo Pentágono quando existe uma situação de guerra.
Bruxelas, capital da maioria das instituições da União Europeia, bem como da NATO, tornou-se o símbolo da submissão das sociedades europeias a uma política externa ditada por Washington, em estreita aliança com a entidade nacional-sionista israelita, quando o assunto diz respeito à Ásia Ocidental. Paradoxalmente e embora preguem o ódio à Rússia, certos países ocidentais ainda conseguem exportar grandes quantidades de vários produtos para este País, por exemplo, houve um aumento massivo nas exportações alemãs para o Quirguizistão e daí podem ser exportadas para a Rússia, da mesma forma, as exportações de automóveis alemães para o Cazaquistão cresceram 507% entre 2021 e 2022 e para a Arménia, 761%.
E os EUA, como aponta a Bloomberg, ainda importam enormes quantidades de urânio da Rússia porque a Rosatom ainda é o maior fornecedor mundial de urânio e fornece quase um quarto dos 92 reactores nucleares dos EUA, acrescido o facto de que 20% da produção de eletricidade dos EUA é nuclear.
Antes das últimas eleições dos EUA, o presidente Donald Trump,agora declarado vencedor, afirmou que queria ver o fim da guerra na Ucrânia e como tal poderia parar o conflito «dentro de 24 horas após assumir o cargo», no entanto, desenvolvimentos recentes, mostram que provavelmente haverá pouca diferença entre o novo governo Trump e o governo de Biden em relação à ajuda militar e ao financiamento para a Ucrânia. Quando questionado pelo podcaster Lex Fridman sobre como pretende acabar com o conflito, Trump respondeu: «Eu não posso te dar esses planos, porque se eu os der não vou
poder usá-los e eles não serão bem sucedidos. Parte disso é surpresa». Num artigo do Wall Street Journal podemos ler que os planos de Trump para um «cessar fogo» na Ucrânia envolvem atrasar a adesão de Kiev à NATO em 20 anos, citando várias fontes próximas do próximo novo presidente.
Por outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin e o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, ridicularizaram abertamente a postura pomposa de Trump e Putin rejeitou a ideia de que um adiamento na adesão da Ucrânia à NATO seria satisfatório. Independentemente do que Trump quer, os falcões de guerra imperialistas dos Estados Unidos e os dirigentes da defesa dedicam-se a prolongar a guerra destinada a destruir a Rússia, não importa quantos ucranianos e russos sejam mortos. Não podemos esquecer, por muito que alguns sectores informativos e seus opinadores queiram, que líderes militares e políticos dos Estados Unidos intervieram na Ucrânia desde que a União Soviética entrou em colapso em 1991 e esse envolvimento estado unidense aumentou com a «Revolução Laranja» nacionalista e anticomunista de 2004 e intensificou-
se durante o golpe neonazi de 2014 designado «EuroMaidan».
Os cidadãos norte-americanos, europeus e asiáticos foram submetidos a décadas de lavagem cerebral e de repente confrontam-se com o facto de que a narrativa sempre foi falsa, mas não estão a ser informados sobre o motivo ou as razões dessa falsidade. Enfrentar finalmente a verdade deve destruir os últimos resquícios de credibilidade da mídia dominante e dos tecnocratas a soldo, pois o jogo final está apenas a começar.