Experimentamos para obter mais conhecimento e optámos por obter conhecimento a partir do que experimentamos. A primeira é complementar e a segunda é mais destino, pois é por tentativa e erro. A experiência é o culminar da validação do conhecimento é a sabedoria, é o resultado de muito conhecimento. A experiência sem conhecimento é uma “cabeça ao vento”, o conhecimento sem experiência pode ser inconsequente. O conhecimento adquirido não perdemos, mas só impactante e fortuito se o aplicarmos. A experiência acontece a partir do que fazemos com o conhecimento, que adquirimos no contexto que temos. 1)
Após este ponto prévio, e a nível do tratamento da dimensão psicológica mental no treino e no jogo, daquilo que tenho acompanhado seja na sua integração, seja na sua variabilidade, está “anos de luz” do que poderá ser. 2) Tal como, a nível da dimensão estratégica e da sua análise pouco são os clubes que tem isso como ponto de partida, e tal como a parte psicológica é trabalho somente após a chegada, ou seja com um penso rápido de algo que tem a inevitabilidade de já ter acontecido. Na dimensão física e fisiológica os avanços técnicos são tantos e tão avançados (GPS, Scout+…) que a filtragem para a performance contínua e progressiva e a prevenção de lesões são basilares. 3)
Por fim é a mais pensada e trabalhada pelos treinadores a parte técnica/táctica/estratégica e tem tido uma evolução brutal nestas últimas décadas, com metodologias, estratégias e ferramentas diferentes. Simplesmente deram foi em seitas que passaram de crenças exacerbadas e desmedidas para comportamentos formatados ou condicionados. 4) Isso não é benéfico num processo de tomada de decisão a médio e longo prazo. Muito se fez e bem, desde o Big Data às inúmeras plataformas que existem para a análise da equipa adversária, da própria equipa, no contexto de jogo e treino, aos inúmeros exercícios tendo em contas as diferentes e múltiplas variáveis. 5)
Esta dimensão técnico/táctica/estratégica é onde assenta grande parte do foco do treinador, mas acreditando sempre que o todo é essencial, e o pormenor só relevante e qualitativo, quando retirarmos a interiorização de crenças de que a parte técnico táctica é a maior fatia do todo e não tão somente uma parte importante do mesmo, devendo ser tão trabalhada como as demais, em bom senso face à constante e corrente intermultidisciplinaridade. 6)
Devemos pensar então nos 5W2H antes, para não colocarmos as mãos na cabeça e pensarmos no problema e na sua solução depois de acontecer. 7) Tal como aconteceu com as declarações da seleção portuguesa sobre estrategicamente a colocação dos cinco árbitros argentinos nos quartos de final do campeonato do mundo, depois do jogo ou da polêmica de o selecionador brasileiro, chamando a si a análise, implementação e decisão sobre a dimensão psicológica após ficar pelo caminho também em dois campeonatos do mundo. Estes são apenas dois dos múltiplos exemplos. 8)
Como acredito no todo e no pormenor qualitativo e exigível no alto rendimento, é de referir que em equipas profissionais só é possível com a sua inter multidimensionalidade (DO TODO PARA O TODO). Não se pode num sistema aberto como é futebol e de onde advém a sua complexidade e imprevisibilidade tornar estanque qualquer que seja a dimensão. 6)
Ou seja, ir por modas, por preconceitos ou por formatações em trabalhar mais numas dimensões que outras, pois isso tornar-se-à em desequilíbrios, danos colaterais, maiores e muitas vezes difíceis de resolver e com uma hiper dependência não no processo e no rendimento e cada vez mais no resultado. Sendo que o processo é eterno e o resultado só momentâneo. Em outras palavras, o processo é a glória e o resultado a vitória. Posso dizer por acreditar neste método holístico (no todo essencial e no pormenor relevante), que é muito desgastante e trabalhoso, requerendo muito tempo e energia na arte de pensar bem e melhor 9), mas feito para ter resultados com base duradoura, consistente e evolutiva. É o que diferencia os resultados dos legados. 1)
E quem pensa diferente e à mais frente, é colocado à parte (antes ficava mais triste, agora aceito com serenidade). Aprendi e Cito um grande amigo “é a vida”. Como tal O Treina Dor vê para além do óbvio e se prepara para esse diferencial.
1) Francisco Hernandez. Aprender com os melhores. 2018
4) https:// universidadedofutebol.com.br/ 2017/01/25/periodizar- taticamente-nao-e- periodizacao-tatica/
6) 9.ª Crónica NÃO TREINAM!? NÃO SE QUEIXEM!?… Correio dos Açores 29-12-2022
8) https://desporto.sapo.pt/ futebol/mundial/artigos/bruno- fernandes-e-pepe-revoltados-e- inadmissivel-um-arbitro- argentino-apitar-o-nosso-jogo & https://ge.globo.com/ futebol/selecao-brasileira/ noticia/2022/11/15/selecao- brasileira-vai-a-copa-sem- psicologo-de-novo-mas-saude- mental-ganha-atencao-de- atletas.ghtml
9) David Bejarano. PNL. 2022.