Foi a esperança na rua. Foi a esperança em que um futuro digno para todos estava garantido. Liberdade e democracia garantidas. Instituições ao serviço dos verdadeiros interesses de Portugal e dos portugueses. Liberdade de expressão e de imprensa. Saúde e educação acessível e gratuita para todos.
50 anos depois é o tempo apropriado para fazer balanços.
Muitas das expectativas foram cumpridas. Muitas nunca saíram da gaveta. Outras tantas não funcionam. Como a saúde, a educação, qualidade de vida e de rendimentos. Governos a funcionar e a governar para o período para que foram eleitos. Estabilidade.
Há quem diga que 50 anos depois a democracia está em perigo. Há quem defenda que está a confundir-se o direito à liberdade com a libertinagem. Há quem afirme que caminhamos para uma judicialização do país. Há quem se insurja contra os julgamentos na praça pública. Com acusações sem fundamento.
Vemos a Saúde doente. Os alunos sem professores. O nível de vida dos portugueses abaixo do admissível. Os jovens a emigrar. Há quem não suporte a carga fiscal. Mais do que tudo, paira uma certeza: uma boa percentagem dos portugueses não confia nas instituições democráticas.
Chegamos às bodas de ouro com uma democracia enferma? Há quem garanta que sim. Nós queremos acreditar que há soluções para repor a esperança nos ideais democráticos.
Acreditamos que sendo imperfeita, a democracia é o melhor sistema de governo que o Homem inventou. Mas, há ainda um longo (e difícil) caminho a percorrer para recuperar e construir os ideias de abril.